sábado, 26 de dezembro de 2015

Comemorando 25 anos Albergue Sagrada Família

Carlos Alberto de Oliveira, Carlinhos, filho de seu Josias Tributino que foi proprietário de uma mercearia de cereais na Rua da Conceição esquina com Rua São Paulo, é o fundador do Albergue Sagrada Família que ontem comemorou seus 25 anos de existência em nossa cidade. 




História: como tudo começou 
Carlinhos ajudava seu pai no atendimento aos fregueses. Essa mercearia era o local onde as donas de casa abasteciam suas despensas. Nos dias atuais é o que chamamos de mercantil.  Minha mãe e suas irmãs, Maroli e Odete e a cunhada Suleta eram freguesas. Lembro bem que acompanhava  mamãe quando ia fazer a feira e não dispensava a caixa de lata quadrada de biscoitos sortidos da Pilar. Dentro da lata um papel amanteigado que cobria os biscoitos. Que festa em nossa casa quando a feira chegava trazendo os tão cobiçados biscoitos, quatro tipos: rosquinha de leite, de chocolate, maisena e maria. Cada um de nós (os seis filhos) tinha a sua predileção. E foi assim ainda criança que conheci Carlinhos e o seu pai. Como costumava participar de solenidades, de missas e procissões na igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, sempre os encontrava nessas ocasiões. Em 1990, Carlinhos vez por outra passava defronte a minha casa na Rua Santa Rosa. Admirava sua frequência nessa rua sabedora de sua residência no Bairro dos Franciscanos. Curiosa por natureza certo dia o indaguei:  “está pensando em morar por aqui? Rindo ele respondeu: “não é que estou preparando uma casa para abrigar velhinhos na Rua São Marcos”.  Algum tempo  depois soube que a casa já estava recebendo os hóspedes. Hospedou no início um só; pouco tempo depois entraram dois e os pedidos começaram a chegar de familiares para que Carlinhos aceitasse o pai, a mãe, uma tia, porque não tinham condições de cuidar deles. Subiu para nove hóspedes. Sempre na quinta-feira, noite da Hora da Graça da Paróquia Sagrado Coração de Jesus eles participavam porque o albergue ficava bem próxima da igreja e os velhinhos iam satisfeitos e contentes para esse passeio. Na época em que se comemorava as festas natalinas não lembro o ano, fui visitá-los. Levei alguns donativos e conversei um pouco com os velhinhos e surpreendi-me quando avistei  Maria (Bafafá), celibatária que fazia faxina nas casas, estava morando lá. Gostava de andar toda enfeitada com pulseiras, brincos, e vários colares pendurados no pescoço. Fez parte da nossa infância (irmãos e primos). Mas quando escutava de longe o grito de algum menino(a):  “Maria Bafafá come bolo e não me dá”, a raiva se estampava em seu rosto e o som dos palavrões eram ouvidos à distância. Quando a vi lembrei das nossas brincadeiras infantis que para nós não faziam mal nenhum por sermos crianças, porém para ela acredito como a maltratavam. Nessa minha visita entrei nos quartos e vi as camas todas forradinhas, os velhinhos sentados, alguns deitados. Na cozinha, dois potes grandes com uma toalhinha bordada chamou a minha atenção. Já estavam  morando nove idosos de ambos os sexos. Recentemente  estive no albergue para conversar com Carlinhos e saber dele a ideia de como surgiu de criar uma casa para cuidar de idosos.  A resposta foi a seguinte: “Em minhas caminhadas pelas periferias da cidade levando a Eucaristia para pessoas doentes em suas residências me deparava com casos de total desprezo, abandono mesmo dos familiares. Alguns até diziam: por amor de Deus me ajude! Essa lamentação me cortava o coração. A maioria das vezes chegava arrasado e desolado em minha casa me debulhando em lágrimas por não ter condições de resolver a situação. Continuava na minha peregrinação de ministro consagrado e a minha missão de levar para os necessitados o Pão da Vida. Fui em uma certa casa nem lembro mais o local, sei que era um salão de beleza, e a pessoa que me atendeu, filha da senhora que estava levando a Comunhão, me disse: “não tem ninguém acamado e não precisa do senhor aqui”. Como me doeu aquela resposta, pois sabia que a velhinha me aguardava. E assim foram muitas e muitas pessoas que me expulsavam de suas casas. O que fazer então, me perguntava! Preciso fazer alguma coisa, mas o que Senhor? Durante mais de um ano sofri o tormento de não saber o que fazer. A aflição me perseguia. O tempo passando e o meu sofrimento aumentando a cada dia. Então, estava acontecendo na Capela de São Vicente o tríduo ao Divino Espírito Santo. De joelhos dobrados implorei quase soluçando que Ele me desse uma luz, um sinal do que podia fazer. Levantei-me e imediatamente me veio à memória uma casa que tinha na Rua São Marcos, nº 241 e que estava alugada. Fui até lá e pedi a casa. A inquilina ficou assustada e me pediu que não fizesse isso com ela, pois gostava da casa e não queria fazer outra mudança. Respondi pra ela que precisava da casa para uma boa causa. E assim aconteceu. No dia 25 de dezembro de 1990 a casa ficou aberta e recebeu o primeiro hóspede. Nessa casa embora pequena hospedei  dezessete pessoas. Tive que parar por aí por não ter mais condições de receber nenhum mais. 
Soube depois que dr. Raimundo Macêdo possuía uma casa grande, uma chácara, na Av. Paulo Maia, e estava para alugar. Fui procurá-lo e pedi a preferência. As negociações foram feitas com dra. Maricelli, sua esposa,  e fiz a mudança. Recebi mais hóspedes, chegando a cinquenta e três. Lá fiquei por um bom tempo. Consegui a doação de um terreno da prefeitura para a construção da sede própria no Bairro Tiradentes, localizada na Rua Maria Diva Cardoso Lobo, 100. E graças ao Nosso Bom Deus conseguimos construir com muito esforço e muitas doações a nossa sede e hoje nesta data de alegria do nascimento do Nosso Salvador Jesus Cristo estamos comemorando os vinte e cinco anos da fundação do Albergue Sagrada Família, cantando vitória – GLÓRIA DEUS NAS ALTURAS E PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE. Celebramos uma missa em ação de graças oficiada pelo frei Oliveira por todo fruto que esta obra já produziu e se Deus quiser quero expandir ainda mais com a ajuda de muitos benfeitores.
Seu trabalho Carlinhos e da sua família é maravilhoso. Que Deus cubra de bênçãos e de graças esta obra de doação ao próximo.
Para todos os leitores desta Coluna um Natal rico de graças e um espetacular 2016.  









       

domingo, 29 de novembro de 2015

Beata Maria das Dores, fiel devota de Santa Margarida Maria

Conheci Maria das Dores quando trabalhei na Escola de 1º Grau Dona Maria Amélia Bezerra meados de 1980, e lá ela cursou a 5ª e 6ª séries. Fora transferida da Escola Demóstenes Ratts Barbosa, ao concluir às séries iniciais. Aluna assídua, não gostava de faltar, porém  uma coisa que a deixava bastante nervosa era  o período de provas. Possuía certa dificuldade em assimilar o conteúdo das disciplinas, e isso a deixava deveras aflita e agoniada, fazendo com que não conseguisse responder satisfatoriamente às provas motivando-a a desistir de continuar na escola. Em 1988 após choros e lamentações  na presença da diretora dona Socorro Almeida porque suas notas não foram satisfatórias, sua mãe dona Socorro Monte foi chamada para uma conversa com a diretora sobre o desempenho escolar de sua filha. Após um diálogo entre as duas, ficou decidido que ela não voltaria a estudar por um período. Ao receber a notícia sobre a decisão tomada Dasdores respirou aliviada e feliz, porque estudar não era o seu forte. E agora o que fazer do seu tempo? Não podia ficar ociosa, precisava ocupar o seu tempo e a sua mente. Pensou então com os seus botões: “Vou ler a Bíblia para aprender com Jesus e me aproximar mais Dele”. Plano posto em prática e assim foi desvendando os mistérios de Deus e enriquecendo os seus conhecimentos. Resolveu também fazer a leitura da vida dos santos e a cada dia se entusiasmava mais. Foi aí que despertou o desejo de ser freira, achava lindo o hábito, a vida dedicada ao amor e a misericórdia de Jesus. Porém esse seu desejo não pode ser concretizado, freiras, monjas precisam de mais estudos e ela não chegou a concluir a 6ª série, por esse motivo não tinha condições de entrar para o convento. Não desanimou,  nem tampouco ficou revoltada, continuava com as suas leituras e também acompanhava sua bisavô quando era chamada para tirar Renovação do Coração de Jesus na casa dos vizinhos e parentes. Ficava bem atenta nas orações que sua bisavó rezava e tinha uma que lhe chamava mais a atenção, dizia assim: “Coração Sagrado de Jesus, que revelastes à bem-aventurada Margarida Maria o desejo de reinar sobre as famílias cristãs, nós queremos hoje proclamar Vosso reinado mais absoluto sobre a nossa família”. Ficava matutando quem seria Margarida Maria, mas ninguém lhe esclarecia, as pessoas não conheciam Margarida Maria. Em certo dia ouvindo a missa de 6h na Matriz de Nossa Senhora das Dores, celebrada pelo padre Murilo de Sá Barreto e transmitida pela Rádio Progresso, sempre ela escutava a celebração da missa. E nesse dia no início da celebração padre Murilo falou: “Hoje é o dia de Santa Margarida Maria de Alacoque, a discípula e esposa de Jesus. Ela teve visões e diálogos com Jesus. Quem quiser conhecê-la venha até à Matriz, ela se encontra no altar do Coração de Jesus de joelhos”. Muito curiosa e o com o desejo ardente de conhecê-la não contou conversa, trocou de roupa e rapidamente chegou a Matriz de Nossa Senhora das Dores e lá encontrou o que tanto procurava. Ficou um tempo parada diante do altar do Coração de Jesus contemplando-o, depois,  ajoelhou-se e rezou pedindo a Santa Margarida que a protegesse e a ajudasse. Da Matriz foi até à Capela do Socorro em busca de uma imagem ou um quadro com a imagem da santinha. Depois de visitar as lojas religiosas no átrio da Capela do Socorro, encontrou finalmente um santinho. Não ficou muito satisfeita, pois queria uma imagem ou um quadro grande. Assim mesmo adquiriu. Mas não deixou de pensar no quadro que tanto desejava. E veio a oportunidade quando surgiu na Vidraçaria Art Quadros, a ampliação e restauração de fotos. Encomendou o quadro mesmo sem ter dinheiro, o dono da loja confiou na sua palavra. O que fez para pagar? Como não tinha dinheiro algum resolveu pedir esmolas, não se acanhava, para ela era um motivo de alegria e de orgulho porque conseguiu o que tanto desejava. Falou com  dona Geraldina, coordenadora da igreja de Mãe Rainha, e ela não negou a acolhida para o quadro e consentiu que fizesse a comemoração e os louvores para a Santa. Nessa época a paróquia estava sem vigário. Porém o que mais queria era uma igreja para Santa Margarida Maria, que a tivesse como padroeira. O caminho como ela diz, estava espinhoso e pedregoso. Muitas humilhações, muitas chacotas que a deixavam muito triste e chorosa. Mesmo assim não desanimou, continuou rezando e pedindo essa graça. Em setembro desse ano, 2015, finalmente uma parte da graça foi alcançada. Por intermédio do Vereador João Borges, que conhecia sua história e se compadeceu do seu sofrimento, foi encaminhado para a Câmara de Vereadores o pedido de um terreno para a construção da igreja de Santa Margarida Maria e foi aprovada pelos vereadores presentes por unanimidade. A alegria da beata Maria das Dores foi imensa, as lágrimas correm dos seus olhos quando conta a doação. O terreno está localizado no Campo Alegre, próximo da Socil. O padre que vai dar assistência a essa igreja é o padre Adelino, da Paróquia de São José, no Limoeiro. Ele ficou satisfeito em saber que o esforço de Dasdores foi recompensado e prometeu que vai ajudá-la como orientador na construção. Amigos leitores, o terreno já foi conseguido agora a outra parte da graça que ela tanto pede é doação de material. No momento ela iniciou a campanha de latinhas, de garrafas plásticas no sentido de arrecadar fundos para a mão de obra. Amanhã, dia 30 é o seu aniversário completará 45 anos de uma vida baseada no amor cristão e na divulgação da palavra de Deus. Que o Sagrado Coração de Jesus derrame muitas bênçãos e graças sobre ela e que a sua fé jamais seja abalada. E que a igreja que tanto deseja seja inaugurada em 2017, e que os anjos digam Amém!  Não posso deixar de mencionar que fundou uma associação para ajudar as pessoas carentes e também catequiza crianças e prepara festinha no Natal e no Dia das Crianças para seus catequizandos. Ajuda gestantes com o enxoval quando precisam.Exponho para vocês, cativos leitores um breve relato desta abnegada criatura de Deus.Parabéns Dasdores neste dia tão importante! 





MENSAGENS SOBRE A COLUNA ANTERIOR


Socorro Romão: Neuma, que lembranças boas! Agora me reportei ao passado e nos vi crianças, contando os meses do ano para que chegasse logo o Natal e tão sonhada visita de Papai Noel podasse juntar a gente juntar os nossos brinquedos: O fogão, as Panelinhas, a Geladeira, a mobília cor de rosa que você com sua criatividade enfeitava com o papel laminado que vinha nas caixas de cigarro. E os nossos vestidos iguais de listrinhas com barras bordadas o meu o seu e o de Regina que tinha Zeneida com sua mão de fada confeccionava. E os Guizados que fazíamos no quintal...

São tantas lembranças boas da nossa infância que o espaço aqui fica pequeno para menciona-las. Que você complete muito e muitos anos para a gente possa desfrutar da amizade, do sorriso, do seu Amor...! Prima,irmã,comadre,amiga, Teresa Neuma. beijos de quem a Ama. Socorro Romão.

Mirna Figueiredo: Uma viagem e meu muito obrigada por nos presentear sempre com belas história e reavivar nossa memória. Beijos prima querida

Eliete Lira Nobre: Neuma, que saudades! Que Deus continue te abençoando juntamente com toda sua família. Parabéns amiga!

Ana Mangueira: Parabéns ! saúde bjs linda.

Juquinha Lima: Linda história !

Renato Casimiro: Ótimas lembranças, Neuma. Faço votos para que você ainda viva muito para muitas outras histórias viver e contar.

Cleidinha Toninho: bom demais...

Ivonete Marques: Parabéns amiga você tem uma memória privilegiada E nos trouxe boas recordações. Tive a alegria de reviver meu passado grata beijão

Moema Silva: Relembrar é reviver lindas recordação

Socorro Figueiredo: Nossa, que saudade!!!

Maria Martins de Almeida: parabéns

Valdoester Leandro: PARABÉNS.

Sandra Regina: Parabéns querida amiga Neuma! Grande abraço.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

65 anos, um tempão que já vivi
Nasci em Juazeiro do Norte, no ano de 1950, na residência do meu avô paterno, localizada na Rua do Salgadinho, atualmente chamada de Leandro Bezerra. Ao longo dessa existência vi e participei de muita coisa muitas das quais passo a relatar e relembrar:
- Tive uma infância cheia de brincadeiras com os meus irmãos e com os meus primos. Lembro-me dos invernos que tínhamos antigamente, eram chuva pra valer mesmo, as ruas ficavam alagadas. Tomar banho e correr na chuva, a roupa colando no corpo, a tremedeira e as mãos roxas de tanto ficar na chuva, era uma diversão maravilhosa. Hoje, o inverno está difícil, as crianças desta nova época não convivem com a quadra invernosa que já existiu. Não têm oportunidade de se deleitar com esta brincadeira que tanto nos alegrava.
- O Rio Salgadinho cheio, limpinho, sem sujeira, olhando de cima da ponte dava até para enxergar o montão de pedrinhas que juntava no leito do rio. Esta visão de rio caudaloso, de água deslizando nas pedras, com água azulada carregando os troncos de bananeira, os peixes nadando, que beleza de cenário, por aqui não é mais possível de se encontrar. O que vemos é o rio seco e imundo. A visão da nova realidade.
- Nas matinais ou vesperais do domingo existiram programas de auditório em nossa cidade promovidos pela Rádio Iracema e Rádio Progresso, com os apresentadores José Brasileiro e Alceli Sobreira, premiavam com brindes os participantes. Os locais dos programas, Treze Atlético Juazeirense e Cine Plaza. Participei muitas vezes e até ganhei alguns prêmios.
- Viagem de trem para Fortaleza apesar de cansativa era uma aventura para meninos veios do interior. E quando parava em Baturité os vendedores ambulantes corriam a oferecer sacolas com tangerina, as cestinhas com uvas roxinhas, as pencas de banana, laranja do maciço de Baturité (que delícia!), doces que só mel. 
- O Instituto Gonzaga na Lagoa Seca, dirigido por padres jesuítas, trouxe muitos jovens de outras regiões, ensino de primeira e com muita disciplina. Passou depois a funcionar o Hospital Santo Inácio, vindo a fechar suas portas no ano de 2012. No local breve surgirá um destes prédios enormes e ficará em nós somente a lembrança. 
- O Ginásio Domingos Sávio fundado e dirigido pela professora Zuíla e Silva Morais. Das festas juninas, dos almoços dominicais, dos bingos para arrecadar fundos para a construção de uma sede mais ampla e moderna que comportasse o número de alunos que a cada dia aumentava. Passou a ser chamado no novo prédio, Colégio Menezes Pimentel. Hoje, nesse local funciona o Restaurante Popular.
- A Escola Técnica de Comércio de Juazeiro formou muitos contadores, já não existe mais. Aconteceu o mesmo fato com a Escola Técnica de Comércio Dr. Diniz, com a sua famosa fanfarra, desfilando garbosamente no dia 7 de setembro. Que pena! 

- O Ginásio Mons. Macêdo (antes Instituto Santa Teresinha), localizado na Av. Dr. Floro com Rua Padre Cícero, com uma imagem de Santa Teresinha na esquina entre as duas ruas. Dirigido pelas Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado. Disciplina rígida, currículo excelente e professores eficientes. Fui aluna desta Unidade de Ensino durante 7 anos.  Conquistei muitas amigas nesse período, por algum tempo continuamos nos comunicando. Porém, procuraram novos rumos em suas vidas, novas cidades e por lá faleceram, como: Glória Lopes, Marleide Cabral, Jane Menezes, Querubina Bringel (Bibi). Que nessa morada tenham sido recebidas por Deus.
- Medito um pouco e vem à lembrança a professora de música, mais precisamente de piano, dona Raimunda Mamede. Professora exigente, mas que se deleitava ao ouvir as notas musicais dedilhadas por seus alunos. Uma coisa que não admitia dos alunos a displicência. O aluno que não prestava  a atenção devida e errava, era tiro e queda: a régua nos dedinhos era tirana. Outra professora rigorosa, dona Toinha, mestra no ensino primário. Voz grossa, rosto sério, quando o aluno cometia algum erro pegava sua palmatória de madeira, e estalava os bolos nas mãos. Remédio muito eficiente, pois surtia logo bom resultado. O aluno aprendia mesmo. Por sinal fui sua aluna.
- Remédios que costumávamos usar: Leite de Magnésia, Óleo de Rícino, Regulador Xavier 1 e 2, Biotônico Fontoura, Columbiazol para ferimentos. Postafen para engordar, Fosfocalcinaiodada  e muitos mais, que já não fazem parte do receituário das novas gerações.
- A Feirinha da noite em nossa cidade, localizada na Rua da Conceição com Rua São Pedro. Velhinhas com saias longas, não muito largas e com um lenço na cabeça, trajes típicos saíam de suas casas no fim da tarde com uma banquinha de madeira, uma toalha estampada para forrar e as guloseimas enrolados num pano. Amendoim torrado, rolete de cana, cocada, milho cozido etc. Convivemos com essa preciosidade que fez parte da geração dos anos 60 e até 70. Não ficou nem uma fotografia, o que nos resta é contar através da escrita.
- Um objeto que gostava demais de usar, os tamancos de madeira, comprava-os nas feiras livres nos dias de sábado. Experimentava no calçamento mesmo, não sujava e dando certo, era embrulhado num pedaço de papel ou jornal. Sacolas de plástico não existiam. Parece que escuto o som que saía quando andava:  toc, toc, toc...
- Evoco nas minhas lembranças, o mini zoológico que existia na casa dos meus pais quando éramos crianças. O casal de araras azul e amarela, o papagaio, casal de marrecos, patos, galinhas, gato maracajá, pássaros de várias espécies. Que hoje, devido o abuso excessivo em contrabandear  e o desmatamento das florestas afugentou os animais e aves obrigando as autoridades a tomar medidas sérias proibindo extensivamente a caça, porque a maior parte das aves estão em extinção e não podem mais ser criadas em cativeiro.
- Assisti ao funeral de padre Francisco na Igreja do Sagrado Coração de Jesus e é lá que ele está sepultado. Uma multidão esteve presente à missa de corpo presente, inclusive muita gente que gozara de sua amizade chorava.
- O filme A Noviça Rebelde, empolgou o público brasileiro ao entrar em cartaz em 1965. E os excursionistas do Ginásio Mons. Macêdo tiveram o privilégio de assisti-lo no Cine São Luiz no Rio de Janeiro, marcamos presença. Filme lindo! Outro filme que me contagiou de emoção e o vi muitas vezes, Dio come te amo, de Gigliola Cinquetti. Final dos anos 60 e 70, filme em preto e branco, mas as gerações dessas décadas se apaixonaram por ele.
- Estive presente na inauguração da nova Igreja da Paróquia do Sagrado Coração, em 1975, este ano completou 40 anos. O baluarte da construção foi Padre Nestor Sampaio. Outra imponente inauguração que também marquei presença foi a do monumento do Padre Cícero na Colina do Horto, em novembro de 1969, obra do prefeito Dr. Mauro Sampaio e também do Estádio Municipal José Mauro Castelo Branco Sampaio, O Romeirão, em



- Na administração de Dr. Salviano assisti à inauguração do Memorial Padre Cícero, obra de muita importância para a nossa cidade homenageando o nosso fundador Padre Cícero. Foi entregue à população outra obra o Ginásio Poliesportivo, pelo mesmo prefeito..
- O pavor que suscitou na população brasileira o surto de meningite que surgiu em nosso país na década de 70. O Governo se empenhou na busca de vacinas em outros países para dar vencimento ao número de pessoas que procuravam a vacina nos postos de saúde. Entretanto, apesar dos esforços, muita gente morreu dessa moléstia, o tempo inábil e a doença muito rápida e traiçoeira. Em nossa cidade pessoas jovens foram ceifadas. 
- No início do mês de outubro de 1974 aconteceu um desmoronamento na igreja matriz de Nossa Senhora das Dores. Uma das colunas que sustentava o teto, construída pelo Padre Cícero,  desabou, mas felizmente não teve vítimas fatais porque foi num horário da manhã de pouca frequência de fiéis. Em setembro do ano seguinte aconteceu à comemoração do seu centenário com a inauguração da reforma e lá estive.
- A chegada dos primeiros astronautas à lua. O mundo parou para assistir através da televisão a imagem em preto e branco dos astronautas descendo do foguete e pisando no chão. Emoção, incredulidade, foi a reação estampada em todos os rostos que assistiam.
- Nossa cidade tremeu quando passou numa altura não muito propícia para a sua potência um avião supersônico deixando a população apavorada, principalmente pelo estrago que causou na loja A Pernambucana, a loja toda envidraçada. Os vidros foram ao chão provocado pelo barulho ensurdecedor que as turbinas do avião emitiam.
- Exposição Fotográfica de Juazeiro Antigo, ideia genial de alguns jovens da época (Daniel Walker, Renato Casimiro e José Carlos Pimentel) realizada no Edifício Dom Pires, gentilmente cedido pelo pároco Pe. Mutilo de Sá Barreto. As fotos em tamanho 20x30cm, em preto e branco,  foram expostas em tripés de madeira e estampavam a história do Juazeiro Antigo. 
- Inauguração de três escolas públicas estaduais no governo do Cel. Adauto Bezerra, no ano de 1976. Escola de 1º Grau Dona Maria Amélia Bezerra, localizada na Av. Castelo Branco com Rua São Benedito, em 24 de março de 1976. Nesta escola ocupei o cargo de vice-diretora durante 19 anos. Escola de 1º e 2º Graus Cel. Adauto Bezerra, localizada na Av. Castelo Branco, esquina com Rua José Marrocos e a Escola de 1º e 2º Graus Presidente Geisel, Escola Polivalente, localizada na Rua José Marrocos, esquina com Av. Castelo Branco.
- Vi a construção e a inauguração do primeiro conjunto de casas em estilo moderno, no local que antes funcionou o campo de futebol de nossa cidade, LDJ, na Rua da Conceição com Rua do Cruzeiro. Recebeu a bela denominação de Vila Rica construída pela Construtora Raimundo Coelho, líder no mercado imobiliário naquela época.
- Os jovens de hoje ainda podem apreciar a bela construção localizada na Av. Dr. Floro com Rua Isabel da Luz, imediações do Edifício Dom Pires. Nesse prédio funcionou o Samdu, um posto de saúde de primeiros socorros. Passou depois a funcionar como a casa do vigário da Matriz de Nossa Senhora das Dores, Mons. Lima. Depois, nova mudança, Escola Menino Jesus, de propriedade da profª Socorro Maia. Funcionou novamente como residência e hoje abriga a Pousada Nossa Senhora da Conceição, hospedando romeiros.
- Vi a nossa cidade de Juazeiro parar com a trágica notícia da morte do empresário Felipe Neri da Silva ocorrida em um acidente de aviação nas águas da Guanabara, Rio de Janeiro em 24 de junho de 1960. O casarão da Rua Pe. Cícero, sua residência,  se tornou pequeno para receber as pessoas que desejavam se despedir de uma pessoa muito simples, íntegra, educada e do bem. Ficou na minha memória a tristeza provocada nas pessoas e o espanto de como não queriam acreditar!  

Caros leitores, apresentei para vocês um relato de fatos e acontecimentos que fazem parte de nossa história e que de alguma forma participei. É uma forma de deixar registrado na memória e para conhecimento das novas gerações. Fiquem a vontade para expor fatos que presenciaram e que de alguma forma se tornaram importantes..
Bom final de semana e um bom feriado. Fiquem com Deus.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Setembro indo embora e mostro para os leitores assíduos desta Coluna as últimas imagens clicadas do meu jardim. E hoje, em especial aproveito para parabenizar todas as secretárias que exercem com sabedoria e responsabilidade sua função na repartição em que trabalham. 

Que outubro chegue com chuva para molhar a nossa terra castigada pelo sol abrasador e para lavar as mangas e ois cajus.

Até qualquer dia, fiquem com Deus!















segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Alô amigos, o mês de setembro está findando e volto mais uma vez com cliques do meu jardim encantado, digo assim, porque ele exerce sobre mim um encanto excepcional. Nele sinto-me calma, feliz, e o mais importante de tudo isto é que cada plantinha, cada jarro preparado, foi feito por mim. Aproveito o momento para agradecer a Deus por minhas abençoadas mãos que criaram o meu espaço das plantas; e que as regam diariamente para que se  desenvolvam cada dia mais belas e que vibram ao olhar o desabrochar do botão transformando-se em flor. É mágica a sensação que sentimos. Fiquem então, absorvidos pelo presente maravilhoso que o Pai, Criador nos deu. E hoje, especialmente por ser o Dia da Árvore, homenageando-as com uma visão mais ampla do "Meu cantinho do Amor".
Para todos desejo uma semana de paz, de alegrias e com Deus no Coração.