sábado, 7 de abril de 2012

As fotos-relíquias do Estúdio J. Saraiva

08.04.2012


Faz algum tempo que organizei minhas fotografias (que não são poucas) e encontrei um álbum bem antigo, de folhas grossas e cor cinza, com um papel fino na frente para proteger a foto, e que se pregavam cantoneiras para colá-la. Que alegria senti quando abri o álbum e vi minha foto junto com minha irmã Regina, fotografada no famoso estúdio J. Saraiva, de Crato. Revivi então, a minha infância cheia de ilusões e de brincadeiras. Do meu cabelo comprido e castanho. E da euforia e expectativa que sentimos nesse passeio ao Crato para sermos fotografadas pelas lentes mágicas desse conceituado estúdio. No caminho passamos bem próximo do local, num pequeno morro do lado esquerdo de quem ia para o Crato, um pequeno túmulo com uma cruz pregada em cima, onde aconteceu o assassinato de Belchior, uma pessoa muito temida por seu comportamento intransigente e agressivo. A história que ouvíamos sobre ele era de assombração, que ele causava pânico e assombrava as pessoas. E o medo que nos atingiu quando passamos por esse local, o pavor e o coração batendo rápido acontecia sempre comigo quando sentia um medo grande, no momento me benzi com o sinal da Cruz. A viagem continuou e no horário já previamente marcado chegamos pontualmente na residência e estúdio de J. Saraiva. Fomos convidados para entrar numa sala; uma sala escura e nesse espaço a fotografia era tirada. Recebemos as instruções para que pose seria melhor, o jeito de como deveríamos nos posicionar para que ficasse perfeita, sem nenhum defeito. Como foi bom quando recebemos a foto, tivemos uma enorme surpresa, era colorida. Nessa época só  existia a foto preto e branco em nossa região. O charme e beleza de tudo isso, só descobrimos depois, que foram executadas pelas mãos habilidosas de Dona Telma Saraiva. Os juazeirenses sempre procuravam esse estúdio para fotos de formatura, de primeiro aninho de criança ou quando queriam uma foto bonita para colocar em porta-retratos ou em molduras para pregar na parede. Senti no momento que encontrei o álbum a necessidade de expor, mas como seria, pensei: é bom que coloque na minha coluna, mas só essa foto que tenho não tem muita graça, seria mais conveniente colocá-la junto de outras fotos interessantes que fazem parte do meu acervo pessoal. Eis que surgiu a oportunidade que tanto sonhara quando vejo na capa da Cariri Revista, edição 05, a foto de Telma Saraiva, e dentro da revista várias páginas contando sua vida, as suas nuances, a sua veia artística e o seu dom de pincelar com muito amor a fotografia que foi o seu viver até 2003. Hoje, ela revive seus momentos de glória e de  prazer com fotografias espalhadas pelo mundo a fora, sabendo que provocou nas pessoas a alegria de ter colocado sua arte em cada trabalho executado. Um detalhe interessante que deve ser mencionado aconteceu no casamento de minha prima Socorro Figueiredo Macedo. Foi contratado o trabalho do senhor José Saraiva para registrar o evento. Na Igreja Matriz a cerimônia do casamento tudo transcorreu normal, mas o coquetel na residência deu pane na energia elétrica gerada pela então, Celca. Todos pensaram que fazia parte do ritual, que tinha sido programado para causar um efeito mais bonito. Ledo engano, foi falta de energia mesmo, e agora o que fazer? Como fotografar no escuro? O flash da máquina era insuficiente, a sugestão surgiu rapidamente, que seria colocar velas em todos os lugares, que iluminasse o cenário para não prejudicar o andamento da festa e das fotos. Socorro contou emocionada esse fato e as fotos dizem isso. O fotógrafo muito habilidoso cumpriu fielmente o seu trabalho.  
                                 Abaixo mostro algumas fotos produzidas por Telma Saraiva:
1.Eu e minha irmã Regina. 2. Minha prima Socorro Romão

1. Meu primo Eudôrio Pereira Romão  2. Minha amiga Fátima Cruz.


Casamento de minha prima Socorro Macedo com Francisco Silva Lima (dá para perceber as velas que mencionei no texto).
   

domingo, 1 de abril de 2012

Enfoques que acontecem no período da Quaresma

01.04.2012

A quarta-feira de Cinzas dá início ao período quaresmal, período de quarenta dias que nos levam a uma reflexão sobre o martírio de Jesus, o seu sacrifício doando a sua própria vida para a remissão dos nossos pecados. Os nossos antepassados nas quartas e sextas-feiras não comiam carne e jejuavam, em sinal de respeito, de contrição e também como forma de oferecer a Deus um sacrifício. O tempo foi passando e os costumes foram aos poucos desaparecendo. Hoje, o rito que a Igreja Católica Apostólica Romana anuncia o jejum e a abstinência somente na quarta-fera de Cinzas e na sexta-feira da Paixão ou sexta-feira Santa. Alguns católicos mais fervorosos oferecem durante este tempo uma penitência como renunciar uma coisa que gosta muito de fazer, por exemplo : comer doces, assistir a filmes, usar maquiagem etc, e também visitam alguma igreja para meditar o exercício do caminho do Calvário, chamado de Via Sacra. Não se vê com tanta frequência como antigamente as pessoas praticarem este ato de salutar exercício. Após as cinco semanas da Quaresma, inicia-se a Semana Santa com a entrada de Jesus em Jerusalém, sua cidade. Aclamado com ramos que as pessoas apanharam no campo e os agitavam gritando: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” Após essa entrada triunfal em Jerusalém, Jesus é julgado pelo rei Herodes, que o mandou flagelar e o entregou para ser crucificado. Na terça-feira a igreja comemora a Procissão do Encontro, a aflição de Maria Santíssima vendo o sofrimento de seu filho, Jesus com a cruz às costas a caminho do seu martírio. É uma procissão que chama a atenção das pessoas e dos fieis porque as mulheres carregam o andor de Nossa Senhora e os homens carregam o de Jesus. Nesse percurso é meditada as estações, parando em casas de famílias que antes já se ofereciam para que sua casa recebesse o celebrante e a recitação do Evangelho. E no final quando acontece o encontro dos dois, de Jesus e Maria, o Padre faz a homilia registrando todo o sofrimento de Cristo. Na quinta-feira acontece o lava-pés e à noite as igrejas convidam os fieis para participarem da Vigília Eucarística. Estabelecendo-se horários para que a comunidade, os grupos e as pastorais orem diante de Jesus Eucarístico. Foi na participação da Ceia com os apóstolos que Jesus instituiu a Eucaristia. Na quinta-feira e na  sexta-feira, aqui em nossa cidade é costume subir a colina do Horto como mortificação. Em todo o percurso do caminho vemos toda a Via Sacra feita em alvenaria, quase em tamanho natural até à chegada ao pico da colina. Na sexta-feira à noite acontece a procissão do Senhor morto. No sábado próximo à meia-noite celebra-se a Ressurreição de Cristo, na qual já acontece o hino do Glória, que no período da Quaresma não é permitido cantar. A igreja fica toda ornamentada com flores, os altares voltam a receber as ornamentações que lhe são peculiares. Entoam-se cânticos alegres, o círio pascal é acendido e os participantes vibram com o anúncio da presença do Ressuscitado e do seu imenso amor para com todos nós. 
Aproveito a oportunidade e coloco em destaque vários modelos de Via Sacra que captei das igrejas de nossa cidade e de cidades que visitei e também da procissão de Ramos.    
1. Via Sacra do Caminho do Horto. 2. Igreja de São Miguel. 3. Santuário Basílica de Nossa Senhora das Dores. 4. Capela do Socorro. 5. Santuário do Sagrado Coração de Jesus. 6. Triunfo, PE. 7. Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Caruaru, PE) e  8. Igreja Matriz de Senhora Santana (Gravatá, PE)
Procissão de Ramos em Juazeiro (Santuário do Sagrado Coração de Jesus)

E-MAILS RECEBIDOS
Tia Neuma, que homenagem linda! Muito obrigado, fiquei muito feliz e adorei as fotos! Bons momentos! E é muito legal olhar pra trás e perceber que foram experiências como essas que me fizeram quem sou.
Um beijo do sobrinho,
Artur Menezes

Tia Neuma,
Boas recordações suas, das férias entre a sua casa e a casa do papai, da companhia dos primos, do seu "super cuidado" (só hoje entendo, depois dos pequenos terem nascido). Foram muitos anos de convívio de cujos detalhes lembro-me muito bem: macaca Kelly no pé de sirigüela, seus biscoitos de nata, picolés de coco, iogurte natural, o gabinete cheio de livros do Daniel, domingos assistindo à missa na matriz com o Daniel Júnior para depois "bilar" as meninas na Praça Padre Cícero, as músicas sempre troando no quarto do Michel... Muito disto, da mesma forma, vivido pelo Artur que, com certeza, também recorda com alegria.
Um grande abraço e beijo do sobrinho e família.
Eduardo Macedo