Tenho muitos e muitos motivos para dizer que sou uma pessoa agraciada por Deus. Apesar de muitos janeiros que já passaram em minha vida, ainda carrego comigo o sorriso, o desejo de ajudar quem precisa, a busca de novas amizades, o sentimento de acolhimento e minha fé cada vez mais solidificada. E por todos esses motivos reconheço que tenho que agradecer a Deus. Agradecer aos meus familiares por me fazerem felizes. Agradecer aos meus amigos pelo carinho que me dispensam. Um acontecimento que vem acontecendo desde o ano de 1995, ano em que me afastei da Escola Maria Amélia, onde exerci por 19 anos o cargo de vice-diretora do turno noturno. Meus colegas, diretores, professores e funcionários não me esqueceram. Surpreenderam-me naquele ano com uma festa surpresa no dia do meu aniversário. Trouxeram lanche, refrigerante e presentes, um sinal bem evidente de que me consideravam. Todos os anos esses amigos (que já foram colegas) nunca mais deixaram de me parabenizar no dia do meu aniversário. O telefone começa a tocar a partir de 6h e se prolonga até às 23h. Durante todo dia a peregrinação é grande em minha casa. À tarde a concentração é maior porque reúne uma turma mais numerosa, é o momento do reencontro, das novidades, dos abraços. Uma pequena pausa para a leitura de uma mensagem que preparo com antecedência para entregar para todos os presentes e os ausentes como forma de agradecimento por não se tornarem ausentes de minha vida. Interessante é que ao se aproximar o mês de outubro os amigos se comunicam com a mais afinada da turma que é Maroni perguntando como será a comemoração? O que estabeleci como presente? E se vai ser comemorado no dia mesmo? A partir daí o alvoroço é grande. Todos antenados para o encontro festivo anual. O maravilhoso de todo esse acontecimento é o fortalecimento dos laços de amizade, que nos dias atuais com o avanço da internet, o abraço, o aperto de mão, a conversa olhos nos olhos têm desaparecido assustadoramente. O que assistimos diariamente é a procura do amigo virtual. Não resta dúvida que é mais uma forma de intensificar a amizade, mas substituir o calor humano é cruel, é inadmissível. Para o conhecimento dos apreciadores desta Coluna, a comemoração do meu aniversário é um fato pitoresco, Daniel costuma dizer que é folclórico porque se comemora antes, durante e depois, já fazem é gozação. Meu irmão, primos, afilhados, compadres e outros amigos já se agregaram a esse grupo da Escola Maria Amélia e participam dessa minha alegria no dia em que celebro o dom da vida. Este ano a comemoração foi mais intensa, minhas netas me fizeram a maior surpresa colocaram cartazes em vários lugares da casa: na mesa, na cozinha, na copa e ainda uma linda cartinha. Que emoção! E a vontade de chorar, grande, mas me controlei. Em um dado momento a Heloísa, minha neta mais velha, perguntou: “Vovó você tem muitas amigas? – Respondi: “Sim, minha bonequinha, não só amigas, como amigos também. Vovó tem uma amiga que já comemorou bodas de ouro de amizade. É Tereza Fátima Bezerra, minha colega do Ginásio Mons. Macedo quando ainda estávamos no Ginásio”. E é assim o cultivo que faço das minhas flores, que são meus amigos, procuro regá-los com mensagens enviadas pelos Correios, telefonemas para dar somente um alô e o abraço bem afetuoso de quando os encontro por acaso.
Um lembrete prezados leitores, não deixem a amizade morrer pela falta de tempo, pelo medo de sair de casa, ou de até uma certa displicência. Os amigos do peito, amigos do coração devem ser eternos.