domingo, 14 de abril de 2013


Caros leitores da minha Coluna, a partir de hoje trarei para vocês temas interessantes, prazerosos e que nos levam a uma reflexão, uma tomada de decisão ou simplesmente uma leitura agradável. Sou adepta e fã do aconchego da família, dos laços de amizades e da verdadeira solidariedade. Vejamos, portanto, o que lhes apresento hoje:

         
EU SEI, MAS NÃO DEVIA
      Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E por não ter vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logos se acostuma a não abrir de todo as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente s e acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números aceita a não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia sobre as guerras de longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir ao telefone: "Hoje eu não posso ir". A sorrir para as pessoas, sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e de que se necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas vale. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas o que se compra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir aos comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e o suor no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola nos fins de semana. E se, no fim de semana, não há muito o que fazer, vai dormir cedo, e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele, se acostuma para evitar feridas, sangramentos para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida, que aos poucos se gasta e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma."          
A autora tem toda razão, o que ela escreveu é a dura realidade dos tempos atuais, mas não devia ser assim. O bom seria que tivéssemos tempo para olhar a natureza, cultivar pelo menos uma plantinha e vê-la crescer; apreciar a lindeza do beija-flor ao sugar o néctar; o sol irradiando uma luz maravilhosa que enfeita o nosso dia; afagar e receber a doçura do sorriso de uma criança; conversar com amigos pessoalmente e não por telefone ou e-mail; conversar com vizinhos; ocupar um pouquinho do tempo para agradecer a Deus tudo que tem recebido Dele; levar uma palavra de conforto para as pessoas que vivem em casas de repouso; cumprimentar com um bom dia, boa tarde ou boa noite para as pessoas que nos atendem em lojas, repartições, farmácias, supermercados etc. Coloco ainda nestas minhas conjunturas, locais prazerosos que existem aqui em Juazeiro que nos permitem momentos de reflexão como a subida à colina do Horto a pé, apreciando as esculturas da Via Sacra, visitar o santo sepulcro, local em que moravam os beatos e viviam em constante oração. É gostosa, é ímpar a alegria que sentimos quando saímos da nossa rotina e ilustramos os nossos pensamentos, os nossos olhares com belas imagens que nos fazem viver temporariamente como criança, esquecendo as dificuldades e problemas. Espero que curtam o que costumo apreciar e me tocam.       
Bom domingo e uma abençoada semana!                 
Tereza Neuma

E-MAILS RECEBIDOS
Sua coluna resgatou minha infância, adolescência vivida aí em Juazeiro. Rosário de coco, quebra-queixo, filhós, brincadeira de bigorrilho...Boca de forno, forno. Jacarandá dá. Se mandar, vou. Se não for, apanha... Lembra? Pular corda, rodar bambolê – eram as nossas brincadeiras. Só havia uma coisa que eu não gostava em Juazeiro: A doida Amaral. Ela passava todos os dias no centro comercial apavorando todo mundo.
Simone Bezerra, Fortaleza, Ceará

Prima querida, a fé realmente remove montanhas. Continue cultivando esse dom e relatando para nós suas experiências tão significativas e consoladoras. Você e Daniel merecem todas bênçãos do Padre Cícero, pois sempre acreditaram nele e em sua santidade.
Beijos,
Margarida Macedo Castelo, Fortaleza, Ceará 

Oi, minha querida li sua Coluna e aqui só ficamos mesmo foi a torcer por vocês sempre.Que a saúde de Daniel seja cada vez agraciada por Deus
Mirna, Fortaleza, Ceará

Acreditar nos desejos é fundamental. "A bondade do Senhor protege quem nele confia..."Portanto, para bater a porta e pedir tem antes que se despojar das incertezas e mostrar a fortaleza dos desejos revestida dessa confiança no Deus que cada um abriga em seu íntimo. Foi esse o Testemunho que você nos deu. Aliás, esse testemunho, na verdade tem sido nos apresentado através da história de vocês dois, conhecida por nós, como a mais viva expressão de Amor. Um abraço e felicidades, a amiga,
Socorro Aguiar, Rio de Janeiro

Sua coluna resgatou minha infância, adolescência vivida aí em Juazeiro. Rosário de côco, quebra-queixo, filhós, brincadeira de bigorrilho...
Boca de forno, forno. Jacarandá dá. Se mandar, vou. Se não for, apanha... Lembra? Pular corda, rodar bambolê – eram as nossas brincadeiras.
Só havia uma coisa que eu não gostava em Juazeiro: A doida Amaral. Ela passava todos os dias no centro comercial apavorando todo mundo.
Simone Beserra, Fortaleza, Ceará


Graças a DEUS mais uma vitória, parabéns, vocês são uma família linda! 
Wilker Marinho, Petrolina, Pernambuco

Nenhum comentário:

Postar um comentário