quarta-feira, 4 de maio de 2016

Lembrando o dia das mães quando era criança

Meu pai era muito amoroso e carinhoso com minha mãe. Ele nos passava através de gestos concretos de exemplos a maneira certa de agirmos com ela.  Falar abusado, responder com grosseria a reprimenda vinha imediatamente ou o castigo. Fomos criados em um ambiente carregado de muito amor e disciplina. Em um dos meus textos já falei que frequentávamos a missa de 4:30 min no Dispensário Nossa Senhora das Dores, no finalzinho da Rua São José, próximo do local  chamado de Boca das Cobras, nos dias de domingo. O terço mariano rezávamos diariamente, após o jantar. Este comprometimento nos permitia um maior laço de aproximação e amor. Papai nutria um amor extraordinário por cada filho individualmente e junto com mamãe nos cobria de carinhos e de atenções. No dia do aniversário de cada um de nós todos se reuniam ao redor da mesa do jantar e um saborosíssimo frango assado era servido acompanhado do refrigerante Crush . Poesias eram recitadas pelos irmãos, papai e mamãe falavam e por último cantava-se os “Parabéns”. Que linda festa era para nós!  É tão bom recordar bons momentos. E foi assim que surgiu em mim esta necessidade de prestar esta homenagem a minha querida mãezinha que partiu para a vida com os anjos em 1996. Nestes últimos dias senti uma saudade enorme dela despertada por uma carta que Analuce, minha irmã caçula endereçou para nossa mamãe e também é justificada pela proximidade do Dia das Mães que acontecerá no próximo domingo, dia 8.  Lembrei então, das festas escolares quando estudante do Instituto Domingos Sávio, tendo à frente a dinâmica diretora dona Zuila Morais. Festas encantadoras com dramas enaltecendo a figura da mãe, coral dos alunos com músicas de Mãe; danças folclóricas (Aquarela do Brasil entre outras); desfiles de personagens infantis; declamação de poemas e os filhos no final entregavam os presentes às mães. Em um desses anos o presente que demos para mamãe foi uma batedeira com duas tigelas em louça branca. Hoje só encontramos em plástico, as coisas resistentes não existem mais é só material descartado. O poema de Casimiro de Abreu, Minha Mãe, musicado foi apresentado pela turma do 4º Ano Primário, me fiz presente porque fazia parte desta turma. Mas, não fiz tão bonito como os outros estudantes porque a emoção me contagiou e as lágrimas me impediam de cantar lembrando que o escritor quando a escreveu se encontrava em Portugal para tratamento devido a tuberculose que o consumia. As músicas cantadas na Rádio Iracema naquela época para homenagear as mães, eram: Mamãe, de David Nasser e Herivelto Martins, na voz de Ângela Maria; Minha mãezinha querida, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal, cantado por Carlos Galhardo e posteriormente por Agnaldo Timóteo. Escute mamãe estas músicas que lhe dirijo com muito amor e não esqueça dos momentos que rezávamos o terço toda tarde quando passava férias com Daniel e os seus netos em sua casa. De mãos dadas e segurando o terço nós duas nos aproximávamos de Deus e de sua mãe Maria Santíssima recitando a reza do terço. Feliz Dia das Mães, para as presentes na terra e as presentes no Céu.  

Minha Mãe 
por Casimiro de Abreu

Da pátria formosa distante e saudoso,
Chorando e gemendo meus cantos de dor,
Eu guardo no peito a imagem querida
Do mais verdadeiro, do mais santo amor:
— Minha Mãe! —

Nas horas caladas das noites d’estio
Sentado sozinho co’a face na mão,
Eu choro e soluço por quem me chamava
— “Oh filho querido do meu coração!” —
— Minha Mãe! —

No berço, pendente dos ramos floridos
Em que eu pequenino feliz dormitava:
Quem é que esse berço com todo o cuidado
Cantando cantigas alegre embalava?
— Minha Mãe! —

De noite, alta noite, quando eu já dormia
Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,
Quem é que meus lábios dormentes roçava,
Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?
— Minha Mãe! —

Feliz o bom filho que pode contente
Na casa paterna de noite e de dia
Sentir as carícias do anjo de amores,
Da estrela brilhante que a vida nos guia!
— Uma Mãe! —

Por isso eu agora na terra do exílio,
Sentado sozinho co’a face na mão,
Suspiro e soluço por quem me chamava:
— “Oh filho querido do meu coração!” —
— Minha Mãe! —
Lisboa — 1855.

Mamãe
Davi Nasser e Herivelto Martins

Ela é a dona de tudo,
Ela é a rainha do lar,
Ela vale mais para mim,
Que o céu, que a terra, que o mar,
Ela é a palavra mais linda,
Que um dia o poeta escreveu,
Ela é o tesouro que o pobre,
Das mãos do senhor recebeu,

Mamãe, mamãe, mamãe,
Tu és a razão dos meus dias,
Tu és feita de amor e esperança,
Ai, ai, ai, mamãe,
Eu cresci o caminho perdi
volto a ti e me sinto criança
mamãe, mamãe, mamãe,
Eu te lembro chinelo na mão,
O avental todo sujo de ovo,
Se eu pudesse,
Eu queria outra vez mamãe,
Começar tudo, tudo de novo

Minha mãezinha querida
Getulio Macedo e Lourival  Faissal

Minha mãezinha querida
Mãezinha do coração.
te adorarei toda a vida
Com grande devoção.
É tua esta valsinha
Foste a inspiração
Canto, querida mãezinha,
A tua canção.
Alegria, um prazer
Uma grande emoção
Neste dia te dizer
Com muito amor e afeição
Ó minha mãe, minha santa querida,
És o tesouro que eu tenho na vida
Eu te ofereço esta linda canção, 
Mãezinha do coração!





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