segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Os farmacêuticos e enfermeiros abnegados do Juazeiro de antigamente



Os farmacêuticos 
José Geraldo da Cruz: atendia consultas e exercia o papel de ortopedista, encanando (hoje se diz engessando) braço e perna quebrados imobilizando com pedaços de madeira enrolados com gaze e não gesso; em luxações costumava usar mastruz pisado. Consultava em sua farmácia a Farmácia dos Pobres. Endereço: Rua Padre Cícero, 324.
Leônidas Temóteo: atendia em sua farmácia e em residências quando era chamado. A sua farmácia, Farmácia Bonfim. Endereço: Rua São Pedro, 650.
Valdo Figueiredo: iniciou seus trabalhos na Farmácia Brasil de propriedade de Dr. Belém com apenas treze anos de idade. Com o tempo aprendeu e adquiriu muita experiência tornando-se gerente. Consultava e preparava os medicamentos manipulados que os médicos prescreviam. Submeteu-se a um concurso em Fortaleza para oficial de farmácia e obteve o primeiro lugar. Por conta disso podia assinar farmácias. Depois de trinta e dois anos de trabalhos na Farmácia Brasil quis tornar-se proprietário do seu próprio negócio e comprou a Lojas Credilar de sua cunhada Zeneida Macêdo.
Aloísio Oliveira: ficou no lugar de Valdo Figueiredo na Farmácia Brasil, farmacêutico prático,  muito conceituado e requisitado na prescrição de um remédio, a clientela da farmácia confiava muito devido a sua experiência. Senhor, calmo, educado, sabia atender com muita delicadeza quem o procurava. O endereço da farmácia: Rua São Pedro, 333.
Pedro Carvalho: consultava em sua farmácia, a Farmácia São José.
Edésio de Carvalho Cruz: acompanhou seu pai, Pedro Carvalho, na profissão de farmacêutico. Muito habilidoso e conhecedor das bulas de remédios. Prestava serviços ambulatoriais como curativos, aplicação de injeção, cauterizar a garganta. Endereço: Rua São Pedro, 476.
Jerônimo Freire: foi gerente da Farmácia Souza de propriedade de seu sogro, seu Toinho. Depois, tornou-se proprietário. Prescrevia remédios, aplicava injeção e era muito solícito com os seus fregueses. Endereço: Rua Santa Luzia, 409.
Antônio Cândido Sobrinho: sua primeira farmácia foi na cidade de Barbalha. Depois veio para Juazeiro e abriu a Farmácia Nossa Senhora dos Remédios. Homem de caráter e que gostava de ajudar aos necessitados. Muitas vezes prescrevia o remédio e quando o doente não tinha condições financeiras ele dispensava o pagamento. Endereço: Rua São Pedro, 592.
Antônio Fidélis: proprietário da Farmácia Santa Luzia, homem de bem, espirituoso e amava viver. Quando alguém o procurava para receitar uma vitamina, remédio para verme, para dor de cabeça de pronto atendia, pois conhecia muito o que poderia passar devido a sua experiência adquirida no ramo de farmácia na companhia de seu cunhado, Antônio Cândido. No ambulatório da farmácia aplicava injeção, cauterizava garganta e fazia curativos. Sua farmácia funcionou na Rua Santa Luzia, 423, posteriormente em prédio próprio na Rua São Pedro, 684. Transferiu depois a farmácia para sua residência na Rua Alencar Peixoto, 344.  
José Pereira Gil: proprietário da Farmácia Padre Cícero. Seu Zegil, como era chamado,  veio de Jamacaru e abriu sua farmácia na Rua São Pedro, 684. Por ser farmacêutico prático fez um curso em Fortaleza que permitia que tivesse farmácia. Ensinou para seus filhos aplicar injeção e eram eles que o ajudavam na farmácia. Manipulava remédios prescritos pelos médicos. Com a ajuda do filho Getúlio, passou a preparar perfumes com as essências que passou a comprar. Então, constituiu a Farmácia e Perfumaria Padre Cícero. Como o ramo da perfumaria superou a farmácia, extinguiu a farmácia, denominando-a de Perfumaria Padre Cícero. Em sua residência se encontra os utensílios que usava, como: caixinhas com agulhas para aplicar injeção; gramador; tubos de ensaios e a balança de precisão.
João Maurício: foi do tempo em que Juazeiro não possuía médicos com a fartura que temos hoje. A sua clientela o considerava médico sem formatura. Atendia as pessoas pegando no pulso. A sua farmácia localizava-se no Bairro São Miguel, mas mesmo afastada do Centro era muito frequentada porque as pessoas acreditavam e confiavam na sua competência  e nos medicamentos que prescrevia.  
Eliseu Manoel Damasceno: Farmácia Nossa Senhora de Fátima. Bom farmacêutico e político, tendo sido vereador várias vezes. Endereço: Rua São Pedro, 614.
José Tavares: trabalhou em Barbalha na farmácia de seu Antônio Cândido, mas recebeu o convite de seu Antônio Fidelis para trabalhar em sua farmácia em Juazeiro do Norte com condições melhores. Resolveu então ficar em Juazeiro. Trabalhou um bom tempo com ele, mas recebeu uma proposta de seu Antônio Cândido para comprar sua farmácia, como não tinha capital recorreu aos seus compadres, José Andrade de Figueiredo e dona Dora Figueirêdo e propôs fazer uma sociedade, eles aceitaram e em 1964 foi inaugurada a farmácia. José  Tavares lembra que aplicava injeção em domicílio e ia de bicicleta percorrendo quilômetros, pois tinha dias que atendia a mais de 60 pessoas. As motos não superlotavam nossa cidade nessa época. Farmácia Oriental, Rua Santa Luzia, 415.
Manoel Gomes de Sousa: competente farmacêutico, atendia com muita presteza às pessoas que o procuravam e a população da zona rural o procurava muito. Farmácia São Vicente. Rua São Pedro, 424 e depois passou a atender em sua própria residência. Hoje não trabalha mais, viaja sempre para visitar os filhos.
Seu Araújo (Manoel José Araújo): farmacêutico muito atencioso, em sua farmácia tinha uma sala reservada para atender a clientela que precisava de uma orientação e não queria recorrer a médico. Muito precavido quando o cliente explicava o que estava sentindo ele tinha o cuidado de fazer muitas perguntas para chegar a uma conclusão precisa e diagnosticar a doença e indicar os medicamentos certos. Quando solicitado visitava o doente, aplicava soro, injeção. Sua primeira farmácia funcionou na Praça dos Ourives, Farmácia Nossa Senhora da Saúde. Abriu outra farmácia na Rua Santa Luzia, 415 com o nome de Farmácia Padre Cícero. Mudou-se para a Rua São Pedro esquina com Leão XIII e depois para a Av. Castelo Branco. Está com 89 anos.
Seu Silvino Pereira: farmacêutico prático, porém tinha uma clientela certa e fiel. Dispensava às crianças um cuidado todo especial. Sua farmácia denominada Farmácia das Crianças, localizava-se na Rua Conceição esquina com Rua da Glória.

Enfermeiros 
Dade Magalhães, (Soledade Magalhães): a primeira enfermeira a exercer essa profissão em Juazeiro. Trabalhou no Posto de Profilaxia e Saneamento Rural em Juazeiro do Norte e na Farmácia dos Pobres. Deixou a farmácia para praticar o que mais gostava de fazer que era atender à população que precisava dos seus préstimos. Sempre acolhia os seus pacientes com muito carinho e era bastante solicitada para atender em domicílio na aplicação de soro, verificar pressão, aplicar injeção e fazer curativos. O endereço do seu ambulatório: Rua Padre Cícero, precisamente em frente a Praça Padre Cícero.
Moreninha (Áurea Cândido dos Santos): enfermeira muito procurada pela população que confiava muito em seus serviços. Prestou serviço no Sesc, Samdu e Posto de Saúde. Prestava serviço em domicílio e em sua própria residência na Av. Dr. Floro, 446.
Benício Sobreira Cartaxo: em meados da década de 50 chegou a Juazeiro com sua família. Aqui praticou com muito amor e abnegação o que aprendeu sozinho, ou seja, a cuidar de pessoas doentes. Enfermeiro prático, era muito solicitado para prestar assistência a pessoas operadas fazendo curativo, aplicando soro e injeções, medindo pressão, medindo temperatura. Às vezes o dia era curto para atender todos os chamados, pois no tempo em que prestava assistência aos doentes não existia muitos médicos. Seu Benício  não gostava de dar um não, apesar do horário. Inúmeras vezes saía de madrugada, com chuvas fortes, mas não deixava de cumprir com o dever de enfermeiro consciente do seu ofício. Morador da Rua Padre Pedro Ribeiro, 367.
Laís Norões: enfermeira diplomada, trabalhou no Hospital São Lucas e no consultório de Dr. Mauro Sampaio. Também exerceu a função de parteira. Reside na Rua São José, 576.
Mocinha (Josefa Alves dos Santos): enfermeira simpática, carinhosa e muito dedicada; amava ajudar as pessoas. Possuiu uma boa clientela porque confiavam muito no seu trabalho. Trabalhou muitos anos no Hospital São Lucas.  
Edésio, Aluísio e seu Araújo

Seu Silvino em sua farmácia e Leônidas Timóteo

Dade, Moreninha e Laís
Anúncios das farmácias publicados em jornais




Mensagens recebidas sobre o segundo ano da Coluna:

Lu Bezerra: Parabéns Neuma! Um grande abraço!

Dovaci Dalva de Araújo: Oi, amiga, parabéns!

Franci Temóteo: Beijos, Neuma. Parabéns, querida!

Carla Morais Landim: Parabéns, Neuma. Continue sempre assim firme e divulgando as boas lembranças.

Margarida Macedo Castelo: Parabéns querida prima! Sempre leio sua coluna e adoro.bjs

Ana Gonçalves: Não conhecia, gostei demais, recordar e viver. Não deixar morrer nosso folclore! Parabéns.

Lazaro Marques Lima: Parabéns, querida amiga, gosto muito da sua coluna, muito boa.

Sávia Maria Ferraz: Riqueza de lembranças que adoçam a nossa alma!!!!bjsss

5 comentários:

  1. Parabéns Prima querida,que Deus continue te iluminando a nos transmitir tantas recordacões maravilhosas. beijos

    Socorro romao

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  2. Querida Neuma e tão gratificante avivarmos a nossa memória eu,só tenho palavras de agradecimentos a você por esse trabalho magnífico.Deus te proteja que, você continue nos emocionando trazendo de volta essas lembranças que agente nunca esquece beijo grande.

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  3. Parabéns por resgatar memórias do Juazeiro. Sou filho de Edésio Carvalho, Ricardo. Meu pai trabalhou com meu avô e depois abriu a farmácia central na rua Alencar Peixoto. O endereço da casa do meu avô era rua Padre Cícero 476. Abraços.

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  4. Neuma,
    fiquei muito feliz ao ver os nomes do meu tio José Geraldo da Cruz, meu avô Pedro Carvalho e meu pai Edésio Carvalho, na relação dos farmacêuticos abnegados do Juazeiro de antigamente, no seu blog. Você resgatou um pouco da história da minha família e do nosso Juazeiro, que, infelizmente, faz muitos anos que não visito.
    Muito grato pela dedicação,
    Um forte abraço,

    Pedro Landim de Carvalho

    Um forte

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