terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A delicadeza de pessoas que me acolheram - Parte I

Quando estudante do Ginásio e do Normal recebi uma atenção especial das mães de minhas colegas quando participava das reuniões de equipes para execução dos nossos trabalhos. Muito delicadas, conversavam e brincavam com a gente, serviam merenda. Na realidade era um ambiente aconchegante que nos levava a trabalhar com mais produtividade. Vejamos as pessoas que me fizeram tanto bem!   

Dona Roquinha Tenório, mãe de Fátima Cruz, morava na Av. Dr.Floro. Os nossos encontros para estudos eram sempre no período da tarde. Fátima, muito inteligente, pegava com muita facilidade as explicações dadas pelos professores e nos repassava. Dona Roquinha, como boa anfitriã, nos recebia com alegria e o lanche não faltava, as saborosas bananas fritas na manteiga, açúcar e canela. Que delícia, senti o gostinho na boca!





Dona Nininha Pita, mãe de Cecília, sua casa ficava em frente à Praça Padre Cícero, vizinha da Farmácia dos Pobres. A turma muito brincalhona gostava de ficar na calçada com os olhos na praça, com a leve esperança de surgir um paquera, estudos que é bom, necas. Precisava de uma voz para nos alertar e quem nos chamava? Claro que era dona Nininha com um sorriso cativante nos lábios, pessoa muito alegre, nos advertia: “esqueceram de estudar?” Entra a turma para a sala e o clima de estudo se instala. Sua mãe muito simpática, dona Mariinha os cabelinhos brancos envolvidos num cocó presos por uma travessa de tartaruga. Assim a tenho na memória. O lanche que nos servia era um saboroso pudim com ameixas. As nossas despedidas feitas com abraços afetuosos dados por dona Nininha quando terminávamos as nossas tarefas. Criatura do bem. Saudades!

Dona Nenén Lopes, mãe de Glória, morava na Rua da Conceição, em frente ao prédio dos Correios. Dona Neném, muito religiosa, assistia à missa de 6h todos os dias na Matriz de Nossa Senhora das Dores. Fiel companheira de Lia Marques no Apostolado da Oração. Como colega e amiga de Glória diariamente passava em sua casa para que fôssemos juntas para o Ginásio Mons. Macedo. Na porta de sua casa, chamava por Glória e dona Nenén com sua voz bem mansa e agradável com sotaque pernambucano respondia: “Glória já está indo”. A amizade com Glória era sincera, uma amizade de irmã para irmã. Fui convidada por dona Nenén para passar umas férias em Recife na casa de suas irmãs, foram férias inesquecíveis. Quando terminamos o Normal, Glória buscou seu curso universitário em Recife, Assistente Social. Cursei a faculdade, no Crato, Pedagogia. Mas a amizade continuou, sempre que encontrava dona Nenén ela me dava notícias de Glória e dos netos. Dona Nenén, mulher batalhadora e humana, que tive o prazer de conviver com ela.

Dona Helena Oliveira, mãe de Maria D´arc, morava na Rua Pe. Cícero, próxima da Rua Carlos Gomes. Uma senhora muito dinâmica, enviuvou muito cedo, mas soube cuidar e educar sua única filha com muito amor. Conseguiu uma cadeira do Estado para ensinar. Alfabetizou muitas crianças e jovens nas imediações da cidade do Crato, no Sítio Buriti. Todos os dias pegava o ônibus e se dirigia a escola em que trabalhava para exercer o seu magistério. Ensinou na Escola Figueirêdo Correia, na época que dona Isabel Moura Leal a dirigia. Transferiu-se para a Escola São Rafael, cuja diretora era Vilani, e lá se aposentou. Não gostava de ficar parada e por isso abriu uma lojinha em sua residência com produtos da Avon. D´arc prestes a fazer o vestibular, dona Helena liga pra mim e me incentiva para que me inscrevesse no vestibular da Faculdade de Filosofia do Crato, no Curso de Pedagogia. Área escolhida por D´arc, e no caso se passássemos seríamos colegas e ela me daria carona. Não me entusiasmei muito, pois não estava preparada, trabalhava dois expedientes no escritório das Lojas Credilar, de propriedade de meu tio, Valdo Figueiredo. O tempo para investir nos estudos era insuficiente. Dona Helena tanto insistiu que resolvi atendê-la. Fiz minha inscrição e logrei êxito. E foi graças a ela que através de tanta conversa, de tanto exemplo e de tanta insistência a responsável pelo meu êxito no vestibular. Durante três anos acompanhei D´arc e o seu noivo, Almiro para a Faculdade, dona Helena confiava muito em mim. A ela o meu profundo respeito e gratidão.

Dona Salete Cruz Bezerra, mãe de Tereza Fátima, sua casa ficava na Praça dos Ourives, próxima da Estação Ferroviária. Minha aproximação com dona Salete aconteceu numa tarde de domingo, quando fui convidada por Tereza Fátima para conhecer o seu enxoval de noiva que sua mãe tinha comprado, nessa época nós estávamos noivas. Tereza de José Roberto e eu de Daniel. Tereza Fátima me apresentou à sua mãe, estava encabulada por ir bisbilhotar o seu enxoval. Enxoval esse que só pessoas abastadas tinham condições de adquiri-lo. Dona Salete muito simpática me recebeu com distinção. Falou que ficasse a vontade e nos deixou a sós. Tereza desempacota colchas, toalhas, bordadas com as iniciais, toalhas de mesa bordadas, um enxoval de primeira qualidade. Foi uma tarde bastante divertida. A partir desse dia dona Salete quando encontrava comigo me cumprimentava muito alegre. Uma simpatia recíproca. Quando Tereza casou e foi morar em São Paulo, nas férias quando vinha a Juazeiro trazia dona Salete até minha casa para jogar as conversas fora. Numa dessas vezes dona Salete admirou a quantidade de enfeites que eu tinha e disse: “minha filha, como é que você dar conta de tanta coisa pra limpar?” Caí na risada. Respondo agora para dona Salete: “Naquele tempo tinha disposição e gosto, hoje tenho o mínimo possível de enfeites, as extravagâncias de antigamente já não fazem parte da minha vida”. A dona Salete o meu agradecimento e admiração pela atenção que a senhora dispensa a mim e a Daniel e pelo trabalho manual que suas mãos habilidosas executa com tanta precisão. Parabenizo-a pelos lindos bordados que a senhora costuma fazer para presentear familiares e amigos.Um ano de muita luz.

Leitores amigos, uma semana abençoada e rica de graças de Deus!  

Mensagens recebidas sobre a coluna anterior:     
- Concita Gomes: isso é muito belo!
- Rosiana Oliveira: Parabéns Neuma.
- Linda Callou: Sou fã de um marido apaixonado...parabéns!
- Cleidinha Fernandes: Parabéns!
- Mirna Figueiredo: Parabéns!!!Mais não poderia ser diferente com os ensinamentos
- Neuma Toledo: Parabéns Neuma.
- Josimar Lima: PARABÉNS DONA NEUMA.
- Marluce Ferreira de Carvalho: Parabéns Neuma, estou quase sempre consultando sua coluna. Tive o prazer de ler o  livro que nossa saudosa professora e amiga Eunice Arraes escreveu e que você mencionou em sua coluna..Parabéns também ao casal que acho lindo!!!
- Marilourdes Macedo: Parabéns! Só temos a lhe agradecer,
que Deus continue iluminando seus lindos ensinamentos... Beijos da sua prima
- Valdelucia Costa: Parabéns querida Neuma. Você é um exemplo a ser seguido. Beijos
- Josane Cassia: Parabéns Neuma por ter o dom de ser culta e de transmitir sabedoria e carinho para todos nós. Abraços.
- Magdalene Boaventura: Parabéns pelo sucesso e obrigada por nos enriquecer com sua sabedoria. Um abraço.
- Stela Maris López Garcia: Boa Noite minha querida amiga! Há poucos minutos Luana me ligou dizendo que você já havia publicado na sua Coluna uma homenagem  a Heloísa, Isadora e Yolanda, relacionado as mensagens de Natal. Então, liguei o computador pra conferir, e não foi surpresa encontrar um texto bem escrito, porque esse seu talento já conheço! Mas sabe o que me surpreende é essa sua forma de nos surpreender!  Pois com esse seu olhar detalhista, típico de pessoas dotadas de um coração grandioso e repleto de amor ao próximo, você deixa marcado no nosso coração sentimentos que guardamos com muito carinho! Fiquei realmente muito comovida e emocionada! 
Então expresso o meu sincero e comovido agradecimento por tão lindas palavras! Simplesmente linda a homenagem as "três bonequinhas"! Obrigada! Como pais, plantamos a semente e  Deus é quem faz germinar!
Deus lhe abençoe!!