Dezembro, mês do nascimento de Cristo, o nosso Salvador, que veio ao mundo para nos redimir do pecado, e também se comemora a festa da Sagrada Família, em data móvel, no domingo, após o Natal, ou, alternativamente, no dia 29 de novembro.
Esta celebração serve para que todas as famílias se lembrem da humilde Sagrada Família, que mudou o rumo da humanidade. Ela representa o gesto transcendente de Deus, que se acolheu numa família humana para ensinar o modo de ser feliz: amar o próximo como a nós mesmos.
A Sagrada Família é o modelo de todos os tempos. É exemplar para toda a sociedade, especialmente nos dias de hoje, tão atormentada por divórcios e separações de tantos casais, com filhos desajustados e todos infelizes. A família deve ser criada no amor, na compreensão, no diálogo, com consciência de que haverá momentos difíceis e crises formais. Só a certeza e a firmeza nos propósitos da união e a fé na bênção de Deus recebida no casamento fará tudo ser superado. Pedir esse sacramento à Igreja é uma decisão de grande responsabilidade, ainda maior nos novos tempos, onde tudo é passageiro, fútil e superficial.
Valendo-me do momento que nos impulsiona a uma profunda reflexão, trago exemplos de famílias unidas que trabalharam em minha casa em algumas ocasiões e que me chamaram à atenção executando suas atividades.
O caso primeiro é do eletricista Cícero Antônio dos Santos, indicado pela Aliança de Ouro, e que há mais de vinte anos presta serviço de eletricista em nossa casa. Quando começou a nos atender trazia seus filhos garotos para ajudar. Eles carregavam a maleta de ferramentas, e auxiliavam na entrega do material necessário que o pai precisava. Os três nessa época andavam de bicicleta. Cícero em uma bicicleta e a maleta com os objetos do seu trabalho e os filhos noutra bicicleta. Entravam, acomodavam as bicicletas e começavam a trabalhar. Ficava a observar a comunicação e a perfeita parceria entre eles. Atendiam prontamente no que o pai precisava. E, assim, o tempo foi passando, os garotos cresceram e seguiram os passos do pai. Sempre que Daniel precisava dos trabalhos de Cìcero, ligava e ele prontamente atendia. Curiosa que sou por natureza, me aproximava dos três e algumas vezes puxava uma breve conversa, servia uma merenda, água e os deixava à vontade para trabalharem. Em um determinado dia não resisti e perguntei para Cícero: Vocês são sempre unidos, não discutem, não divergem às opiniões?
Ele respondeu: “Para a senhora ter uma ideia, nunca discutimos; os meus filhos são muito obedientes e vivemos plenamente a harmonia e a união. Fiz todo o esforço e construí minha casa, depois bati uma laje e construí a casa para os meus três filhos, os dois meninos e a menina. É um condomínio exclusivo nosso! Digo mais, foi uma grande graça de Deus que consegui realizar este sonho de morarmos todos vizinhos. Trabalhamos o dia todo juntos. Chegamos em casa, cada um se dirige para sua casa. À boca da noite, sentamos na calçada e vamos conversar, rir, brincar com os netos e só nos apartamos quando vamos nos deitar. Sinto-me uma pessoa abençoada e iluminada por Deus. Sofri muito em minha vida, passei necessidade e muito cedo comecei a trabalhar, porque meu pai sofreu um acidente e ficou paraplégico, impossibilitado de trabalhar. Nessa época morávamos no sítio. Então, fomos convidados para morar em Juazeiro, na casa de parentes. Para não nos sentirmos um peso, minha mãe me orientou para procurar um serviço e comecei a trabalhar. A coisa que me chamava a atenção era as placas luminosas das lojas, mas jamais pensei em me tornar um eletricista. Deus já tinha traçado a minha meta de vida. Junto com alguns colegas nos postávamos em frente da loja de material de construção e eletricidade, Aliança de Ouro, e ficávamos a espera de um chamado, não existia celular e o telefone fixo era muito caro, a forma de contato era assim. E foi dessa maniram que conquistei a clientela, gozo de ótimas referências e presto serviço a algumas empresas importantes de Juazeiro. Sou uma pessoa muito feliz e desejo para os meus filhos que sejam felizes também”. A família organizou uma microempresa a BCP, iniciais dos nomes Bibiu (nome do meu avô) , Cícero,(o meu nome) Pedro e Paulo (os nomes dos meus filhos)..
Quando falei para Cícero que iria escrever sobre sua vida, ele ficou emocionado e agradeceu dizendo: ”Obrigado, porque lembrou de mim. Fico muito sensibilizado porque o exemplo de minha convivência com a minha família será apresentado para muitos se espelharem. Tudo deve ser com Deus em primeiro lugar e o amor no coração. todos os obstáculos serão vencidos”.
O pequeno condomínio familiar que Cícero construiu e onde mora com seus filhosCíceo e seus filhos curtindo as férias numa paia
A família preparando material de trabalho