sábado, 26 de agosto de 2017

Quarenta anos do meu querido filho Daniel Junior, o caçula

Debrucei-me em frente ao computador e deixei-me conduzir pelas lembranças de sua chegada ao cosmo terrestre. Você, filho, chegou ao mundo no final da madrugada de um sábado, no dia 27 de agosto de 1977, pelas mãos do médico obstetra dr. João Tavares Neves, o anestesista, dr. Gilson, as enfermeiras Iracema e Railda. Dr. Ailton Gomes, o pediatra que o examinou. Sua avó, Maria Almeida, que me acompanhou até a hora do seu nascimento. Seu pai ficou em casa, com o seu irmão Michel, que não parava de me chamar, e seu pai tinha que consolá-lo. Devido a anestesia geral que tomei para a cesárea, você nasceu sem chorar e com dificuldades para respirar. Por isso,  teve que receber palmadinhas e usar um tempinho o oxigênio. Maria quando o visitou na maternidade achou-o muito fofo e branquinho. Quando falou para sua avó, d. Maria que o seu neto era louro e tinha os olhos azuis, ela repreendeu-a dizendo: “Acabe logo com essa conversa, não tem a menor condição dele ser louro e com os olhos azuis”. 

O tempo passando e o bebê fofo foi se desenvolvendo muito rápido; com dois meses pesava 8 quilos e veja o peso para levá-lo nos braços! As babás duravam muito pouco, não aguentavam o embalo. Seu pai o chamava de “meu chumbinho”, e todos os dias, após o almoço era quem o colocava para dormir. Armava a rede e ficava cantando músicas de ninar para fazê-lo dormir e não resistia, adormecia também. Algumas vezes levava-o para a casa de seus avós paternos na Praça do Socorro no braço e quando chegava estava exausta, procurava logo uma cadeira para sentar-me e pedia socorro a d. Maria ou a Maria. Você, de cara amarrada, os olhos bem redondos e arregalados não queria conversa, abria o berreiro e não aceitava o braço de nenhuma das duas. 

Depois, com os agrados recebidos e as guloseimas oferecidas abria os braços e as aceitava. Seu avô quando você começou a andar com onze meses passeava de mãos dadas na praça junto com o seu irmão, Michel. Muito orgulhoso ficava mostrando aos vizinhos os netos que tanto amava. O seu primeiro aninho foi uma festança. Convidamos seus primos, vizinhos, amiguinhos e familiares. A mesa toda preparada ficou um encanto, mas o aniversariante ficou bem irritado com o conjunto sáfari de linho, por sinal muito quente e queria tirar. Felizmente aguentou até cantar parabéns e apagar a velinha. Ficou alegre com os presentes e também com os amiguinhos querendo a todo custo brincar. 

A sua infância rica de brincadeiras com seu irmão que para todos os efeitos era o seu ídolo, em tudo queria imitá-lo. Brincando de homem aranha e nos dramas que ele criava com os fantoches que ele mesmo fazia com gesso e inventava a história e você ficava atrapalhando sempre. E a proteção que recebia dele, ninguém podia tocá-lo ou mexer com você na calçada, na escola, porque ele já partia para brigar. Ah! Filho amado, lembro dos amiguinhos vizinhos que iam brincar com você, de botão, de neguinhos, de tirar seriguela e vender na calçada. Dos finais de semana que junto com seu irmão, pegava cada um a sua bicicleta e iam dormir na casa dos seus avós, seu Zeca e dona Maria. Tempo mágico vocês viveram.

Lembro muito bem do memorável dia em que recebeu Jesus pela primeira vez, no Dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro de 1987. Sua catequese foi no Colégio Mons. Macêdo e a sua catequista, Irmã Maria da Paz, Missionária de Jesus Crucificado. Durante o período de 9 meses você frequentou assiduamente o Catecismo com muita alegria. E da reunião com as mães para a escolha das roupas que as crianças usariam, foi escolhido para os meninos o modelo que levei. 

No dia da solenidade festiva dos neocomungantes na Paróquia de Nossa Senhora das Dores o celebrante foi padre Murilo de Sá Barreto no horário da manhã. Estampo em minha memória você na fila muito compenetrado para receber Jesus pela primeira vez. O café da manhã foi servido no Colégio Mons. Macêdo, tudo muito organizado, a mesa estava perfeita.

A escolinha que escolhemos para você estudar foi a Escola Menino Jesus da professora Socorro Maia. Foi matriculado no maternal com 2 anos e sete meses. Nos primeiros dias estranhou um pouco, queria a companhia de Maria para ficar ao seu lado. Entretanto, se entrosou rápido com os coleguinhas e com a sua professora, Nailma  Vasconcelos, não precisando mais de alguém conhecido seu lado. Participava sempre dos eventos sociais, como o desfile da Independências, no dia 7 de setembro. As comemorações do São João, e uma vez foi escolhido para ser o noivo da quadrilha. Os festejos do Dia da Criança, onde participou como o Pinóquio das histórias infantis ficando classificado em 2º lugar e, quando representou o país Holanda, em trajes típicos da região. Saindo do Jardim II da Escola Menino Jesus passou a frequentar o Ginásio Batista do Cariri, tendo como diretor o eficiente educador José Orlando. Ah! Sua primeira professora, Ilvanira Rocha, trabalhava comigo na Escola Maria Amélia e como se preocupava com você porque não sabia copiar do quadro verde as tarefas. Foi necessário que comprasse um quadro para ensiná-lo em casa e assim, aprender rápido para não se atrasar na sala de aula. Luiza Vieira também foi sua mestra e também trabalhava comigo na Escola Maria Amélia, redobrava a atenção para com você. Tempo passando e o menino crescendo em um ritmo acelerado. 

O Ginásio Batista já não o atendia, concluiu o ginasial, despedida dos colegas com bolos, refrigerantes e fotografias. Matriculado no Colégio Salesiano São João Bosco, novo rumo, cursar o 1º Científico. Professores novos, novas disciplinas, fase de adaptação. Passou para a Escola de 2º Grau Gov. Adauto Bezerra, onde cursou o 2º e 3º Científico, para ingressar na sua futura profissão. Fez vestibular para Ciências da Computação em Teresina, não obtendo êxito. Continuou se preparando em cursinho da nossa cidade, e em 1995 passou na Universidade Regional do Cariri em Engenharia de Produção. Aluno aplicado, conseguiu logo um estágio no SINE-CE, se deslocando para cidades vizinhas em projetos de pesquisa. 

Outro estágio que se habilitou do Centro Integrado Empresa Escola-CIEE, no qual trabalhou na fábrica de folheados JR. Cursando a faculdade as reuniões com os seus colegas sempre aconteciam em nossa casa. Planos, projetos aceitos e concretizados como a criação da Empresa Junior, EJEPro-Empresa Junior de Consultoria em Engenharia de Produção, sendo o primeiro diretor. O jornal também editado por vocês em outubro de 1995, O Universo da Engenharia, você foi o coordenador. E os prêmios recebidos pela sua atuação como Webmaster e Web designer. As capas de livros editados que você criou. As suas viagens participando de congressos, seminários quando atuou no projeto da Fundação Mussambê, órgão sem fins lucrativos e que criou máquinas para a extração do óleo do coco babaçu, com a equipe Maria Matias (URCA), Gilberto (engenheiro) Célio Barros (contador). 

A Ruraltec, empresa criada para desenvolver os projetos das máquinas para quebrar o coco babaçu e extrair o óleo. Investimentos, muito trabalho e que não vingou, decepções. Mas, a vida nos ensina a cada dia e sei que as dificuldades enfrentadas por você geraram uma gama de conhecimentos que o têm elevado à categoria de um bom profissional. E foi assim que se submeteu ao concurso da Grendene e foi aprovado. Colocou em prática os seus conhecimentos como engenheiro de segurança elaborando programas para extinguir o risco de acidentes, gerando satisfação na empresa. Não ainda satisfeito quis voar um pouco mais alto e partiu para criar a sua própria empresa, a Quality Engenharia e Consultoria Ltda. Executando trabalhos em postos de gasolina, em empresas e como consultor do Senai e Sebrae. Filho, isso é coisa demais para a sua cabecinha como costumo dizer e você risonho, muito feliz me responde: “maiinha eu gosto de trabalhar, é assim que me realizo”.     

Com apenas catorze anos começou a trabalhar como jovem aprendiz no IPESC- órgão ligado à Universidade Regional do Cariri-URCA, localizado no prédio do Ginásio Municipal, na parte do acervo jornalístico. Com o dinheiro que recebeu arrumou sua bicicleta, ficou novinha em folha, e era o seu transporte para chegar ao trabalho. Talvez, nem lembre desse fato filho, você não colocou o cadeado e carregaram sua bicicleta. E ficou indo a pé durante um bom tempo. E a alegria que sentiu quando conseguiu tirar a sua carta de motorista. E a compra do seu primeiro carro, conquista exclusivamente sua.  

No dia de sua formatura duas grandes alegrias aconteceram: a conclusão acadêmica em Engenharia de Produção e o seu noivado com Luana Garcia López, Após a solenidade de conclusão do curso no Polisportivo todos fomos para nossa casa para celebrarmos este momento tão especial e você diante dos presentes e da mãe de Luana você colocou a aliança na mão direita de Luana e ela colocou na sua. Palmas, abraços, choros e alegrias aconteceram eternizando a partilha. O casamento aconteceu no mesmo ano, em 2001 no meado de novembro. No ano seguinte chegou um presente maravilhoso de Deus, o nascimento de sua primeira filha, Heloísa, na Maternidade do Hospital São Vicente de Paulo, na cidade de Barbalha. A minha primeira netinha, a bonequinha da vovó e do vovô. Alegria estampada no seu rosto quando a segurou pela primeira vez. Vida normal com a bebezinha, linda e fofa. Ano seguinte o nascimento da segunda filha, Isadora, na mesma maternidade, em Barbalha. Gorduchinha e com a cabecinha coberta de cabelos pretos logo encheu de alegria a família, especialmente os pais. Os avós corujas e os bisavôs logo a visitaram, família aumentada e finais de semana maravilhosos em nossa casa para aprofundarmos o amor verdadeiro com filhos e netas. Então, o que posso dizer mais, que as netinhas cresceram e já participam de festinhas. E o papai um pouco ciumento não deixa de levá-las para os eventos e depois vai pegá-las. Lei da vida, tudo parece igual.

Expresso o meu sentimento de amor e de dedicação para você meu filho que nós o consideramos um grande vencedor, porque apesar dos percalços encontrados no caminho que vem trilhando não deixa de sorrir e de confiar no Deus supremo que nos momentos mais difíceis o carregou nos braços e não o abandonou. Agora, filho, é colher os frutos das sementes plantadas em solo fértil que com certeza lhe trarão grandes realizações. Que Deus o guarde e o proteja, sempre.
Beijo grande de sua mãe,   

MEMÓRIA FOTOGRÁFICA









 






















Um comentário:

  1. Belíssimas memórias, Tereza Neuma!
    Você me remeteu a um passado saudoso.
    Foi minha Vice Diretora na época em que estava gestante do Daniel Jr.
    Fui aluna de Ilvanira Rocha, Luíza Vieira...
    Quanta saudade!!!

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