quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Recordações: dois anos

Com muita alegria quero comemorar com meus leitores a passagem do segundo aniversário desta coluna. O momento é oportuno para agradecer a todos pela carinhosa atenção que tenho recebido desde a publicação da primeira edição. O carinho manifestado através dos comentários enviados por e-mails tem me estimulado a continuar este trabalho semanal ao qual tenho me dedicado com muito afinco. A todos o meu muito obrigado de coração.
E vamos à coluna de hoje.




Bateu a saudade de...
Neste início de Ano Novo fiz uma pequena viagem a passeio e tive oportunidade de fazer uma reflexão sobre minha vida, e terminei relembrando fatos agradáveis e desagradáveis. Então:

Bateu a saudade de...
Seu Anísio vendedor de quebra-queixo que toda tarde parava em nossa casa para nos abastecer de seu doce precioso;
Do peixe que Francisquinha de Joaquim do Pinga Certo preparava toda sexta-feira, que delícia, ainda sinto o gosto;
Das colegas do Colégio Mons. Macêdo, principalmente Glória Lopes, Marleide Cabral e Jane Menezes, que partiram para outra vida;
Do casal de arara amarela e azul que morava no quintal da casa dos meus pais;
De colecionar álbuns com figurinhas de ursinhos, moranguinhos, amar é...;
Do vendedor de mel que passava ao meio dia em nossa rua gritando, “olha o mel de engenho, vai passando o mel”;
De minha casa cheia de crianças para brincar com os meus filhos: Edilson (hoje padre Leandro), Wilson, Williams, Marcos, Edson (falecido), Manoelzinho e Maurinho;
Dos salgadinhos que Nina Batista preparava e seu sobrinho, Roberto vendia;
Das bolinhas de imburana que comprava na Rua São José próxima ao Museu do Padre Cícero;
Dos dias que passávamos na casa de mamãe em Fortaleza no período de férias com Michel e Daniel Junior, meus filhos;
Do raspadinho de gelo com refresco de morango da Rua Santa Luzia;
Do caldo do Jaçanã Lanches, que na volta da faculdade com bastante fome, lá pelas 22h matava quem estava nos matando;
De embalar meus filhos me balançando na rede;
De embalar minhas netas bebezinhas;
Almoço e jantar dos quatro (Eu, Daniel, Michel e Daniel Jr.) no lugar prazeroso de minha casa a copa;
De seu Zeca e de dona Maria, meus sogros;
De ouvir mamãe dizer todo sábado quando ligava para ela: “É Neuminha?”;
De ser a primeira dentista dos meus filhos e de minhas netas;
Dos filhós do mercado feitinhos na hora;
Das brincadeiras de bonecas com minhas irmãs;
De ouvir meu pai me chamar de “minha princesinha”;
De visitar tia Laura na Rua Leandro Bezerra e dos seus carinhos;
Da capa de chuva vermelha e da sombrinha de bolinha quando ia para o Colégio Domingos Sávio;
De levar meus filhos para o parque de diversões;
De rezar o terço com mamãe, não tinha jeito ela cochilava e não respondia;
Das pessoas que trabalharam comigo na Escola Maria Amélia e que me ajudaram bastante no turno noturno, turno que dirigi durante dezenove anos;
De rezar toda tarde com Adelina Cordeiro, depois que ela perdeu a visão;
Da alegria que recebia de minha cachorrinha Brahma;
De brincar de bigurrilho e ganhar o prêmio.             

Não bateu a saudade de:

Purgante de Óleo de Rícino que era obrigada a tomar de seis em seis meses;
De colocar veneno na cabeça, Detefon para eliminar os piolhos;
De encerar o taco com querosene na casa dos meus pais;
De enrolar o cabelo com papelotes para cachear;
Das provas escolares dos meus filhos, ficava tão preocupava que parecia quem ia fazer provas era eu;
Das enxaquecas que sentia quase diariamente;
Da casa que morei na Rua Padre Cícero, 960;
Do desespero que sentia quando Michel adoecia; 
Da lotação que nos pegava na Escola Maria Amélia às 22:15 e nos deixava em casa, e o pior de tudo: a última a descer era eu;
Do meu cabelo longo e castanho.

 
                  Francisquinha                                        Dona Adelina

 
 Jane e Glória                                                     Papai e mamãe


  
    Tia Laura                                Zeca e Maria Almeida

 
 Seu Paulo vendedor de quebra-queixo em Triunfo, PE