08.04.2012
Faz algum tempo que organizei minhas fotografias (que não são poucas) e encontrei um álbum bem antigo, de folhas grossas e cor cinza, com um papel fino na frente para proteger a foto, e que se pregavam cantoneiras para colá-la. Que alegria senti quando abri o álbum e vi minha foto junto com minha irmã Regina, fotografada no famoso estúdio J. Saraiva, de Crato. Revivi então, a minha infância cheia de ilusões e de brincadeiras. Do meu cabelo comprido e castanho. E da euforia e expectativa que sentimos nesse passeio ao Crato para sermos fotografadas pelas lentes mágicas desse conceituado estúdio. No caminho passamos bem próximo do local, num pequeno morro do lado esquerdo de quem ia para o Crato, um pequeno túmulo com uma cruz pregada em cima, onde aconteceu o assassinato de Belchior, uma pessoa muito temida por seu comportamento intransigente e agressivo. A história que ouvíamos sobre ele era de assombração, que ele causava pânico e assombrava as pessoas. E o medo que nos atingiu quando passamos por esse local, o pavor e o coração batendo rápido acontecia sempre comigo quando sentia um medo grande, no momento me benzi com o sinal da Cruz. A viagem continuou e no horário já previamente marcado chegamos pontualmente na residência e estúdio de J. Saraiva. Fomos convidados para entrar numa sala; uma sala escura e nesse espaço a fotografia era tirada. Recebemos as instruções para que pose seria melhor, o jeito de como deveríamos nos posicionar para que ficasse perfeita, sem nenhum defeito. Como foi bom quando recebemos a foto, tivemos uma enorme surpresa, era colorida. Nessa época só existia a foto preto e branco em nossa região. O charme e beleza de tudo isso, só descobrimos depois, que foram executadas pelas mãos habilidosas de Dona Telma Saraiva. Os juazeirenses sempre procuravam esse estúdio para fotos de formatura, de primeiro aninho de criança ou quando queriam uma foto bonita para colocar em porta-retratos ou em molduras para pregar na parede. Senti no momento que encontrei o álbum a necessidade de expor, mas como seria, pensei: é bom que coloque na minha coluna, mas só essa foto que tenho não tem muita graça, seria mais conveniente colocá-la junto de outras fotos interessantes que fazem parte do meu acervo pessoal. Eis que surgiu a oportunidade que tanto sonhara quando vejo na capa da Cariri Revista, edição 05, a foto de Telma Saraiva, e dentro da revista várias páginas contando sua vida, as suas nuances, a sua veia artística e o seu dom de pincelar com muito amor a fotografia que foi o seu viver até 2003. Hoje, ela revive seus momentos de glória e de prazer com fotografias espalhadas pelo mundo a fora, sabendo que provocou nas pessoas a alegria de ter colocado sua arte em cada trabalho executado. Um detalhe interessante que deve ser mencionado aconteceu no casamento de minha prima Socorro Figueiredo Macedo. Foi contratado o trabalho do senhor José Saraiva para registrar o evento. Na Igreja Matriz a cerimônia do casamento tudo transcorreu normal, mas o coquetel na residência deu pane na energia elétrica gerada pela então, Celca. Todos pensaram que fazia parte do ritual, que tinha sido programado para causar um efeito mais bonito. Ledo engano, foi falta de energia mesmo, e agora o que fazer? Como fotografar no escuro? O flash da máquina era insuficiente, a sugestão surgiu rapidamente, que seria colocar velas em todos os lugares, que iluminasse o cenário para não prejudicar o andamento da festa e das fotos. Socorro contou emocionada esse fato e as fotos dizem isso. O fotógrafo muito habilidoso cumpriu fielmente o seu trabalho.
Abaixo mostro algumas fotos produzidas por Telma Saraiva:
1.Eu e minha irmã Regina. 2. Minha prima Socorro Romão |
1. Meu primo Eudôrio Pereira Romão 2. Minha amiga Fátima Cruz. |
Casamento de minha prima Socorro Macedo com Francisco Silva Lima (dá para perceber as velas que mencionei no texto). |