Através de um amigo tomei conhecimento da existência dessa instituição que abriga pessoas idosas e necessitadas. Estava com um bom estoque de fraldas e de leite em pó que recebi de amigos por ocasião do meu aniversário e já tinha preparado a lista das instituições que seriam beneficiadas. Então, ele sugeriu que visitasse esta casa e talvez ao conhecê-la resolvesse ajudá-la também. Com o endereço em mãos me dirigi ao Bairro Salesiano, mais precisamente na Rua Mons. Lima nº 105, em frente à Televisão Verde Vale. Fui muito bem recebida por uma funcionária que foi logo mostrando os moradores da casa e me apresentando-os. Estavam sentadinhos no terraço, alguns lanchando, outros ouvindo música, outros cochilando. Puxei conversa com um, com outro e de repente fui abraçada por uma moradora, que me perguntou assim: “Você gosta de mim?” Ah! Gente de Deus, como eles são afetuosos, como eles precisam de uma mão estendida, de uma palavra, de um afago. E nesta casa eu senti a presença de Deus em todos os cantos. Os funcionários cuidam com muito zelo destas criaturinhas desamparadas. Sancha é a responsável pela casa, na ausência do seu Antônio Erisvaldo Marques, que é o Presidente da Instituição.
Não tive a menor dúvida em apoiar e ajudar na medida do possível. Retirei do carro as sacolas com as fraldas e os pacotes de leite e entreguei para Sancha, e uma quantia em dinheiro para compra de medicamento ou de frutas. A resposta que recebi no momento me surpreendeu: “Nós não recebemos dinheiro em espécie, é uma norma da casa. Nós precisamos muito de alimentos e recebemos com muito prazer. Caso a senhora queira, esta quantia pode ser usada em material de limpeza que precisamos muito, sabão em pó, biscoitos, sabonete líquido, hidratante”.
Em casa comentei o fato e até o elogiei dizendo: “De fato esta instituição merece o nosso respeito e admiração”.
Dias depois levei o material que me prontifiquei a levar. E neste dia perguntei para Sancha se eles (os moradores) iam gostar se eu levasse alguns papais noéis da minha coleção para mostrá-los. A resposta foi bem rápida: “Eles vão gostar demais”.
Combinei de levar depois do Natal e assim o fiz. Acompanhada de duas amigas, Cida e sua filha Vivia, fomos divertir os moradores da casa. Foi uma festa. Eles cantaram, dançaram, bateram palmas, pegaram e abraçaram os bons velhinhos. Eles se sentiram crianças e felizes naquele momento. E neste dia observei que na entrada da casa estava instalada uma tenda com roupas e calçados para vender. Quando entrei perguntei para Sancha:”Este bazar é de vocês?” Ela respondeu: “É sim, já é uma ajuda para comprar a verdura, o pão, o leite. O pouco que entra já ajuda”.
Fiquei interessada em surtir o bazar com outra mercadoria, como: utensílios domésticos, enfeites, sabonetes, terços, santinhos etc. Juntei bastante coisa e mandei deixar. Seu Erisvaldo me contou que foi um sucesso. As vendas aumentaram porque havia novidades e não apenas roupas. Procurei então saber como surgiu a Criasa. Começou assim: Uma turma de amigos se reuniram em sua residência para discutir sobre um trabalho social que desejavam fazer. A decisão tomada na ocasião foi preparar um Caldo e distribuir toda terça-feira à noite nas periferias onde encontrassem moradores de rua. O movimento foi crescendo e resolveram estender para outro dia a sexta-feira e neste seria distribuído um Sopão. Começaram a oferecer dormida e com isso foi necessário alugar um local para abrigá-los. Pequeno no início, hoje está instalado numa casa alugada e hospeda 32 pessoas de ambos os sexos. Pessoas jovens e idosas acometidas de vários problemas, mas que se encontram amparadas e bem cuidadas por uma equipe vontadosa e desprendida em benefício do próximo. Amigo leitor, caso você tenha interesse em ajudar, separe objetos que em sua casa já não têm nenhuma serventia e doe para o bazar. Imagine como você se sentirá contente em contribuir com esta causa tão nobre e necessária. Mãos à obra, ajam!
Uma semana abençoada e rica de graças.
Até breve!
Erisvldo e Sancha |
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