segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

A definição e a importância da Porta Santa da Misericórdia

Em 13 de março de 2015, na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco anunciou que proclamará em 8 de dezembro do corrente ano, na festa da Imaculada Conceição o “jubileu extraordinário” centrado na “misericórdia de Deus” e, percorrerá todo o ano de 2016, e concluir-se-á a 20 de novembro de 2016 na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo .”
A abertura do Jubileu coincidirá com o cinquentenário do encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II, que aconteceu em 1965 e reveste este ano santo de um significado especial, encorajando a Igreja a prosseguir a obra iniciada no Concílio.
No Jubileu, as leituras para os domingos do tempo comum serão extraídas do Evangelho de Lucas, chamado “o evangelista da misericórdia”. Algumas das parábolas mais conhecidas escritas por ele são as da ovelha perdida, a da moeda perdida e a do pai misericordioso.

·   O que é um Ano Santo ou Jubileu Extraordinário?
·   Na tradição católica, o Jubileu é o ano que a Igreja proclama para que as pessoas se convertam em seu interior e se reconciliem com Deus, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos sacramentos e da peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um peregrino” (MV 14). Em todos os anos santos é possível ganhar indulgências, graças especiais que a Igreja concede e que podem ser aplicadas à remissão dos próprios pecados e suas penas, ou também aos defuntos que estão no purgatório. O lema deste Ano Santo é “Misericordiosos como o Pai”, e a principal intercessora do Jubileu é Nossa Senhora de Guadalupe, Mãe de misericórdia. A cada 25 anos, a Igreja celebra um Ano Santo Ordinário. O próximo será em 2025. Fora dos anos santos ordinários, a celebração do Ano Santo é “extraordinária”.
       O que são as obras de misericórdia?
    Existem 14 obras de misericórdia, 7 espirituais e 7 corporais.
Obras de misericórdia corporais:
1.   Dar de comer a quem tem fome;
2.   Dar de beber a quem tem sede;
3.   Vestir os nus;
4.   Visitar os doentes;
5.   Visitar os presos;
6.   Acolher os peregrinos;
7.   Enterrar os mortos.
Obras de misericórdia espirituais:
1.   Dar bom conselho;
2.   Corrigir os que erram;
3.   Ensinar os ignorantes;
4.   Suportar com paciência as fraquezas do próximo;
5.   Consolar os aflitos;
6.   Perdoar os que nos ofenderam;
7.   Rezar pelos vivos e pelos mortos.
  
O Papa Francisco fechou no domingo, 20 de novembro, a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, encerrando, assim, o Jubileu da Misericórdia. Palavras do Papa Francisco: “Assim como Deus acredita em nós próprios, infinitamente para além dos nossos méritos, assim também nós somos chamados a infundir esperança e a dar uma oportunidade aos outros. Com efeito, embora se feche a Porta Santa, continua sempre escancarada para nós a verdadeira porta da misericórdia que é o Coração de Cristo”.
Durante o Jubileu Extraordinário tive a felicidade de adentrar em 14 igrejas e santuários em busca da misericórdia de Deus, Nosso Pai:
Basílica de Nossa Senhora das Dores, Juazeiro,CE; Catedral de Nossa Senhora da Penha, Crato,CE; Catedral de Santo Antônio, Garanhuns,PE; Catedral Metropolitana de Brasília, Brasília,DF; Catedral de Santo Antônio, Salgueiro,PE; Paróquia Catedral de Nossa Senhora de Fátima, Paulo Afonso, BA; Catedral Metropolitana de Goiânia, Goiânia,GO; Catedral Metropolitana de Florianópolis, Florianópolis,SC; Catedral de Nossa Senhora da Piedade, Cajazeiras,PB; Paróquia de Santo Antônio, Barro,CE; Catedral Nossa Senhora do Amparo, Delmiro Gouveia,AL; Santuário Santa Paulina, Nova Trento,SC; Santuário do Divino Pai Eterno, Trindade, GO.

Agradeço a Deus tantas bênçãos e graças que Ele tem derramado sobre nós. E em todas as nossas viagens que fazemos não deixamos de visitar as igrejas para agradecer.
Feliz Natal para todos! .  


















    

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O diário da belíssima flor Bola de Natal

Sou uma pequena batata, fui colocada e enterrada na terra. Algum tempo depois minhas folhas surgem bem verdes e viçosas. De repente, as minhas folhas começam a amarelar, a impressão que dou para o meu dono é que estou morrendo. Fico totalmente pelada, feia e sem vida. Aproxima-se o mês de dezembro, mês da celebração do Natal, quero me preparar para encantar todos filhos de Deus com a minha cor majestosa, a minha penugem que as abelhas saboreiam e dia a dia dou um sopro de vida para embelezar os jardins e receber delicadamente o filho de Deus, na manjedoura. Amigos e amigas, um Feliz Advento, e que a chegada do Menino Jesus nos encontrem todos felizes e crentes de sua presença em nossas vidas.
Eis as fotos da minha transformação









segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Apogeu e queda dos orelhões

         
Aprecio muito coisas que de imediato despertam a minha atenção. Como por exemplo, tipos folclóricos, artesanato da região visitada e coisas inusitadas. Nas viagens que faço com Daniel não dispensamos visitas a museus, igrejas e lojas de artesanato. E em muitas viagens que fizemos, quando encontrava orelhões caracterizados, a primeira providência era posar para fotografia. Vejamos a trajetória da telefonia no Brasil, como tudo começou e o que consegui fotografar.
Os telefones públicos no Brasil existem desde 1920, mas foi só em 1934 que foi adotado um sistema que possibilitava a cobrança antecipada, feita por moedas. Nesta época, os aparelhos ficavam em postos telefônicos e estabelecimentos credenciados, como padarias, cafés e bares. Foi apenas em 1971 que os telefones começaram a ocupar as ruas. São Paulo foi o primeiro Estado a receber cabines (13), feitas com vidros e cilindros. Logo depois, a arquiteta Chu Ming Silveira criou uma cúpula oval em fibra de vidro que foi acoplado a um suporte de metal, design que é adotado até hoje. O telefone público já foi muito útil. Mas agora parece esquecido, mesmo funcionando. Houve um tempo em que ninguém saía de casa sem uma ficha telefônica. Era um tempo em que celular nem existia. Ou era coisa de gente rica. Mas isso já tem mais de 20 anos. De lá pra cá, a ficha virou cartão, o celular ficou muito mais acessível e as coisas mudaram.
Com poucos usuários e cada vez mais invisíveis, mais da metade dos orelhões instalados no País poderão estar com os dias contados. Em um cenário onde há mais linhas ativas de telefone móvel do que habitantes, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estuda reduzir em até 60% o número de telefones públicos disponíveis. Apesar deste desuso, sempre haverá a necessidade de se ter um telefone público em uma cidade. Ele sempre poderá ser útil a um viajante ou alguém que está sem celular.
Assim amigos leitores vocês de alguma forma viajarão comigo através destas fotos e também conhecerão um pouco de como surgiu a telefonia no Brasil.
Paz e bem para todos. Até breve.























quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Mulheres de oração e de compromisso com a Igreja

Setembro é o mês da Bíblia, e tem sentido a escolha pela Igreja porque no dia 30 de setembro é dia de São Jerônimo (ele nasceu no ano de 340 e faleceu em 420 dC). São Jerônimo foi um grande biblista e foi ele quem traduziu a Bíblia dos originais (hebraico e grego) para o latim, que naquela época era a língua falada no mundo e usada na liturgia da Igreja.
A Bíblia é hoje o único livro que está traduzido em praticamente todas as línguas do mundo e que está em quase todas as casas. Serve de “alimento espiritual” para a Igreja e para as pessoas, e ajuda o povo de Deus na sua caminhada em busca de construir um mundo melhor.
Tudo que está na Sagrada Escritura foi inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça. A Bíblia foi escrita por pessoas chamadas e escolhidas por Deus e que foram inspiradas através do Espírito Santo. Ela revela o projeto de Deus para o mundo; serve para que todos possam crescer na fé e levar uma vida de acordo com o projeto de Deus. Por isso, ela é a grande “Carta de Amor” de Deus à Humanidade.
Na Bíblia encontramos textos para as diversas situações da nossa vida. Ela ajuda a fortalecer a nossa fé; é útil na nossa formação, nos momentos de crises e dificuldades, na dor, na doença ou na alegria. Para todas as realidades encontramos textos apropriados.
Na verdade, todo mês devia ser Mês da Bíblia; todo dia devia ser Dia da Bíblia. Por isso, a Bíblia não pode ser apenas um ornamento em nossa casa. A Palavra de Deus deve ser o nosso alimento de cada dia e o mais essencial ainda é buscar nela o sustento para a nossa vida.
É um costume meu observar de longe às pessoas, de dirigir um pequeno cumprimento como: bom dia, boa tarde ou boa noite e de agradecer por um favor recebido, uma gentileza. E foi nestas minhas observações que descobri a versatilidade de dona Ana Bibiano, Ministra da Eucaristia, Catequista, Associada do Apostolado da Oração. Membro da Pastoral dos Vocacionados na Paróquia do Menino Jesus de Praga. É uma verdadeira missionária, visita os doentes levando a Eucaristia e a palavra de Deus através de uma conversa de estímulo ou com orações. Apesar da idade e de tantas atividades na igreja, ainda encontra tempo para fazer artesanato. E como o faz bem. Na comemoração do seu aniversário, distribuiu com os presentes que estavam na missa, flores em E.V.A. feitas por ela.

Dona Antonieta Correia Lima (conhecido por Madrinha) e Socorro (conhecida por Corrinha) são irmãs. Diariamente participam da celebração da Santa Missa, no horário matutino. Conheci-as no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, na missa das 6h. De longe, as observava tão contritas e fervorosas, e esta maneira delas me deixava admirada. Quando mudei para o bairro Novo Juazeiro, as encontrei na missa de 6h30. Pensei comigo, elas mudaram para este bairro. Certo dia, me aproximei delas e perguntei: Vocês moram aqui perto? Corrinha respondeu que moravam no bairro Leandro Bezerra, próximo do Parque São Geraldo. Perguntei: E vocês vêm de transporte? Não, respondeu Corrinha, a gente vem a pé. Que disposição, respondi para elas, que Deus continue abençoando vocês e dando-lhes muita saúde. 
E o mais incrível é que a maior parte da celebração da Santa Missa elas ficam ajoelhadas. Madrinha, na sexta-feira, participa da celebração da Eucaristia na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, sai de casa 5h10min, um pouquinho ainda no escuro, a pé. Na segunda-feira, quarta-feira e sábado, as duas assistem à Missa no Santuário de São Francisco das Chagas, no horário de 6h. Nos outros dias, participam da celebração da Missa de 6h30min na Paróquia do Menino Jesus de Praga. São legionárias de Maria e dona Antonieta faz parte da Confraria do Imaculado Coração de Maria dos Franciscanos. Nos meus momentos de aflição recorro a elas para pedirem a Deus para que seja resolvido o que estrou precisando, porque acredito que a oração feita por elas sejam atendidas mais rápidas devido à fé e à devoção que dedicam a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Maria Luci Alves, dona Luci. Durante quase quarenta anos fui sua vizinha na Rua Santa Rosa. Ela e sua mãe, dona Biluca, comercializavam com miudezas na feira livre de nossa cidade e nas festas do padroeiro das cidades vizinhas. Muita envolvida com os trabalhos da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, participou com muita garra das campanhas levantadas pelo padre Nestor para construção do Santuário. Ela diz que tem um pedacinho dela lá. Sem falar do grande número de crianças que preparou para a Primeira Eucaristia. Tempo dedicado ao mister de catequista: 27 anos. Recebeu uma homenagem da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus pelo empenho e dedicação como catequista. Fez parte da Pia União das Filhas de Maria, da Matriz de Nossa Senhora das Dores; Cooperadora do Salesiano; Membro da Associação de Nossa Senhora Auxiliadora e foi madrinha do Oratório São João Bosco. Dona Luci venceu uma grave doença (AVC) que a deixou por um período impossibilitada de participar dos momentos religiosos que tanto ama fazer, mas Deus a curou. Voltou às suas atividades na Paróquia e quando descia as escadarias da igreja defronte a Rua Célia Moraes sofreu uma queda, fraturou o braço, e  este problema a afastou mais uma vez de suas práticas religiosas. Não desanimou, tratou do problema e hoje, um pouco debilitada ainda, vai toda sexta-feira acompanhada de Francinete Cansanção, à noitinha, participar do Terço das Mulheres. E louva a Deus por estas graças alcançadas e continua firme na caminhada da fé.
Maria de Lourdes Bezerra Araújo, dona Lourdes. Pessoa delicada, meiga e muito religiosa. Morou próximo da Igreja dos Salesianos e foi zeladora do Apostolado da Oração dessa igreja. Quando mudou para o bairro Novo Juazeiro procurou logo se entrosar com os movimentos da Igreja do Menino Jesus de Praga como grupo de orações, missas diárias. E introduziu na igreja o terço no dia 24 de cada mês em homenagem a Nossa Senhora Auxiliadora. A primeira recitação do terço na paróquia aconteceu no dia 24 de fevereiro de 1996. Foi emocionante o momento porque veio seu irmão Jaime Melo e uma comitiva da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus participar do evento. Sentindo falta das reuniões e das ações promovidas pelo Apostolado da Oração procurou o Mons. José Alves, que era o pároco naquela época e sugeriu a criação do Apostolado na Paróquia. Com a aquiescência do padre reuniu o grupo que já fazia parte e marcou uma reunião com a presença do
Mons. José Alves para escolha da diretoria. Dona Lourdes foi aclamada por unanimidade a presidente. No dia 1º de agosto de 1999, data escolhida para a posse da diretoria, ela apresentou sua renúncia alegando não ter condições de assumir um cargo de tanta relevância devido a sua saúde frágil. Porém, apresentou a importância e necessidade do apostolado nas paróquias. Em seu lugar assumiu Socorro Pinheiro por dois anos e há dez anos Mírian Callou Morais é a presidente. Ela também recebe a Capela de Mãe Rainha todos os meses em sua casa e faz questão de levá-la para a casa que vai recebê-la  Todos os domingos dona Lourdes senta-se no banco da primeira fila do lado da Capela do Santíssimo e participa com muito fervor da celebração da Santa Missa. Após a missa é muito cumprimentada por amigos e amigas que sentem prazer em receber dela um abraço caloroso e de muito carinho.


Raimunda Carmina Sales, senhora muito alegre e satisfeita demais com a vida. Por isso diariamente se dirige bem cedinho para o Santuário do Sagrado Coração de Jesus para agradecer tanta bondade que Deus tem lhe proporcionado. E o faz da melhor maneira possível, participando da celebração da Santa Missa. Mostra com muito orgulho os quadros, pregados na parede, de associada do Apostolado da Oração do Santuário Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores; é associada da Confraria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro da Capela do Socorro. É muito devota do Padre Cícero e no dia 20 de cada mês veste roupa preta. Em Maio, mês dedicado a Maria Santíssima, veste durante todo o mês roupa branca, e no mês de outubro, dedicado a São Francisco, veste marrom. Todos os anos, no mês de janeiro, dia de São Sebastião, faz a Renovação do Sagrado Coração de Jesus. É uma pessoa dinâmica, brincalhona e ainda trabalha no Hospital São Lucas. É aluna da faculdade da terceira idade da Unileão e é muito querida pela turma.

Josefa Teles Pereira, conhecida por dona Neném, foi comerciante ambulante em feiras durante muito tempo. Muito contrita em relação aos preceitos da nossa igreja católica foi durante alguns anos catequista de crianças,  preparando-as para a Primeira Eucaristia do Santuário de São Francisco das Chagas. Participou da construção da igreja carregando pedras e também vendendo rifas. É membro da Ordem Terceira Franciscana, desde 1954. É zeladora da Confraria do Imaculado Coração de Maria. Anos a fio visitou as famílias levando a imagem de São Francisco para os moradores da Rua Santa Rosa, angariando fundos para o Santuário no mês dos festejos de São Francisco. Hoje não se permite mais levar a imagem do Santo da Ecologia, São Francisco, porque as pernas, já cansadas, não permitem.
Eis, caros leitores, uma pequena amostra de bondosas mulheres juazeirenses que se dedicam ao lindo gesto da partilha, da solidariedade, gestos estes ensinados por Jesus quando peregrinou na terra.
Mulheres de Deus, continuem rezando por nós!



sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Viajar é bom demais!

Vez por outra, enfadados da nossa rotina diária arrumamos as malas e viajamos. O aposentado goza desse privilégio, pois já batalhou muito e precisa usufruir dos prazeres que a vida lhe proporciona. Nesta nossa última viagem, no finalzinho do mês de julho, fomos a Piranhas, AL. Daniel foi participar como ouvinte do Seminário Cariri Cangaço, organizado por Manuel Severo e me levou como sua copiloto, é assim que ele me chama. Interessante é que sempre descubro novidades e coincidências que me fazem dar boas gargalhadas. Isso para mim é um verdadeiro encanto, rir, sorrir, encontrar novas pessoas, enfrentar desafios e assim vai. Na recepção do hotel em que ficamos hospedados, descobri uma xará, o mesmo nome meu, Tereza Neuma. Não contei conversa, pedi a sua permissão para que tirássemos uma foto juntas. 
No dia seguinte, fomos a Paulo Afonso, BA. Visitamos algumas lojas e no restaurante onde fomos almoçar encontramos com o meu dentista Murilo Wagner Almeida, sua esposa e os filhos. Surpresa muito agradável. Após o almoço conversamos um pouco e para finalizar recorri ao garçom para clicar este momento singular. Aí aconteceu um fato curioso. A igualdade no preço dos nossos pratos (meu e de Daniel), mesmo tendo alimentos em quantidade e tipo diferentes.  No Caixa falei para o proprietário que devíamos receber uma bonificação, ele riu e nada respondeu. 
Passando na avenida principal de Piranhas na cidade baixa, vi um quiosque com artesanato de barro, cactos e outros objetos. Entramos e fui logo admirando um jarrinho com uma bela “Coroa de frade”. Vi o proprietário saboreando numa bacia de plástico (e não era muito pequena) pão esfarelado com leite. Então, lembrei imediatamente de seu Zeca, meu saudoso sogro, como ele gostava de saborear essa iguaria, preparada com muito amor por dona Maria, minha saudosa sogra. E entre conversas e lembranças chega sua esposa, dona Maria Tereza, tomando um delicioso café com leite, aí bateu aquela saudade da minha infância, a nossa primeira refeição era essa. Bem quentinho com o pão aguado comprado na padaria de seu Dadá Queiroz, na Rua Padre Cícero. Que pena, essa refeição que tanto apreciava não é mais permitida para mim. Nisso descubro sentado numa cadeira bem tranquilo um senhor ouvindo nossa conversa. O dono do quiosque, seu Juarez, me apresenta dizendo este é o preto velho, ele levanta da cadeira e diz: eu me chamo Bento, mas todos me conhecem por Preto Velho. E como parece! Pergunto para ele, o senhor conhece a Oração de São Bento? Ele diz que não conhece, aproveito e recito: “A cruz sagrada seja minha luz! Não seja o dragão o meu guia! Retira-te Satanás, nunca me aconselhes coisas vãs! É mau o que tu me ofereces. Bebe tu mesmo os teus venenos! Digo para os dois que me escutam que o poder desta oração é muito forte, São Bento nos protege de animais peçonhentos, de cobras e da inveja. Compro o cacto, um chapéu, sou fã dessa indumentária e me despeço. 
À noite, assistimos a abertura do Seminário Cariri Cangaço no Centro Cultural Miguel Arcanjo, com apresentação de um grupo teatral local focalizando a emboscada dos policiais ocasionando a morte do bando de Lampião. Uma bela apresentação! Os atores vestidos a caráter e com excelente desempenho. 
No dia seguinte, curtimos um passeio de lancha nas águas do Rio São Francisco. Tivemos que parar por um tempo porque a chovia muito e nos abrigamos na tenda dos pescadores. Lá encontramos seu Wellington, um pescador que também havia parado por este mesmo motivo. A chuva diminuiu e prosseguimos nosso passeio náutico. Ancoramos no distrito das rendeiras, Entremontes, AL. Visitamos algumas lojas e me encantei com as belas peças bordadas. Entramos na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do lugar. Fotografamos a casa em que dom Pedro II ficou hospedado e também a casa que Lampião destruiu, incendiando-a quando esteve no lugar e não encontrou um só habitante. A casa foi reconstruída. A chuva continuou castigando e resolvemos almoçar no excelente restaurante do Cangaço Eco Parque, localizado em Angicos, SE, separado de Piranhas pelo Velho Chico. O almoço tem preço único, mas a comida gostosa tem cardápio variado e a pessoa come o quanto quiser. Os garçons e funcionários usam trajes típicos de Lampião e Maria Bonita. O Cangaço Eco Parque é bem original, com eco trilhas, área para piqueniques, cavalos para passeios, redes armadas para os visitantes e banho na praia do rio. Além de loja de suvenires há também algumas atrações turísticas e históricas como a réplica de uma casa típica de coiteiro de cangaceiros. Tudo muito original. Retornamos do nosso passeio para o hotel em Piranhas. No caminho encontramos uma carroça carregada por quatro burros, achei curioso e pedi para Daniel parar para eu fotografar. Coisas interessantes que não deixo de admirar. À noite visitamos o Centro Histórico de Piranhas. Com música ao vivo, feirinha e um bom número de restaurantes. No domingo voltamos do nosso passeio para casa. Passamos em Petrolândia, PE, e catei algumas pedras na orla do rio São Francisco, na área de lazer da cidade. E de repente vejo uma bicicleta com três guiadores. Não posso deixar passar um transporte esquisito desses sem registrar. A minha máquina fotográfica come fogo, a bateria descarrega logo. Amigos leitores, gosto de mostrar o que chama a minha atenção e acredito que vocês também apreciam novidades. E foi assim dileto leitores desta Coluna que em quatro dias apenas, passamos em cinco Estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Alagoas e Sergipe, um passeio maravilhoso. Vale a pena visitar esses locais, pois eles têm uma excelente estrutura turística para agradar a qualquer visitante. Em Piranhas existem hotéis e pousadas para todos os gostos e preços. A cidade é um encanto! E na verdade, são duas cidades, a baixa e a alta. A baixa é tombada pelo Patrimônio Público e as casas só podem ser reformadas internamente, as fachadas são intocáveis. São lindas! Existem muitas atrações turísticas, como o Museu do Cangaço, Mirantes e bons restaurantes à beira do rio. O passeio de catamarã pelo rio São Francisco é imperdível. A cidade alta, construída para abrigar os construtores da usina do Xingó, agrega os condomínios residenciais, o comércio etc. Está crescendo muito e ficando mais bonita.  Indo a Piranhas vale a pena visitar também as cidades próximas: Água Branca, AL, Delmiro Gouveia, AL, Canindé do São Francisco, SE e Paulo Afonso, BA. São cidades turísticas muito agradáveis, cada uma com sua característica própria. Para visitá-las você percorre cerca de 400 km de carro em estradas boas, vale a pena o passeio. 
Até a próxima Coluna e paz e bem para todos!
                                                                  Encenação da peça teatral


 


                                                   Visitando a réplica de uma casa de coiteiro de cangaceiro

                             
Casa onde D. Pedro se hospedou em Entremontes
                            

                                       Andar de cavalo foi a realização de um sonho de criança

Vista de Piranhas chegando pelo Rio São Francisco
                                     
                          

Na volta a Juazeiro, passando por Olho Dágua do Rosado, AL,
vi esta capelinha em honra do Padre Cícero à entrada da cidade.