domingo, 29 de dezembro de 2013

O Legado deixado pela professora Eunice Arraes

Quinta-feira, dia 26, recebi um telefonema no final da manhã da amiga Fátima Arraes comunicando o falecimento da professora e amiga dona Eunice Arraes. Surpresa, espanto, desolação e tristeza se apossaram de mim. Na antevéspera do natal liguei para ela para lhe desejar um Feliz Natal. Notei em sua voz um pouco de cansaço, mas jamais imaginei que o seu falecimento aconteceria três dias depois. Ah! Dona Eunice como a admirava e a amava. O seu jeito dócil, sua fala pausada e baixa. E uma característica que fazia parte de sua personalidade: o gesto nobre de presentear os amigos. Quantos presentes recebemos, Daniel e eu. Os doces de banana, de maçã; as bijus que me presenteava e dizia sorrindo, “que eram a minha cara”. As toalhinhas de bandeja com crochê, lindíssimas. E o calendário de folhinhas da Editora Vozes com versos seus que foram selecionados. Porém o presente mais valioso foi o livro  contando a história da nossa vida em versos. Quando fomos à sua casa no dia 23 de março de 2011 para lhe felicitar pelo seu natalício a senhora nos recebeu cheia de felicidade. Com a alegria estampada em seu rosto foi logo nos dizendo: “que honra recebê-los hoje!” Respondi imediatamente: “não podíamos deixar de vir lhe abraçar no dia especial do seu aniversário. O dia de agradecer a Deus pelo dom da vida”. Ela riu com aquele sorriso matreiro, com um olhinho mais baixo que o outro e respondeu: “logo cedo acordei dando graças a Deus por minha vida. É  maravilho viver”. Entregamos-lhe os presentes. Fiz um mimo do Divino Espírito Santo e lhe presenteei dizendo: “foi feito por mim”. Ela agradeceu e disse: “vou colocar aqui nesta porta”. Realmente o colocou de imediato. Quando estive em sua casa no dia do seu velório, ele estava lá, pregadinho no mesmo lugar. Demoramos um bom tempo, colocando o papo em dia. Uma conversa de amigos verdadeiros. Não aguentando mais esperar, soltei sem preâmbulos a proposta que tínhamos para fazer-lhe. “Dona Eunice (sempre a chamei assim porque ela foi minha professora particular e não consegui perder o hábito), queremos lhe fazer um convite e nos sentiremos felizes com a sua resposta positiva. Trata-se de um livrinho para comemorar as nossas Bodas de Rubi, quarenta anos de uma união feliz contada em versos e a pessoa escolhida para fazê-lo foi a senhora”. Ela ficou emocionada, notamos em seu semblante espanto e um certo envaidecimento, mas nos respondeu calmamente: “vocês acham que tenho capacidade para atender este pedido?” Respondemos unânimes: “Com certeza, é a pessoal ideal”. Explicamos que queríamos que se baseasse no meu livro, Neuma uma mulher de fibra e de fé, que Daniel escreveu e me presenteou quando completei 60 anos. A resposta não foi dada imediatamente, pediu um tempo para degustar a ideia. Saímos confiantes que a resposta seria positiva. Após alguns dias nos ligou informando que aceitaria o desafio. Demos um prazo de quase um ano, pois a comemoração aconteceria somente em 9 de fevereiro de 2012, prazo suficiente para fazer sem nenhum vexame. No meado do mês de maio nos ligou avisando que tinha concluído o nosso livro, a nossa história. Não resistimos e fomos logo à sua casa, já estava nos esperando porque avisamos antes que iríamos. Muito organizada, como sempre, nos entregou numa pasta o manuscrito. Ah! quando li as primeiras estrofes as lágrimas deslizaram dos meus olhos, pois  estava diante de um sonho realizado, a concretização daquilo que imaginei. Com o manuscrito em mãos, dei início à digitação para encaminhar à gráfica. Quando concluí, Daniel levou para que ela fizesse uma revisão final,  e poucos dias depois devolveu. Guardamos com muito carinho, dentro de um baú até que chegasse o momento certo para levar para a gráfica. Estávamos no mês de junho, ela foi muita rápida para compor a nossa história. Minha sogra adoeceu no mês de agosto; muitas idas e vindas para médicos, hospitais, assistência integral a ela, entretanto o livrinho foi impresso em nossa casa para ver como ficaria e o guardamos, aguardando o momento de levar para a gráfica. Ei dona Eunice guardamos segredo, não queríamos que visse antes do evento, pois queríamos fazer-lhe uma surpresa. Recebemos da gráfica no dia 27 de janeiro de 2012, tempo suficiente para preparar os envelopes e enviar pelos Correios e outros para entregar pessoalmente. Dona Maria, minha sogra,  piorava a cada dia, mas teve o prazer de ver a nossa história impressa e como não estava em condições de ler, li para ela. No dia 9 de fevereiro de 2012, às 9 h, assistimos à missa  em ação de graças pelos 40 anos de nosso matrimônio, uma união perfeita na Basílica de Nossa Senhora as Dores, mesmo local onde nos casamos.  Lilia Boaventura, como Ministra da Eucaristia, comunicou para o celebrante, padre Monteiro, e ele mencionou no momento da leitura das preces a alegria e júbilo deste momento tão especial. Saímos da igreja e fomos até a sua casa para entregar cinquenta exemplares do seu primoroso trabalho. Gostou do formato, da capa e brincou conosco dizendo: “agora estou famosa com este opúsculo que fiz para vocês provando a minha amizade verdadeira e o carinho especial que dedico a vocês!” Ficamos orgulhosos de suas palavras sinceras. Foi dessa forma, apreciadores desta Coluna, a afeição e a convivência que desfrutamos com essa pessoa maravilhosa, a professora Eunice, e que Deus em sua infinita bondade lhe poupou de sofrimentos levando-a como um sopro ao convívio com o Pai e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Segue abaixo a história de nossa vida conjugal escrita pelas mãos angelicais de dona Eunice, manuscrito que guardo como relíquia.  









segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Antevéspera do Natal, uma reflexão primorosa

Natal

Meus caros leitores, aproveitamento o momento natalino, me abasteço com as luzes benéficas do Espírito Santo e encaminho para vocês esta maravilhosa mensagem sobre o Natal da psicóloga Sirley Bittu que nos leva a uma autoavaliação do que praticamos, como agimos e como devemos nos comportar. É um artigo revelador que me fez repensar os meus valores; ter uma melhor compreensão por atitudes recebidas, e a ruptura com o egoísmo; ser fiel, correto e humilde com todo ser humano. E foi isso que Jesus nos ensinou.


Generosidade e Amor 
 Sirley Bittú 

É Natal e na grande magia, que envolve esta época do ano, desperta dentro de alguns um potencial de solidariedade e compaixão, surgem as campanhas contra a fome e a miséria humana, renasce dentro de nós a esperança na humanidade e em sua generosidade. 
Muitas famílias passam juntas esta noite, pessoas perdoam-se mutuamente, desentendimentos são desfeitos, compartilha-se a emoção e a alegria que envolve a história do menino Jesus e a lenda do bom velhinho, tudo gira em torno do amor. É o aval que algumas pessoas precisavam para demonstrar seu carinho e sua gratidão às pessoas que querem bem.
A figura de JESUS simboliza a capacidade humana de ser humilde, generoso, de amar, compartilhar, preocupar-se com o outro e principalmente respeitar as pessoas, independente de classe social, ou mesmo das próprias crenças.
De forma geral, fomos educados dentro de uma concepção filosófico-religiosa onde aprendemos a valorizar o ser generoso, aquele que oferece toda a sua disponibilidade e bens para o outro, sem pedir nada em troca. 
Só podemos oferecer o que temos, a generosidade é uma capacidade emocional que se relaciona ao desprendimento e a autoestima.
Quando você oferece algo para alguém esperando algo em troca, isto chama-se na verdade investimento e, portanto, você não está dando nada; quando você oferece algo e cobra o pagamento, isto é venda e, desse modo, o outro tem direito de saber o que está comprando e qual o preço do produto para decidir se o quer ou não. 
ou quaisquer outras, tem como base o compartilhar de afetos, pensamentos, emoções, respeito mútuo e, portanto, não se trata de investimentos no sentido que coloquei anteriormente, nem de venda. É como a garota que gasta todo seu salário com um lindo presente para seu namorado e na noite de natal ele chega com um pacotinho de bombom e sente-se culpado por ter sido tão mesquinho. Na verdade, nenhum dos dois estava satisfeito e seguro da própria atitude, ela esperava algo mais substancioso, pelo menos mais próximo do esforço que fez para agradá-lo, enquanto deveria, na verdade, reavaliar seu modo de sentir-se passível de ser amada. Esta equação: tenho que oferecer muito para as pessoas perceberem como eu sou legal, e obviamente ser recompensada, são velhas companheiras conscientes ou inconscientes das pessoas que se acham generosas demais para este mundo cruel e mesquinho que não reconhece sua grandeza e generosidade. Na verdade, o centro desta questão é uma autoestima muito baixa, uma dificuldade de perceber o próprio valor.
Como isso é possível numa sociedade capitalista e competitiva como a nossa? Como sermos ‘bons sem nos sentirmos bobos ou nos tornarmos tirânicos?
Aprendemos com nosso desenvolvimento pessoal, que toda relação contém em si algum tipo de troca; buscamos ser aceitos em nossa forma de estarmos no mundo, sermos compreendidos em nossos motivos e principalmente, buscamos ser felizes. 
Ser BOM é diferente de ser BOBO, como também querer ser esperto também é diferente de ser generoso. 
E qual a diferença entre essas coisas? 
O diferencial está na capacidade de perceber-se e aceitar-se, de ser autêntico em suas atitudes, respeitando a si e ao outro. O bobo é aquele que na verdade não sabe do que é capaz e portanto não consegue perceber do que o outro é capaz, justamente por não ter real conhecimento da própria natureza (humana), coloca-se numa posição de total desproteção, tornando-se vulnerável. O esperto é aquele que está sempre tentando ‘levar vantagem em tudo’, mas sempre vestido de bom moço, ele é produto do entendimento equivocado da palavra generosidade. E, finalmente, o bom é aquele que sabe que não é bom nem mau e ao mesmo tempo é simplesmente o 'interjogo' dessas duas forças que existem dentro de nós e as quais procuramos, através de nossa maturidade emocional, aprender a manter em equilíbrio para nos relacionarmos de forma harmoniosa e feliz.
O advento da generosidade é algo maior que o poder econômico. Podemos ser generosos sem necessariamente termos dinheiro, podemos oferecer gratuitamente amor, atenção, solidariedade e principalmente respeito, aprendendo a olhar as pessoas que estão à nossa volta como seres humanos, não apenas enxergando seus defeitos, mas as suas qualidades e potenciais pessoais.
Vivam o Natal! Que a presença do Deus-menino tragam-lhes paz, harmonia e muito AMOR.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Regras para o bem viver

Chegamos ao segundo meado do mês de dezembro, últimos dias do ano de 2013, lanço a ideia de fazermos algumas pequenas mudanças na vida, uma pequena reciclagem para o ano de 2014. Ele está próximo de chegar, e é recomendável que ele nos encontre mais leves, serenos, tranquilos acreditando e buscando um porvir de dias melhores, graças a nova postura de comportamento, de ideais e de sabedoria. Busquei na pesquisa, intimei o Google e encontrei 30 regras para viver melhor. E as divido com  os amigos cativos desta Coluna para o conhecimento de vocês, acreditando que vale a pena tentar absorver um pouco dessa mensagem que é tão verdadeira. Tentemos então:
  
30 Regras para o Bem Viver:

01 – Dê mais as pessoas do que elas esperam e faça isso com alegria.
02 – Não acredite em tudo que você ouve, não gaste tudo que você tem, nem durma tanto quanto você queria.
03 – Quando disser "eu te amo" seja verdadeiro.
04 – Quando disser "sinto muito", olhe para a pessoa nos olhos.
05 – Nunca ria dos sonhos de outra pessoa.
06 – Em desentendimento, brigue de forma justa, não use palavrões.
07 – Não julgue as pessoas pelos seus parentes.
08 – Fale devagar, mas pense com rapidez.
09 – Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte: "Por que você quer saber?".
10 – Quando você se der conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.
11 – Quando você perder, não perca a lição.
12 – Lembre-se dos três "R": Respeito por si próprio, Respeito pelos outros, Responsabilidade pelas sua ações.
13 – Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.
14 – Sorria ao atender ao telefone. A pessoa que estiver ligando perceberá isso em sua voz.
15 – Abra seus braços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores.
16 – Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta.
17 – Leia mais livros e assista menos TV.
18 – Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás, você poderá aproveitá-la mais uma vez.
19 – Confie em Deus, mas tranque seu carro e as portas de casa.
20 – Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo o que puder para criar um lar tranquilo e com harmonia.
21 – Em desentendimento com entes queridos, enfoque sua situação atual. Não fale do passado.
22 – Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.
23 – Seja gentil com o Planeta.
24 – Reze. Há um poder imensurável nisso.
25 – Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar os outros enquanto você for vivo. Essa é a melhor satisfação para a riqueza.
26 – Lembre-se que se não conseguir algo que se deseja, às vezes é um golpe de sorte.
27 – Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele onde o amor de um pelo outro é maior que a necessidade de um pelo outro.
28 – Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para alcançá-lo.
29 – Lembre-se que seu caráter é seu destino.
30 – Ame muito, perdoe sempre. Essa é a receita da felicidade.

www.cele.org.br

As regras abaixo foram criadas por mim e já aplico em minha vida, vejam se vale a pena imitar-me. Não custa tentar.


Regras para bem viver
- Sorria para Deus ao acordar, agradecendo pelo sono reparador.
- Levante animado, encarando o dia que irá enfrentar com alegria.
- Olhe para o firmamento e veja as nuvens, traz uma calma. Veja o que formam, imagine o que representam: animais, árvores, pessoas, flores etc.
- E o sol, astro rei que inunda de luz a terra; mensageiro que nos cumula de raios luminosos.
- Cultive e cuide de suas plantas elas inspiram paz, fluidos positivos e nos encantam.
- Observe e aprecie o céu inundado pelo brilho da lua e das estrelas.
- Sorria para as pessoas, independente de que as conheça.
- Um bom dia, boa tarde e boa noite saudações que fazem a diferença.
- Brinque, acene, segure na mão de uma criança, ela nos leva a Deus.
- Pratique atos de caridade, você vai se sentir tão bem.
- Visite pessoas doentes, elas precisam de apoio e de companhia.
- Dedique momentos para Deus, para agradecer, para pedir e para louvar.
- Pratique caminhada ou qualquer outro exercício físico, traz benefícios para a sua saúde.
- Lembre-se dos amigos, com uma ligação, um e-mail, uma correspondência eles são importantes, muito importantes.
- Curta uma boa música para relaxar.
- Descubra um hobby para fazer, ocupa o tempo e a mente.
- Fique calmo e tranquilo ao dirigir, procure não se estressar.
- Quando se estressar escreva, desabafe no papel, hábito positivo que leva para longe a raiva.
- Deite-se, relaxe, se espreguice sem pensar em nada, alivia a cabeça dos problemas.
- Viaje de vez em quando, fotografe, você voltará revigorado.

Até breve, desejo para todos uma semana enriquecida das graças de Deus.
  
MENSAGENS RECEBIDAS
Júlio Lima: Parabéns pelo resgate e registro importante de nossa história!

Concita Gomes: Quantas saudades daquele tempo bom .

Analuce Caneca: Viagem no tempo!!!! Bom demais!

Maristane Fernandes Macedo Pinto: Muito bom relembrar essas pessoas que fizeram parte da nossa infância.

Marcelo Leitão: Vivi essa época maravilhosa brincando com meus primos!! a noite jogávamos tijolos dentro dos ônibus do seu Chico Paladar, com os tijolos da construção da casa de Gilvanda, filha de seu Cazuza, que ficava vizinho a Tia Maroli, só de vingança porque ele parava os ônibus onde brincávamos de bicheirinha e bandeira! Tenho muitas estórias dessa época!!

Neile Norões: Maravilha de viagem. Gente que fez parte de nossas vidas e que nos foram importantes. Saudades.

Marluce Ferreira de Carvalho: Muito bom relembrar nossa infância, nosso passado...

Marilene Macêdo: boas e belas lembranças...!

Lúcia Macedo:  Prima querida só você para fazer um resgate tão preciso de pessoas que fizeram parte da nossa infância. Cheguei até as lágrimas! Vou guardar essas fotos com todo amor e carinho.

Mirna Figueiredo: Somente essa moça com toda meiguice que tem, é possível, trazer de volta a emoção de nossos entes queridos, a saudade e a felicidade de registrar e voltar as nossas lembranças, quero aqui deixar o meu muito obrigado por momentos que foram tão bem relembrados.

Antonia Berenice Salviano Silva: Belas lembranças. Viajei por esta rua, lembrando-me quando ia visitar tio Zé Branco e tia Elita, conheci alguns moradores também.

Valdelucia Costa: As lembranças nos levam de volta ao momento que vivemos. Parabéns!

Odinilia Casimiro:  Boas lembranças!

Feitoza Nonato: Parabéns pelo flash back, voltei há 30 anos atrás.


Célio Sousa: Parabéns Neuma pela linda homenagem a essa rua que também faz parte da minha história.




segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

As recordações continuam da Rua São José tão querida por mim

Quarteirão que frequentei muito que ficava acima da minha casa por ter a residência de duas tias entre Rua Alencar Peixoto (antiga Rua São João) e Rua Cloves Beviláqua (antiga Rua dos Passos). Mamãe tinha o costume de pela manhã visitar suas irmãs e à noite elas infalivelmente vinham conversar com mamãe. A gente adorava a amizade das irmãs porque tínhamos um bom motivo para brincarmos enquanto elas se esbaldavam com suas palestras. Papai era muito severo com relação a nossa educação. Proibia que brincássemos na casa dos vizinhos. Porém, vez por outra ele permitia que brincássemos fora de casa com os primos e primas, na casa de titia Maroli e de titia Odete. Nessas idas e vindas neste trecho fui me familiarizando com os moradores. Aqui e acolá ouvia um pequeno comentário dos conhecidos de papai e de mamãe: “a filha de seu Lulu e de dona Zeneida já está se pondo mocinha”. Envergonhada soltava um risinho amarelo. Quando papai adoeceu, a nossa casa estava em reforma e ele teve que ficar hospedado na casa de titia Odete e de Zé Leornes. Durante esse período de tratamento ele recebia muitas visitas dos vizinhos e amigos do trecho da nossa casa e também dos vizinhos das minhas tias. Por esse motivo fiquei conhecendo ainda mais as pessoas desse quarteirão, entre os quais:
Seu Miguel, dono da bodega da esquina da Rua São José com Rua São João. Seu Miguel era um senhor baixinho, muito calmo, de voz lenta, atendia as crianças com bondade. Pai de muitos filhos, bem entroncadinhos. Muito interessante a escadinha dos filhos. 
Eliseu Bispo e dona Dela
Seu Eliseu Bispo e dona Dela, moradores da casa nº 793. Frequentei muito essa casa quando adolescente por ser amiga de sua filha, Nininha. 
Dílson Néri e Penha, moradores da casa nº 805. 




Chico Paladar e Cesarina
Seu Chico Paladar e dona Cesarina, moradores da casa nº 809. Ele um comerciante próspero e proprietário de uma empresa de ônibus. 






Iraci
Seu Olegário Lima e dona Mariquinha, moradores da casa nº 817, pais de Iraci. Quando conheci Iraci me chamou muito a atenção a sua altura, para os padrões da época era fora do normal. Quando fui pegar sua foto e algumas informações, ela confessou que já sentiu muito complexo por ser alta e magra, mas superou. Mora nesta mesma casa há 54 anos. 





Letícia Amaral
Seu Francisquinho e a professora Letícia Amaral. Professora abnegada que assumiu a sua missão de ensinar temperada com amor. Não aceitava que o aluno não aprendesse, insistia, insistia até conseguir o intento. Fui sua aluna na época de admissão ao ginásio. Para me submeter a esse vestibular passei um mês estudando com ela. Na casa que eles moraram, de nº 823, outros inquilinos que chegaram ainda moram:  Chiquinha, Tetê, Cícero e Geraldo. 


Chiquinha
Chiquinha é aposentada como funcionária pública, trabalhou muitos anos na Prefeitura, atualmente encontra-se numa cadeira de rodas. Mora com seu irmão, Geraldo; os outros já faleceram. 







Odete eZé Leornes 
Zé Leornes e titia Odete, a casa de nº 827, abrigou muitas esperanças e sonhos. Titia nos ensinava adivinhações na noite de São João, e era lá que fazíamos as brincadeiras com a sua ajuda. Lembro que na entrada de sua casa tinha um canteiro de flores, chamada Entrada de Jerusalém, tão linda na cor rosa e branca. Titia Odete muito engraçada implicava com os cabelos e gostava de enrolar papelotes para que ficassem encaracolados. Foi minha madrinha de Crisma. 
Seu Sinval, um alfaiate conhecido e dona Alice, sua esposa, vizinhos de titia. 
Branco e Elita
Valdeci e François, vizinhos de seu Sinval, casa nº 853. Valdeci pessoa simpática e muito alegre, costumava dar boas gargalhadas que estrondavam. Seu marido, viajava muito, acredito que era motorista ou viajante. Foram embora, e na casa em que moraram passou a residir o casal Seu Branco e dona Elita, sua filha, Joselita e a neta Socorrinha. Dona Elita visitava minha casa com frequência, era muito amiga de mamãe. 

Bidesa
Seu José e dona Bidesa, ele durante um bom tempo foi pintor de casa, passou depois a ser funcionário da Celca (Companhia de Eletricidade do Cariri). Dona Bidesa zelou durante 27 anos a Capela de Nossa Senhora do Socorro. Moraram durante muito tempo na casa de nº 857. Atualmente dona Bidesa reside na Rua José Marrocos, seu esposo já faleceu. 



Josino, Mariquinha e Nininha
Seu Josino Araruna e dona Mariquinha, moradores da casa de nº 871. Seu Josino, homem alto, tipo galã, andava muito arrumado, sua esposa, dona Mariquinha, dócil, simpática e amiga. A moradora dessa casa atualmente é Nininha Bispo
Maroly
Seu Branquinho e dona Naninha, moradores da casa nº 875. Pais de dona Dela, Maroly, Zezé e Sissi. Dona Naninha, a imagem que tenho dela é de que era baixinha, franzina, cabelo grisalho, repartido ao meio e feito um cocó com uma travessa. 






Mário Bem e Neli
Seu Mário Bem e dona Neli, moraram na casa de nº 895. Vieram da cidade de Jardim para que os filhos adquirissem uma formação educacional mais aperfeiçoada.  
Seu Francisco e dona Zefinha, (Josefa Macário), mãe de Neide, que trabalhou muitos anos como manicure no salão de Edna Figueirêdo  de Lifanco  que é músico e de Cida. Dona Zefinha era costureira. 
Júlio e Maria Barosa
Na casa de nº 909, eram os proprietários seu Júlio e dona Maria Barbosa. Casal muito religioso, devotos do Padre Cícero, por sinal ele frequentava a casa do Padre Cícero, porque seu pai amigo fiel do religioso recebeu um terreno para construir sua casa. Segundo sua filha, Lalís, dona Maria Barbosa, sentia grande prazer em receber os amigos para a renovação do Sagrado Coração de Jesus, era a única festa que fazia em sua casa. Ainda falou que seu pai, trabalhou na construção de Brasília. Júlia, sua outra filha, falou que dona Maria Barbosa foi uma das primeiras a vender confecções no Mercado Público de nossa cidade. 
Do lado par ou lado da sombra, depósitos e casas de seu Chico Paladar do nº 768 a 786. 
Leanor
Seu Antônio e Leanor, moradores da casa nº 806, ela filha de seu Chico Paladar. 









Valdo e Maroli
Titio Valdo e titia Maroli, casa nº 836. A casa muito grande saía até a Rua Santa Rosa. Do lado da casa devido o terreno ser muito grande titia Maroli cultivava um pomar, com laranjeira, coqueiro, figueira, goiabeira e bananeira. E a rocinha de feijão e milho que Beba junto com os meninos plantava, Fernando me lembrou. Era na realidade um pequeno sítio, dava até para brincar de esconde-esconde. Como tudo era bom. Tempos depois titio Valdo resolveu vender uma parte do terreno e foi nele que Gláucia Norões construiu sua casa, ficou com o nº 820. Vizinho à casa de titia Maroli morava uma senhora muito simpática, que tinha um número enorme de amigos, chamava-se Ten e seu marido tinha o apelido de Jacaré. Ten era uma figura bem excêntrica, calva, cabelos pintados de preto feito um coque e de altura baixa. Gostava de nos abastecer de bombons. 
João Lopes e Minervina
No lado da sua casa moravam seu João Lopes e dona Minervina, moradores da casa de nº 854. Pais de minhas amigas, Valdecy, Fátima e Lurdite. Seu João Lopes proprietário da loja de aviamentos, Casa das Rendas, localizada no Edifício M. Oliveira, na Rua São Pedro. Seu Zé Dantas e dona Terezinha. Dona Teresinha muito vaidosa, gostava de andar bem arrumada, pintada e de sandálias altíssimas. Seu Dantas, homem de visão futurística idealizou e abriu o primeiro mercantil no estilo de capital, com carrinhos, gôndolas e frios. Segundo Socorro Figueirêdo ele passou um período em Fortaleza estagiando no Mercantil São José,  adquirindo experiência para abrir a empresa. O nome escolhido foi Mercantil Fortaleza, uma espécie de homenagem. 
Izaura Lima, funcionária da Aliança de Ouro, casa de nº 868. 
Margarida
Ademar Mota e Margarida, ela filha de seu Argemiro Mota e de dona Clotilde, casa de nº 904. Na esquina de nº 914, funcionava uma bodega de propriedade de seu Zé Chapeado e de dona Mãezinha.
Procuro resgatar, caros leitores, de uma forma não tão precisa, pessoas que eu cumprimentava ou via nas andadas frequentes por esse trecho quando criança e até a idade adulta. Constatei que são poucos os moradores que continuam na mesma casa. Foi maravilhoso fazer esta viagem de um tempo que vivi. Estejam a vontade para acrescentar mais lembranças, aumentando assim o resgate de pessoas que fizeram e as que ainda estão fazendo a história.
Até breve, amigos! Desejo uma semana enriquecida com as bênçãos de Deus, nosso Pai.  

domingo, 1 de dezembro de 2013

Natal: tempo de mudança

Presépio que montei em minha casa
Dezembro chegou e com ele as lembranças de natais encantadores que vivi com meus pais. A árvore de natal que mamãe armava que trouxera de Recife em uma de suas viagens. Nessa época era raridade enfeitar a casa para a chegada do Deus-menino. E a lapinha que mamãe preparava. Na mesa de jantar, sala que não se usava com frequência. Colocava areia bem branquinha que meus irmãos iam pegar no rio Salgadinho, quantas mudanças aconteceram, poluição nem existia, até desconhecíamos tal palavra. Então, mamãe ia pondo os animais, as plantas e por último a manjedoura. Ficávamos extasiados e embevecidos vendo surgir o cenário. A alegria era imensa, quanta felicidade para nós. O tempo passou, e já em minha casa lembro que ornamentei a mesa com uma toalha que comprei na Casa das Rendas, de propriedade de seu João Lopes. E Valdecy, sua filha que foi minha colega no Colégio Mons. Macêdo e morava próxima de minha casa me ajudou a ornamentar a árvore. Ficou bonita. Com o tempo me encarreguei de preparar a casa de minha sogra, dona Maria, nessa época do natal. E a comemoração festiva da véspera de Natal, era no terraço de sua casa no 1º andar. Seu Zeca, meu sogro, comprava lâmpadas coloridas e enfeitava a grade protetora. Ficavam os dois tão felizes e expandiam alegria. Os filhos, netos, noras e amigos participavam dessa confraternização contentes e felizes porque faziam parte de uma família que estampava a aura do amor, da compreensão, do carinho e da verdadeira união. Ah! Jesus, como sinto falta desses momentos dadivosos. Amigos leitores, gastei algumas horas buscando uma mensagem que traduzisse o espírito do Natal, a sua essência que é a chegada do Menino Jesus que veio ao mundo para transformar, para nos amar verdadeiramente. Então, encontrei este texto que nos faz refletir e nos ensina como devemos caminhar para melhorar.    

                                         Tempo de Natal
Natal somos nós quando decidimos nascer de novo, a cada dia, nos transformando. 
Somos o pinheiro de Natal quando resistimos vigorosamente aos tropeços da caminhada. 
Somos os enfeites de Natal quando nossas virtudes, nossos atos, são cores que adornam. 
Somos os sinos do Natal quando chamamos, congregamos e procuramos unir. 
Somos luzes do Natal quando simplificamos e damos soluções. 
Somos presépios do Natal quando nos tomamos pobres para enriquecer a todos. 
Somos os anjos do Natal quando cantamos ao mundo o amor e a alegria. Somos os pastores de natal quando enchemos nossos corações vazios com Aquele que tudo tem. 
Somos estrelas do Natal quando conduzimos alguém ao Senhor. 
Somos os Reis Magos quando damos o que temos de melhor, não importando a quem. 
Somos as velas do Natal quando distribuímos harmonia por onde passamos Somos Papai Noel quando criamos lindos sonhos nas mentes infantis. 
Somos os presentes de Natal quando somos verdadeiros amigos para todos. 
Somos cartões de natal quando a bondade está escrita em nossas mãos. Somos as missas do Natal quando nos tomamos louvor, oferenda e comunhão. 
Somos as ceias do Natal quando saciamos de pão, de esperança, qualquer pobre do nosso lado. 
Somos as festas de Natal quando nos despimos do luto e vestimos a gala. Somos sim, a Noite Feliz do Natal, quando humildemente e conscientemente, mesmo sem símbolos e aparatos, sorrimos com confiança e ternura na contemplação interior de um natal perene que estabelece seu Reino em nós. Obrigado Jesus! Por vossa luz, perdão e compreensão. Feliz Natal, Amigos!
Fonte: facebooktwittergoogle+

COMENTÁRIOS SOBRE A COLUNA ANTERIOR:

Concita Gomes: ótimo. Muito bom mesmo!

Edna Caneca: linda!

Marluce Ferreira de Carvalho: Linda! Curti e compartilhei...

Analuce Caneca: Adorei!

Mirna Figueiredo: Amei!

Maria Stela Inácio: Tua alegria testemunha a presença de Deus na tua caminhada...A nossa família te ama muito!

Helena Paixão: Que menina charmosa, tenho muita saudade, você é muito especial.

Haydee Felipe Rodrigues: Daniel, você e Neuma São pessoas especiais no nosso coração. Amo vocês!

domingo, 24 de novembro de 2013

Alfabeto dos sonhos

Leitores apreciadores desta Coluna, praticamente estamos no último mês do ano, momento propício para uma garimpada em nossa vida. O que conseguimos atingir de bom, se os ideais foram alcançados ou pelo contrário, foi um ano de inquietações, de metas não atingidas. Entretanto, o importante de tudo isso é que não podemos fraquejar. Vem aí um novo ano, que tal alimentá-lo com belos sonhos, pois pensar positivo atrai sucesso e realizações. Amigos, a prática deste alfabeto é o caminho mais acertado para a conquista dos nossos planos. Mãos a obra!

Alfabeto dos sonhos

Avalie todas as estratégias para atingir os seus sonhos.
Busque os caminhos que o levarão até onde eles estão.
Considere o tempo e o nível de esforço que será necessário empreender, bem como os degraus que deverá subir e os obstáculos a serem ultrapassados.
Decida sobre como e onde começar a caminhada.
Enfrente as dificuldades sem receio e não pense em desistir dos seus sonhos.
Família e amigos serão parceiros na sua empreitada.
Ganhar etapas, uma a uma, deve ser sua prioridade a curto prazo.
Habitue-se a imaginar seu objetivo final com frequência, mantendo a prudência e a paciência para dar o próximo passo.
Ignore aqueles que tentam desencorajá-lo.
Jamais confunda desejo com necessidade. Certifique-se, para assegurar-se com certeza daquilo que deseja.
Leia, estude e aprenda sobre tudo o que é importante e que possa contribuir e facilitar o percurso do caminho.
Melhore cada vez mais as suas habilidades. Elas poderão ajudá-lo a encontrar atalhos pelo caminho.
Não tente ganhar tempo ultrapassando etapas. Suba um degrau de cada vez.
Obtenha mais paz e harmonia evitando fontes, pessoas, lugares, coisas e hábitos negativos que só atrapalham.
Prepare-se para as quedas no caminho, o mau tempo e para os momentos em que poderá estar perdido no caminho.
Quem coloca seu coração nos seus objetivos, alcança-os com mais facilidade, pois o resto basta ir levando.
Recomece tudo outra vez, se for preciso, mas, não perca, jamais, os seus sonhos de vista.
Saiba que não basta dizer a si mesmo: "vou conseguir". É preciso acreditar nisso.
Tenha a certeza de que, com todos esses passos, você vai conseguir chegar onde deseja.
Um pouco de vento, um pouco mais de paciência e muita determinação, e conseguirá realizar os seus desejos.
Você é o único que pode achar que vai ganhar ou perder. A escolha é sua.
Xô para o desânimo e para a acomodação, que tentarão fazê-lo desistir no meio do caminho.
Zele por sua autoestima. Ame-se mais. Você vai chegar lá.

Desejo a todos uma semana tranquila, cheia das bênçãos de Deus! 

(Otimismo.net)

COMENTÁRIOS 
Valdízia Nobre: Muitos dos professores citados por você também foram meus; Minha gratidão a todos. 

Eduardo Matos, Fortaleza: Em 'Pincelando a memória...', revi mulheres admiráveis que conheci na juventude. Sou grato à articulista por essas boas lembranças. 

Sávia Ferraz sobre Gratidão: Esse carinho recebido é apenas a retribuição de todas as atitudes generosas e humanas que você vem plantando ao longo da sua existência. Nós é que agradecemos por sua existência, por sua elegância, por sua sensibilidade e sabedoria! Beijos. Que Deus te faça cada dia mais Feliz!  

Francisco Filho: Meu nascimento ocorreu nesta saudosa Rua São José. No Pronto Socorro, dr João Tavares e pediatria Dr. Aílton. Lembro de seu Neneu. Morava na casa de Ângelo, português.
Obrigado pelas lembranças, Neuma .

Francisco Neri Filho, Fortaleza: Muitos dos nossos contemporâneos, ainda vivos ou não, estarão sempre presentes em nossa memória, como membros da sociedade juazeirense, independente de maior ou menor afinidade... Os que moravam ou moram na mesma rua, ocupam um lugar especial, naturalmente porque com eles nos avistávamos mais e associamos sua imagem a momentos idos e vividos, de um passado que não se repetirá jamais...

Celia Morais: que pena que eu vivia tão longe da Rua São José !!!

Daltro Alencar: Uma viagem prazerosa. Quiçá, venham outras! Parabéns!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Pincelando a memória com pessoas que moravam na Rua São José no tempo da minha infância

Rua São José nº 750, quarteirão entre Rua São João (hoje Alencar Peixoto) e Rua Santa Luzia, onde vivi a minha infância e adolescência. Nessa época a rua era muito calma, podíamos brincar de correr, de macaca, de pular corda e de rodas, que gostosura. A criançada se divertia pra valer. Tudo mudou, a rua invadida pelos carros não nos permite ficar um segundo sequer no seu leito porque corremos o risco de sermos atropelados. Mas isto no momento não vem ao caso, o que quero mostrar para vocês, caros leitores, são as senhoras, melhor dizendo as vizinhas amigas com quem convivi quando criança e algumas continuaram vizinhas até a minha idade adulta. Lembro: 
Dona Izaura Arraes – proprietária de uma pequeno ponto de vendas em sua própria residência, na esquina da Rua Santa Luzia. Costumava sentar na calçada à noitinha numa cadeira de balanço envolvida num xale de crochê, naquela época existia o friozinho gostoso a boca da noite. Moravam com elas duas sobrinhas, Eunice(professora) e Francinete (funcionária do INPS). 







Dona Heloísa - esposa de dr. Feitosa. Sua casa era repleta de árvores e de animais. Na minha visão de criança era uma praça. Os pés de benjamins bem aparados ao redor de todo muro da casa. Canteiros cobertos de Mimo do céu e bancos de madeira no jardim. Dona Heloísa muito elegante despertava a minha atenção e não posso esquecer que usava costumeiramente uma redinha preta cobrindo seus cabelos. 




Dona Clotilde - esposa de seu Argemiro Mota, conceituado comerciante no setor de couros, material para sapateiro e plástico.  Voz mansa, educada, tratava as crianças com muita delicadeza. No jardim de sua casa cultivava rosas e todos os dias as colhia para colocar nos pés do Sagrado Coração de Jesus e do Sagrado Coração de Maria. Fazia crochê divinamente bem. Sentava no banco na entrada de sua casa com as amigas ou no alpendre conversando e os dedinhos não paravam de trabalhar, não errava um ponto sequer. Tinha acesso a sua casa porque Vera e Penha, suas filhas, faziam parte da nossa turma (minha irmã Regina, Marleide (prima-irmã) e Socorro de titia Maroli.

Dona Ninita (Antônia Sousa Lima) - casada com Cícero Dantas Vieira. Sua casa ficava vizinha à garagem de seu Cândido Correia. Mãe de oito filhos, era uma dona de casa exemplar, se encarregava de todos os afazeres domésticos e ainda encontrava tempo para ler revistas de artistas, lazer que apreciava. Porém, o seu forte mesmo era assistir as sessões de cinema no Eldorado, e segundo informações de seu filho, Renato a sessão das Moças do Cine Teatro Iracema, tempos e tempos atrás. Quando ia à sua casa a procura de Cinita, sua filha, a encontrava na labuta, mas elegante em saltos altos, tenho essa imagem nas minhas lembranças.

Dona Herbene - esposa de seu Bessa, barbeiro procurado pelos homens mais abastados da cidade. Dedicava-se totalmente a criação dos onze filhos,  e aos deveres de dona de casa. Não tinha tempo para descansar. Quando ia para sua casa a procura de Celene (sua filha) para brincar, sempre a encontrava trabalhando, ora na cozinha, ora banhando os filhos, ora costurando. Não lembro de tê-la visto descansando, só em atividade. Soube educar seus filhos com muita disciplina e dedicava-lhes um grande amor. Nunca a vi com voz alterada ou de mau humor. 

Dona Lica Barbosa - muita amiga de mamãe, morava vizinho à casa de seu Bessa e de dona Herbene. Mãe de Janete, Diva e Geraldo. Os seus olhinhos bem vivos, esverdeados. Gostava de usar conjuntos de saia e blusa e sapatilhas. Não tinha muita vaidade, era uma pessoa bem simples.  





Maria da Cruz casada com Manoel Bernardo (sargento da polícia militar) mãe de nove filhos, quatro mulheres e cinco homens. Uma das filhas do primeiro casamento. Isa, foi afilhada de batismo dos meus pais. Ah! e o cachorro de balaio, chamado White, não posso esquecê-lo. Danado, mordia as pessoas que passavam na calçada. Wilson, um dos seus filhos trepava na janela para fugir para a rua e White denunciava logo, latindo sem parar. Ita, muita amiga de Munda que morava em minha casa e Ivone, enteadas de Maria da Cruz. 


Seu Cazuza e dona Geraldina - vizinhos da casa de mamãe. Antes da construção de sua bela casa, existia uma oficina de conserto de carros, de propriedade de Gilmares. Dona Geraldina vizinha e amiga de mamãe. Sempre nos recebia bem e gostava de nos oferecer quitutes feitos por sua irmã, dona Teinha. A casa muito bem ornamentada, meus olhos não cansavam de ver tanta beleza. Lembro de quando dona Geraldina foi acometida de hepatite e mamãe foi visitá-la e me levou. Como fiquei impressionada com a sua cor, estava muito amarela. Naquela época o nome dado para essa moléstia era icterícia). Sua  filha Guimar, nossa companheira das seções dos cinemas, Eldorado e Capitólio.
Dona Minelvina - vizinha da nossa casa. Gostava de fumar cachimbo. Na sala de visitas ou sala do santo como ela chamava, existiam dois bancos escuros para as pessoas se sentarem. Nina, Tereza, Beba e dona Minelvina gostavam de ficar sentadas na calçada. Alguns vizinhos participavam dessa roda de conversa.




Titio Macedo e Suleta - sua casa em frente a nossa. Muito larga, lembro bem. Na entrada ao lado do jardim um pequeno lago revestido de azulejos azul celeste, onde minhas primas gostavam de brincar. Um alpendre com cadeiras de balanço, sala de visitas, sala de jantar, na parede quadros pintados por Suleta; cozinha, quartos, o quintal e a caixa d’água. Titio reclamava quando ficávamos atravessando a rua, de nossa casa para a sua casa.

Dona Sevi - mãe de Aguinaldo e de Aguinailde, foi minha costureira por um bom tempo. Aguinailde nossa amiga e companheira das seções de cinema, das tertúlias e das brincadeiras lá em casa, debaixo do pé de cajarana. Dona Sevi nos acompanhava para assistirmos os filmes, só assim mamãe permitia. Soa ainda em meus ouvidos a sua gostosa gargalhada assistindo os filmes.


Seu Quinco Arrais e dona Delmira - a vacaria e a sua casa na esquina. Em frente a sua casa a fábrica de bebidas de sua propriedade. Os barris de madeira onde colocavam os ingredientes para fermentar. Sinto ainda quando lembro o odor desagradável que exalava. Dona Delmira cheia de joias no braço e no pescoço, unhas muito bem feitas, andava muito pronta e perfumada. Sentava na calçada junto com sua irmã Maria em cadeiras de ferro branca com almofadas. Seu carro, uma Brasília de cor bege, costumava ensinar a dirigir para as amigas. Cumprimentava os vizinhos, mas não se dispunha a visitá-los. As crianças gostavam de enfezá-las passando o tempo todo na calçada e pedindo licença. Na esquina do lado do sol a bodega de seu Cícero Lolô. Lugar apreciado demais pelas crianças. Qualquer moedinha que pegávamos o lugar certo para comprar chicletes, picolé de açúcar, broa, pirró era lá. Muito brincalhão, se divertia com a gurizada. Posteriormente passou a ser o proprietário da bodega seu Neneu. 
E assim amigos leitores coloco aqui em pequenas pinceladas pessoas que conheci quando criança e que as guardei na memória com carinho.
Desejo a todos uma semana maravilhosa e cheia de Deus!