quinta-feira, 24 de março de 2016

Escola de 1º Grau Dona Maria Amélia Bezerra e as minhas lembranças na comemoração dos seus quarenta anos
Na manhã  ensolarada de 24 de março de 1976, dia de quarta-feira, precisamente às 9:40 teve início a solenidade festiva  da inauguração dessa unidade escolar que hoje debuta a sua maturidade, 40 anos de mudanças, progressos e muitas conquistas. Muitas autoridades estiveram presentes, como o então governador do Estado Cel. Adauto Bezerra, Cel. Humberto Bezerra, a delegada de educação Alacoque Bezerra, a homenageada Dona Maria Amélia Bezerra, administração, professores e funcionários. O sol irradiando com entusiasmo sua luz nas pessoas presentes como se estivesse feliz e destacasse a sua aprovação para este dia de grande festa para a comunidade do Bairro Pirajá. Ouvimos o discurso do governador, da delegada de ensino e da diretora. Logo em seguida  foi retirado o pano que cobria a placa comemorativa e depois a visita à escola. Sinto-me feliz em relatar tais fatos e de ter contribuído junto com os diretores e vice-diretores que me acompanharam numa trajetória de dezenove anos.
A Escola de 1º Grau Dona Maria Amélia Inaugurada em 24 de março de 1976 pelo então governador do Estado, Cel. Adauto Bezerra, filho da terra. O nome escolhido foi uma homenagem que ele prestou para sua genitora. A primeira diretora, Maria Luiza Diógenes Holanda Bezerra, acompanhou de perto o processo da construção da escola, desde os alicerces. A vice-diretora do turno vespertino, Maria D´arc Oliveira de Castro, participou junto com a diretora da lotação e da matrícula dos alunos, faltava o vice-diretor para o turno noturno. Maria D ´arc minha amiga de longas datas do tempo do colégio e da faculdade, por sinal terminamos juntas em 1973, me procurou para avisar que existia uma vaga para vice-diretora em uma escola que estava para ser inaugurada no mês de março, e ela seria uma das vices. Caso me interessasse ela me apresentaria à diretora que já estava preparando a lotação. A escola localizava-se no Bairro Pirajá, Avenida Castelo Branco, esquina com a Rua São Benedito e com a Rua do Limoeiro. Imediatamente respondi que sim, era o que mais queria, pois havia recebido um convite da professora  Quininha Santana, diretora da Escola Normal Rural para substituir a professora Lúcia Melo que ia entrar de licença por quatro meses. Não era do meu agrado, entretanto, exercer o magistério e sim cargo burocrático. Acompanhada de D´arc fui até a residência de Dona Maria Luiza, que ficava bem próxima de minha casa e da casa de D´arc. O primeiro momento foi de conhecimento nosso, de simples cumprimento. O segundo momento consistiu em acompanhá-las até a Dere (Delegacia Regional de Ensino) sob a direção da Professora Dona Alacoque Bezerra, que na época ocupava o cargo de delegada de ensino. O prédio onde funcionava a Dere ficava na Rua Padre Cícero esquina com Rua do Cruzeiro. Estivemos lá em uma tarde de um sábado do mês de fevereiro para que Dona Maria Luiza apresentasse a lotação com os professores escolhidos e a vice-diretora para o turno da noite. Fui apresentada então, para Dona Alacoque como a pessoa escolhida para ocupar o cargo. Fui aceita. Nesse ínterim já ficou marcada uma reunião para discutirmos a lotação dos professores da noite.  Marlene Alves da Fonseca e Maria Zilma Bezerra, secretária e auxiliar de secretaria  exerceram um papel importante visitando às famílias em busca de alunos para serem matriculados na nova escola.
Eis a relação do quadro de funcionários da escola a ser inaugurada. 


Como a escola ainda estava em construção foi necessário improvisar um local para o processo de matrícula. E o que foi feito?.  Os operários da construção emprestaram uma tábua que foi colocada em cima de duas colunas de tijolos e assim aconteceu de forma tão precária a matrícula dos futuros alunos.
A ética, o amor ao trabalho e a dedicação, pilares que nortearam a administração  disseminada pela vontadosa e dinâmica Maria Luiza. Quanta disposição! Era um exemplo extraordinário para funcionários, professores e alunos. Na memória ainda guardo os alunos enfileirados no pátio e logo em seguida se encaminhavam para as devidas salas. Na segunda-feira eram hasteadas as três bandeiras, do Brasil, do Estado e da Escola, as hastes dispostos na entrada da escola, e no pátio os alunos em fila entoavam o Hino Nacional. Que cena bonita! A merenda escolar era diversificada e preparada  com muito zelo. E a distribuição organizada pelas próprias merendeiras. Através de uma parceria firmada com a Fundação Sesp era oferecido atendimento odontológico. Acompanhamento pedagógico, bem como a parte de aprendizagem dos alunos era feita com a supervisora Vanda Onofre.  Extinto o cago de Supervisão Escolar surgiu o papel do Orientador Educacional, que ficou a cargo da orientadora Stela Inácio de Sales e posteriormente com a orientadora Cleide Fernandes. Trabalho feito de mãos dadas, toda equipe engajada na busca do bem comum. Compromisso de todos com a educação e o crescimento escolar dos seus alunos. Não posso deixar de mencionar as festas juninas promovidas pela escola para angariar fundos para a aquisição de bens para melhoria da escola A compra do serviço de som para colocar músicas para diversão dos alunos no intervalo e também era o modo de anunciar o horário de entrada dos alunos, troca de professores e hora do intervalo.. E a construção da bica e quatro chuveiros para a utilização dos alunos após a prática das aulas de Educação Física. A sala das Bandeiras composta da bandeira de todos os Estados brasileiros e foram adquiridas através de ofício enviado a cada governador do Estado que prontamente atendeu à solicitação. No dia da inauguração estiveram presentes várias autoridades e todo o corpo da escola. Não foi esquecido o cuidado com a natureza por meio do plantio de várias árvores como jambo, café, mangueira, castanhola e também grama para arborizar a escola e torná-la mais ventilada. A sala do pré-escolar toda pintada com motivos infantis causava admiração a todos que a visitavam. Iniciativa da professora do pré-escolar e da diretora que convidou o comerciante Geraldo Farias para apadrinhar a sala e, graças a essa ajuda se conseguiu arrumar e embelezar a sala.  E a coroação  de Nossa Senhora no dia 31 do mês de maio era linda. Crianças em traje de anjo, alunos da escola e moradores da redondeza compareciam eufóricos e alegres para participar. A comunidade era convidada e em massa comparecia. Datas comemorativas sempre eram vivenciadas pela comunidade escolar.  Ambiente de muito calor humano, de harmonia, de ordem e disciplina foi o que existiu sempre no período em que estive exercendo a função que me foi delegada. Finalmente tudo ficou pronto em tempo recorde. O número de matrículas atingiu o número de 375. Lotação completa para os três turnos e os aparatos da inauguração na mais perfeita ordem. Ocupei inicialmente o cargo de vice-diretora e depois o cargo de diretora financeira. Nessa minha caminhada atuei com os seguintes diretores: com a primeira diretora, Maria Luiza Bezerra e a vice Maria D´arc de Castro; Vice  Cícera Germano Correia; Vice e diretora Ledimar Pinheiro; Vice e diretora Jucileide Pinto; Vice Luiza Vieira e finalmente com a diretora Socorro Alves Almeida e a vice Claúdia Rocha. Recebi minha carta de afastamento no dia de Nossa Senhora das Candeias, 02 de fevereiro de 1995, das mãos da então delegada de educação do município, Maria Lourêto de Lima. A diretora Socorro Almeida junto com a vice Cláudia Rocha me proporcionaram uma alegria imensa com a  celebração da Santa Missa celebrada por padre José Alves de Oliveira no pátio dessa escola. Alunos, pais, professores e funcionários, a Dere  participaram desse momento em que me despedia dessa amada escola, lugar em que desenvolvi um trabalho sólido pautado na amizade, no respeito e no bem para com o outro, os nossos educandos. Discurso que proferi nessa ocasião:
15 de fevereiro de 1976. Início de minha trajetória como Vice-Diretora do turno noturno da Escola de 1° Grau Maria Amélia Bezerra. Consegui o cargo graças à ajuda da Delegada de Educação da época, dona Alacoque Bezerra, e à interferência de minha amiga e ex-colega de faculdade Maria D 'arc Oliveira de Castro.
Comecei, então, a trabalhar ao lado da primeira diretora dona Maria Amélia, a estimada amiga Maria Luiza Bezerra. Entramos com unhas e dentes nas atividades. tendo em vista o melhor funcionamento da escola.
Os trabalhos iniciais de instalação e inauguração exigiram  de todos um grande sacrifício. Fizemos matrículas, participamos da escolha dos funcionários e da lotação dos professores, executamos trabalhos de limpeza do prédio, carregamos até pedras, para apressar o término da construção, convocamos a comunidade e dividimos as tarefas.
Sacrifício e entusiasmo andavam juntos, por isso tudo foi feito em tempo recorde. Com os preparativos concluídos, ainda  hoje guardo com nitidez na memória, o feliz e esperado dia da inauguração: 24 de março, festa de aniversário do Padre Cícero. Horário: 10 horas da manhã. O destaque foi a presença da homenageada - Dona Maria Amélia Bezerra. Naquele momento, o medo, o receio, a ansiedade, tudo isso tomava conta de mim, deixando-me visivelmente tensa. Experiência no magistério e em direção, sinceramente, nenhuma. Só muita garra e muita vontade de vencer.  Assim, enfrentei os obstáculos da minha árdua tarefa. Ressalto a cooperação das colegas de trabalho, como Maria Luiza, Fonseca, Maria D 'arc, Luiza Viera, Zilma, Zulmira, Das Neves, Rita e tantas outras. Essa cooperação incentivadora  e determinante.
Encontrei durante o percurso carinho, afeição, bondade, respeito, disposição e, sobretudo, muita amizade de todos. Concluí com isso que é na amizade que encontramos uma base de imenso valor, que torna o nosso relacionamento mais eficiente e proveitoso.
Foram-se passando os anos. O calor humano das colegas de trabalho continuou durante a caminhada. Pouco tempo depois, mudou a direção. Professores foram transferidos, alguns se aposentaram, alunos estavam concluindo o primeiro grau. E meu trabalho prosseguia, férias, às vezes, nem gozava, porque o dever me chamava. Outras vezes nem sequer me ausentava da cidade, preferindo ocupar as férias no próprio trabalho para não ficar tão ociosa.
Os anos continuaram passando. A escola foi ampliada com a construção de outras salas de aula, provocando um maior número de matrículas, contratação de novos professores para suprir a carência destas novas salas, e a mudança do nível da escola, devido ao grande contingente de alunos: cerca de mil e quinhentos!
Depois, novas mudanças. Desta vez inquietantes, com professores remanejados. diretoras se aposentando, alunos que não queriam mais estudar, trabalhosos, a saudade das colegas ausentes, o cansaço físico e mental... Tudo isso contribuiu para despertar em mim um incontido desejo de parar. Não foi fácil.  A 5a Dere insistiu para que eu continuasse. Reconsiderei a posição. Mas logo depois, a disposição e a garra que me acompanhavam no início, foram se esvaindo, e aí não foi mais possível.
Nesta oportunidade, digo com absoluta certeza, que este foi o momento exato. Não quero de maneira alguma, levar ou deixar mágoas. Agora o que eu quero de fato é deixar aqui registrado o meu mais profundo agradecimento a tantos quantos me cercaram de atenção durante esta longa caminhada,
Na pessoa da professora Maria Loureto de Lima, que foi tão tolerante, compreensiva e prestativa com o meu trabalho, atendendo-me com rapidez e solicitude em todas as vezes em que, no exercício da minha função a procurei, quero expressar a mais carinhosa manifestação de minha gratidão a todos os funcionários da 5a Dere. De todos recebi sempre o mais cordial atendimento, razão por que evito a citação de nomes para não correr o risco da omissão de algum.
E daqui, especialmente, onde também fui alvo de atenção carinhosa por parte de todos os funcionários, desde o mais simples até à Diretora, deixo o meu mais profundo agradecimento, ao mesmo tempo em que, humildemente, peço desculpas se alguma vez inconscientemente fui rude ou insensível. No meu trabalho, durante todo o tempo em que aqui estive, procurei dar tudo de mim para o perfeito funcionamento escola, E hoje, no tão aguardado dia da despedida, faço um balanço dos momentos felizes e dos dissabores, aqui passados,  constato que o saldo foi positivo. Valeu a pena como experiência de vida e principalmente como prestação de serviço como funcionária pública a uma comunidade carente, onde fiz muitas e boas amizades.
Encerro minhas  palavras, deixando no ar e dentro do coração este pensamento de Camilo Castelo Branco, com um reflexão: 
Há uma coisa mais aviltadora do que o desprezo: é o esquecimento. 
Peço, portanto, a todos: não me esqueçam, porque eu não vou esquecê-los nunca!
Obrigado!
Tereza Neuma de Macedo e Silva Marques

MEMÓRIA FOTOGRÁFICA



















COMENTÁRIOS SOBRE A COLUNA ANTERIOR (BAZAR PARA UMA BOA CAUSA)
Mirna Figueiredo: Sem sombras de dúvidas foi um sucesso por ter dentro de todos que participaram Deus no coração e coroados com o espírito humano de ajudar e edificar a palavra de Deus, e muito obrigada minha prima Analuce Caneca por nos deixar participar e nos apresentar uma história tão linda e Neuma Macedo por estar sempre nos guiando nos caminho da,paz, amizade e fraternidade e a essa família da qual faço parte o meu carinho e amizade sempre, amo todas essas primas queridas beijos em cada uma!!!!
Analuce Caneca: Sempre acreditei no trabalho em equipe! Foi muito mais do que o esperado! Um sonho realizado é tudo de bom! Obrigada a todos que acreditaram, doaram e participaram! Obrigada, minha irmã querida por ter me apresentado Dasdores e ter ajudado a realizar o bazar!