Com muita alegria quero comemorar com meus leitores a passagem do segundo aniversário desta coluna. O momento é oportuno para agradecer a todos pela carinhosa atenção que tenho recebido desde a publicação da primeira edição. O carinho manifestado através dos comentários enviados por e-mails tem me estimulado a continuar este trabalho semanal ao qual tenho me dedicado com muito afinco. A todos o meu muito obrigado de coração.
E vamos à coluna de hoje.
Bateu a saudade de...
Neste início de Ano Novo fiz uma pequena viagem a passeio e tive oportunidade de fazer uma reflexão sobre minha vida, e terminei relembrando fatos agradáveis e desagradáveis. Então:
Bateu a saudade de...
Seu Anísio vendedor de quebra-queixo que toda tarde parava
em nossa casa para nos abastecer de seu doce precioso;
Do peixe que Francisquinha de Joaquim do Pinga Certo
preparava toda sexta-feira, que delícia, ainda sinto o gosto;
Das colegas do Colégio Mons. Macêdo, principalmente Glória
Lopes, Marleide Cabral e Jane Menezes, que partiram para outra vida;
Do casal de arara amarela e azul que morava no quintal da
casa dos meus pais;
De colecionar álbuns com figurinhas de ursinhos,
moranguinhos, amar é...;
Do vendedor de mel que passava ao meio dia em nossa rua
gritando, “olha o mel de engenho, vai passando o mel”;
De minha casa cheia de crianças para brincar com os meus
filhos: Edilson (hoje padre Leandro), Wilson, Williams, Marcos, Edson
(falecido), Manoelzinho e Maurinho;
Dos salgadinhos que Nina Batista preparava e seu sobrinho,
Roberto vendia;
Das bolinhas de imburana que comprava na Rua São José
próxima ao Museu do Padre Cícero;
Dos dias que passávamos na casa de mamãe em Fortaleza no
período de férias com Michel e Daniel Junior, meus filhos;
Do raspadinho de gelo com refresco de morango da Rua Santa
Luzia;
Do caldo do Jaçanã Lanches, que na volta da faculdade com
bastante fome, lá pelas 22h matava quem estava nos matando;
De embalar meus filhos me balançando na rede;
De embalar minhas netas bebezinhas;
Almoço e jantar dos quatro (Eu, Daniel, Michel e Daniel Jr.)
no lugar prazeroso de minha casa a copa;
De seu Zeca e de dona Maria, meus sogros;
De ouvir mamãe dizer todo sábado quando ligava para ela: “É
Neuminha?”;
De ser a primeira dentista dos meus filhos e de minhas
netas;
Dos filhós do mercado feitinhos na hora;
Das brincadeiras de bonecas com minhas irmãs;
De ouvir meu pai me chamar de “minha princesinha”;
De visitar tia Laura na Rua Leandro Bezerra e dos seus
carinhos;
Da capa de chuva vermelha e da sombrinha de bolinha quando
ia para o Colégio Domingos Sávio;
De levar meus filhos para o parque de diversões;
De rezar o terço com mamãe, não tinha jeito ela cochilava e
não respondia;
Das pessoas que trabalharam comigo na Escola Maria Amélia e
que me ajudaram bastante no turno noturno, turno que dirigi durante dezenove
anos;
De rezar toda tarde com Adelina Cordeiro, depois que ela
perdeu a visão;
Da alegria que recebia de minha cachorrinha Brahma;
De brincar de bigurrilho e ganhar o prêmio.
Não bateu a saudade de:
Purgante de Óleo de Rícino que era obrigada a tomar de seis
em seis meses;
De colocar veneno na cabeça, Detefon para eliminar os
piolhos;
De encerar o taco com querosene na casa dos meus pais;
De enrolar o cabelo com papelotes para cachear;
Das provas escolares dos meus filhos, ficava tão preocupava
que parecia quem ia fazer provas era eu;
Das enxaquecas que sentia quase diariamente;
Da casa que morei na Rua Padre Cícero, 960;
Do desespero que sentia quando Michel adoecia;
Da lotação que nos pegava na Escola Maria Amélia às 22:15 e
nos deixava em casa, e o pior de tudo: a última a descer era eu;
Do meu cabelo longo e castanho.
Jane e Glória Papai e mamãe
Tia Laura Zeca e Maria Almeida
Seu Paulo vendedor de quebra-queixo em Triunfo, PE