domingo, 23 de agosto de 2015

O desejo de comprar um par de cadeiras de balanço Gerdau


Quando criança, acompanhando meus pais em visita a amigos  em suas casas, deparava-me com uma dupla de cadeiras de balanço belíssima. No espaldar e no assento contemplava a palinha toda entrelaçada, de cor escura que me levava a imaginar como seria bom me sentar em uma delas. Vaga ilusão! As cadeiras eram de um valor muito alto para as posses dos meus pais. O que fazer, então? Só admirar. Nós, crianças, nem pensar em sentar nelas, somente os visitantes ou os seus donos. Mas, o tempo foi passando, passei da infância para a adolescência. Tempo de sonhos e de esperança. De namoro. De amigos verdadeiros (colegas do colégio). De despedidas. De sentir saudades. Vez por outra em grupos de estudos nas residências de minhas colegas, encontrava as tão sonhadas cadeiras. O seu requinte imperial continuava a me fazer sonhar que num futuro não muito longe, quando possuísse minha própria casa, elas ocupariam um lugar de destaque e me fartaria de usufruir do seu embalo. Entretanto, quando casei em 1972, ainda cursando faculdade, as cadeiras de balanço dos meus sonhos, não foi possível fazer parte do meu enxoval, pois tínhamos outras prioridades e naquele momento elas não seriam tão necessárias. E assim adiei ainda por um tempo a compra das cadeiras dos meus sonhos. Chegou o nosso primeiro filho. Ele chorava dia e noite. O que fazer para acalentá-lo? O jeito foi comprar cadeira de balanço, no entanto das mais simples, de ferro com fio de plástico (macarrão). Serviram muito para embalar os meus filhos quando bebês. Algum tempo depois, meus filhos já não careciam dos embalos para dormir, e aí é que foi possível comprar as almejadas cadeiras. Diga-se de passagem que as comprei sem a presença do meu marido, que naturalmente acharia exorbitante o preço e não aceitava a compra. Lembro muito bem que as adquiri nas Lojas Dular, de propriedade de seu Raimundo Nonato, localizava-se na Rua São Pedro, próxima da loja de assistência técnica a eletrodomésticos de propriedade de João Fernandes da Silva. Neste dia comprei as cadeiras e a bicicleta para meu filho caçula, Daniel Junior. Michel, meu primeiro filho, possuía uma berlineta. Quase não durmo, apreciando e admirando as cadeiras. Em minha casa anterior, localizada na Rua Santa Rosa, elas gozavam de espaço suficiente por ser uma casa grande. Gostava de mudá-las de local. Às vezes colocava na varanda; outras vezes na sala de refeições; no escritório de Daniel ou no meu ateliê. Minhas netinhas, Heloísa e Isadora, foram embaladas ao ritmo certinho do vai-e-vem delas acompanhadas de cantigas de ninar para que dormissem. A música e o balanço da cadeira funcionavam como sonífero para fazê-las adormecer. Depois, em suas brincadeiras, elas é que colocavam suas bonequinhas (filhinhas) para dormir. Sinto saudades desses momentos. Os meus filhos não desfrutaram tanto do assento destas cadeiras, as brincadeiras eram outras. Mas, como tudo na vida tem seu fim, eis que chegou a hora de me desfazer das cadeiras de balanço, o seu papel foi desempenhado com louvor, agora, as coloco à venda por conta da mudança de casa. Na atual casa que estamos morando elas não têm mais sentido. A casa é bem menor e está difícil acomodá-las, não desejo que se estraguem. A dupla é joia rara e foi muito bem cuidada, zelada, recebeu muito carinho ao lustrá-la para que ficasse sempre brilhante e linda. Sintam-se tentados a comprá-la, o preço é muito bom e estão muito bem conservadas. E para maior esclarecimento para os leitores e interessados: “Cadeira de balanço combina com varanda. Combina com embalo de mãe. Com abraço de amigo, de balanço demorado e ritmado, que só o coração sabe. Combina com liberdade. E mesmo sozinha, se balança, em dias de vento, prevendo os tempos chegando. Combina com vó, tricotando histórias. Combina com equilíbrio. O embalo certinho do vai-e-vem, sem incomodar, sem apressar, conseguindo uma sintonia que cada um tem, o ponto exato, onde a única coisa que desejamos é permanecer ali, em silêncio, somente a obrigação do ócio”.
Para vocês uma linda semana, com as bênçãos e graças do Nosso Bom Pai.  

Um comentário:

  1. Boa tarde, Neuma, qual o valor das cadeiras? Eu me recordo de ter sentado no colo de Pe. Murilo, meu padrinho, quando de visita ao meu Pai, Antonio Calábria. Na sala dele haviam 2 iguais a essas. Posso ver se Mainha compra.

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