segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Despedida de minhas vizinhas amigas

Um fato excepcional me levou a escrever para a coluna Recordações, do Portal de Juazeiro. Durante anos alimentamos o sonho de morarmos em um local mais pacato, sem muito ruído e bastante calmo. O tempo foi passando, os pais de Daniel precisando dos nossos cuidados, deixamos de lado este sonho. Seu Zeca morreu e aumentou mais ainda a nossa responsabilidade com relação a dona Maria. Mesmo assim investimentos na compra de um terreno no bairro Novo Juazeiro. Após a morte de dona Maria, começamos a alimentar a ideia da construção da casa. O ano passado Daniel resolveu contratar uma empresa no ramo de construções de propriedade do engenheiro Lino e entregou-lhe a planta que ele mesmo tinha elaborado para a construção. Depois de tudo acertado, deu início a construção na segunda quinzena de dezembro. E hoje, estamos prestes a nos mudar. Vez por outra falava para minhas vizinhas que estávamos construindo uma casa no Novo Juazeiro e iríamos morar lá. Cultivei muitas amizades neste tempo todo de Rua Santa Rosa, a santinha amável que nos acolheu durante mais de 37 anos. Resolvi fazer uma tarde de lazer e ao mesmo tempo a minha despedida destas vizinhas amigas. Marquei então para o dia 28 o evento. Entreguei os convites antecipadamente, preparei lembrancinhas, uma mensagem e alguns objetos para sortear. Arrumei a casa do jeito que gostava de fazer e aguardei com ansiedade o dia do encontro. Surpresa. Minha casa ficou repleta de amigas. Vizinhas do início, como Salete; dona Maria e as filhas, Rosimar e Dulcimar; Auxiliadora (Dora) sobrinha de dona Lucy; Francisquinha; dona Lourdinha e Iranir. De pouco tempo depois: Inácia (Naná); Creusa; Fátima, que é minha prima. De 25 anos, dona Nazaré e sua filha, Mundinha. De Ivone e Isa, moram há 17 anos. Adriana e sua filha, Letícia; Ana Paula: Rosa, sua filha Sílvia e os netos João Lucas e Ana Luísa. E mais recente Maria, que antes morava na Rua do Horto e sua amiga, Toinha que foi minha aluna na Escola Maria Amélia. Também presente minha companheira de caminhada, madrinha Francisquinha (quando criança foi minha madrinha de São João) e sua vizinha, D´arc, colega do curso de especialização. Cercada de amigas, Daniel, Daniel Junior, Luana (nora), Heloísa e Isadora, netas iniciei o encontro agradecendo a todas que atenderam o meu chamado e falei assim:      
Caras amigas, o sentido deste encontro é para agradecer a todas vocês por me fazerem enxergar de alguma maneira o quanto Deus é providencial. Durante mais de 37 anos percorri este quarteirão passando em frente à casa de vocês. Algumas vezes apressada, outras vezes pensativa e outras vezes tão distraída que até deixava de cumprimentá-las. Mas o importante de tudo isto é que fomos felizes. Meus filhos quando crianças, brincando com os filhos de vocês. Foi uma infância feliz. Daniel, contou com a solidariedade de muitos de vocês quando perdeu seus pais. E mais recente quando descobriu que estava com câncer no rim, o seu único rim. As nossas orações e a de vocês foram ouvidas. Ele está curado. Especificamente no meu caso, muitas alegrias vivi aqui neste lugar. O nascimento de Daniel Junior. A comemoração de nossas Bodas de Prata em 1997, celebrada na Capela de São Vicente. A primeira visita de Mãe Rainha nesta casa em julho de 2000. A celebração da Santa Eucaristia em agosto de 2006, e foi utilizada uma mesa daqui de casa para servir de altar, o celebrante padre Paulo. E às visitas que fazia a tia Adelina, tia de Francisquinha, minha vizinha, amiga e comadre. Distraía-me todas as tardes lendo para ela, a vida dos santos, fazendo orações e rezando o terço. E por fim não poderia deixar de mencionar o Bazar Beneficente que realizei e contei com a presença de muitas de vocês. Entretanto, a vida nos proporciona mudanças. E resolvemos mudar de bairro. Iremos para o Novo Juazeiro, um bairro mais tranquilo. Para nós esta Rua já está muito movimentada, o tráfego é intenso e isto nos incomoda. E sem falar que esta casa agora é grande demais  para nós dois, pois nossos  filhos casaram e moram em casa própria.  Por isso, vamos nos mudar e esperamos a compreensão de todos.
                               
A flor da amizade

Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras. Ninguém sabe como conseguiu crescer e ser um sinal de vida no meio de tanta tristeza.
Passou uma jovem e ficou admirada com a flor.
Logo pensou em Deus. Cortou a flor e a levou para a Igreja.
Mas após uma semana a flor tinha morrido.
Passou um homem, viu a flor pensou em Deus, agradeceu e a deixou ali. Não quis cortá-la para não matá-la.
Mas dias depois veio uma tempestade e a flor morreu…
        Passou uma criança e achou que aquela flor era parecida com ela: Bonita, mas sozinha. Decidiu voltar todos os dias. Um dia regou, outro dia podou, depois fez um canteiro, colocou adubo…
Um mês depois, lá onde tinha só pedras e uma flor, havia um jardim! A criança foi sábia descobriu uma maneira bem simples de fazer a planta crescer.   
Assim se cultiva uma amizade… E uma amizade bem alicerçada, cultivada com atenção, carinho, manifestações de apreço jamais será destruída. É importante que se diga, o destino une e separa as pessoas, mas nenhuma força é tão grande para fazer esquecer pessoas que, por algum motivo, um dia nos fizeram felizes.
Um abraço carinhoso da amiga,
                 Tereza Neuma
                        28 de setembro de 2014

Memória fotográfica do evento: