domingo, 2 de fevereiro de 2014

A delicadeza de pessoas que me acolheram - Parte II

Dona Heloísa Camilo, residia na Rua Santa Rosa esquina com Rua Conceição. Sua casa se destacava, era um bonito bangalô. Durante vários anos foi diretora do Grupo Escolar Pe. Cícero devido o seu dinamismo e capacidade.Agradava e era generosa com os professores e funcionários, recebendo deles a recompensa de um bom desempenho em suas atribuições. Sabia cativar e cultivar amizades.
Amiga e confidente de mamãe. Sempre a visitava, com seu espírito brincalhão e divertido fazendo tudo para que mamãe se distraísse em momentos de depressão Adorava o carnaval, foi uma brilhante foliona. Participava ativamente de todos os eventos prestigiando a atuação do seu esposo, José Camilo da Silva quando exerceu o cargo de vereador na Câmara de Vereadores de Juazeiro.


Dona Cilinha Almeida, a dama das flores artesanais em tecido. Durante anos trabalhou com flores artificiais, seus arranjos belíssimos enfeitaram muitas casas de nossa cidade. Ficou viúva muito cedo e dedicou sua vida ao seu filho Anísio e às flores. Sua casa durante muitos anos foi uma verdadeira oficina. Com a morte do seu único filho prematuramente enclausurou-se em sua casa, a sua única distração era receber os amigos para conversar e confeccionar seus arranjos. Quando a conheci através de Anísio, ela morava na Av. Dr. Floro, hoje reside na Rua do Cruzeiro próxima da Rua São Paulo.

Anunciada Marques (Ciada), tia de Daniel. Foi ele que me apresentou a ela. Muito tímida, a mão gelada de tanta vergonha ou medo. Medo de não agradá-la, de não ter o perfil indicado para namorar com o seu sobrinho. Passei no teste quando ela sorriu para mim. E que amizade bonita surgiu entre nós. Criatura sábia, alegre, conselheira, prestativa, gozava da amizade de toda a vizinhança. Eu já estava casada, morando na Rua São José, dois quarteirões acima da minha casa ela morava. Quando ela ia para o Socorro passava sempre em minha casa para uma conversinha amigável, para me desejar uma boa semana. Quando Michel nasceu, fazia questão de colocá-lo para dormir, tinha experiência demais, pois criou oito filhos. Passei a morar na Rua Padre Cícero, nº 960, o mesmo número de sua casa na Rua São José, levava Michel para passear e passava em sua casa, como ela ficava feliz. Mudamo-nos para a nossa casa própria na Rua Santa Rosa, visitava-a com frequência. Pedia conselhos, receitas culinárias e remédios para os meninos. Demonstrava uma afeição especial por mim e vice-versa. Uma amizade de mãe e de filha existiu entre nós, Daniel até dizia: " Parece que tia Ciada é tia de Neuma e não minha”. Isso porque nos identificávamos muito. Sofri muito com sua partida.

Dona Adalgisa Borges, senhora elegante e educada. O meu contato com ela aconteceu no comércio do seu esposo, seu Aderson Borges de Carvalho no Depósito ABC, loja de confecções. Tinha preferência em comprar nessa loja porque o preço era bem acessível, costumava, então, vez por outra visitá-la em busca de novidades. E dona Adalgisa gerenciava a loja, acredito. Recebia com muita gentileza os clientes, e algumas vezes até atendia. Seu charme e elegância me chamavam à atenção. Inúmeras vezes a encontrei no salão de Edna Figueirêdo, dizia que só confiava nela para arrumar seus cabelos. Sua alegria transmitia felicidade, era uma pessoa feliz.

Dona Derceles, mulher super comunicativa, sua alegria irradia felicidade. Exerceu o seu ministério de educadora no Grupo Escolar Pe. Cícero durante 35 anos. Foi professora inicialmente, depois ocupou o cargo de vice-diretora na gestão de dona Heloísa Camilo. Com o falecimento de dona Heloísa ela ocupou o cargo de diretora aposentando-se em 1982. Nas reuniões que aconteciam na 5ª Dere com a participação da Delegada de Ensino e das diretoras e vices sempre a encontrava. Uma característica sua não ficava com dúvidas, interferia para esclarecer pontos que a deixavam confusa. Fico feliz quando a encontro porque ela me abraça com um carinho todo especial, que me deixa bastante sensibilizada.


Dona Marlúcia Almeida, mulher de muita força e de trabalho. Quando a conheci ela morava na casa vizinha da casa dos meus futuros sogros, naquela época, anos já se passaram. Ela muito amiga de dona Maria e com filhos pequenos, o que eles faziam, aproveitavam-se da amizade dos pais com os vizinhos e escapuliam num piscar de olhos para serem paparicados na casa de dona Maria. Lá se fartavam de guloseimas, Carlinhos, Adriana, Luciana e principalmente Murilo, o caçula da turma. E foi nesse clima brincalhão que a conheci. A simpatia foi recíproca, ficamos amigas e quando nasceu o meu primeiro filho, o casal, seu Neomísio e dona Marlúcia foram os padrinhos. Padrinhos nota mil, presentes em todas as ocasiões de nossa vida e da vida do afilhado. Quando nos encontramos, dona Marlúcia não deixa de perguntar: “Como vai Michel? Tá tudo bem com ele?” É um amor verdadeiro, amor de sangue, de família mesmo!

Dona Maria Elza, morava na Rua Santa Rosa, próxima da casa de dona Heloísa Camilo. Sua casa estilo bangalô, naquela época pessoas com boa situação financeira eram que possuíam casas assim. Hoje já não mora nessa casa, mas os novos proprietários modificaram pouca coisa, o estilo continua o mesmo, quiseram preservar a beleza de coisas antigas e belas. A Ótica Boa Visão, uma das primeiras a abrir no comércio de Juazeiro foi de propriedade de seu esposo, José Gomes de Almeida. Lembro-me de dona Maria Elza, em um birô ao lado de seu José Gomes, na loja. A compra do meu primeiro óculos foi feita nessa loja, que hoje já não existe. Dona Maria Elza muito solícita me atendeu com muita delicadeza e paciência. Demorei um bocado para decidir, mas ela calmamente, sem nenhuma pressa atendeu às minhas exigências, com um prazo estendido e no carnê. Fazia um bocado de tempo que não a encontrava, para melhor dizer, anos. E saber que moramos na mesma cidade. Estava fazendo compras em um supermercado e a vi de longe. Cheguei perto para me certificar se era ela mesma e que alegria o nosso encontro. Um abraço apertado recheado de muito carinho de ambas. Esse encontro aconteceu bem próximo do Natal, foi um presente maravilhoso que recebemos.          
Desejo para vocês, meus estimados leitores uma semana maravilhosa, rica das graças de Deus!  

MENSAGENS RECEBIDAS
Analuce Macedo: Os recortes mostram um pouco da realidade. Bom seria que na passagem para Recife, houvesse uma parada no castelo de São José de Belmonte! Como Neuma diz, e eu assino embaixo, é imperdível! Se fosse na Europa, com certeza teria uma fila enorme para adentrar as porta do castelo. Valorizar a nossa cultura é sempre enriquecedor!

Eduardo Macedo: Minha tia, quão cruel é a sanha do capital. Saber que tínhamos um castelo em plena capital, destes, mesmo, "castelos de fato!", e deixamos que fosse derrubado em prol da construção dum mercantil que nunca veio, sequer, aos alicerces. Triste demais. Ótimas imagens e texto!

Simone Beserra: Parabéns pelos três anos da Coluna Recordações. Quem sabe faz e você sabe, por isso vale a pena ler seus textos lindamente escritos com simplicidade e clareza.

Salete Bezerra: Querida Neuma,  Estou gratíssima  pelo Portal de Juazeiro, sua coluna é uma beleza...desconhecia esse prêmio ao nosso povo.Vou ser leitora assidua dessa maravilha. Sem sua licença enviei na minha lista de e-mails. Obrigada, muitos beijos para você, e um abraço para Daniel.
   Até a próxima, se DEUS quizer.

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