Recebi de familiares e amigos insistentes pedidos para que
retornasse a escrever minha Coluna. Minha resposta era sempre negativa. Mas,
passei por uma grande experiência ultimamente, digo assim porque jamais
imaginei o desgaste físico e mental de uma mudança. Talvez para mim tenha
acontecido desta forma. O motivo sem sombra de dúvidas foi o tempo que
transcorreu de uma mudança para a outra. Trinta e sete anos. Tempo suficiente
para se juntar milhões de coisas, coisas que a princípio têm sentido guardar.
Mas com o passar do tempo é necessário que se faça uma reciclada, uma poda nas
gavetas, nas sacolinhas, nas caixas, o que seria o mais viável. Amigos
leitores, acontece que eu fiz e, ao mesmo tempo não fiz. De ano em ano retirava
um pouco, mas acumulava o dobro. Existia outro agravante, jamais passou por
minha cabeça a ideia de mudar da casa que morava na Rua Santa Rosa. Já tinha
fincado raízes. Mas, os anos passando e a ideia foi amadurecendo na mente de
Daniel de procurar um bairro mais sossegado, sem muito barulho. Após a morte
dos seus pais, Daniel resolveu investir nas economias que tínhamos conseguido
juntar, e compramos um terreno no Bairro Novo Juazeiro. Passados três anos da compra,
resolvemos construir. Daniel enfrentou a construção e após dez meses a casa
finalmente ficou pronta. Psiquicamente me preparei para a mudança. Estava apta
para uma nova vida, um novo horizonte. Porém, cometi um gravíssimo erro que era
de encaixotar minhas miudezas (mil e uma coisas do guarda-roupa), fora os
enfeites, minhas imagens de santas, meu artesanato, livros etc. com bastante antecedência. O que me
faltou foi coragem suficiente para enfrentar este trabalho tão enfadonho.
Recorri então, a minha nora, Luana. E prontamente ela veio me socorrer.
Consegui com minha cunhada, Vânia, muitas caixas grandes. Comprei oitenta
metros de plástico bolha, material adequado para embalar objetos frágeis, e
começou o desarruma e encaixa. Em alguns momentos parava e ficava olhando o
desmantelo naquela casa que tinha tanta vida. Imediatamente surgia o desânimo,
mas a vontade era tão grande de mudar, que o ânimo voltava e recomeçava o
trabalho. E parecia que não acabava mais. Quanto mais tirava das gavetas, dos
móveis, das estantes mais apareciam. Ficava invocada e me questionava, não tem
mais fim esta arrumação?! Ufa! Até que enfim conseguimos organizar as caixas
com etiquetas, os sacos de cem litros, os caixotes. Tudo empilhado a espera do
caminhão da mudança. Para desespero de Daniel, que desejava se mudar o mais
rápido possível, teve que esperar para o final de semana. O dono do caminhão
contratado só poderia fazer a mudança no domingo, dia dezenove de outubro.
Achei maravilhoso este dia porque se comemora o dia mundial das missões. E
Santa Teresinha do Menino Jesus é a padroeira das missões. E como sou devota e
admiradora de sua história, pedi que fosse nossa intercessora junto a Jesus
para que fôssemos bem felizes nesta nova morada. Quando o caminhão da mudança
chegou era mais ou menos nove horas. O sol já estava queimando. Os carregadores
muito apressados pegaram os objetos maiores como geladeiras, camas, armários,
estantes, e foram colocando no caminhão (baú). Em seguida cadeiras, fogão.
Segue a primeira remessa, Daniel os acompanha até a nova casa. Voltam para
pegar o restante: caixas e mais caixas, não tive nem coragem para contar os
sacos com cama, mesa e banho. Entre doze e meia ou uma hora descarregaram o
restante. Aí sim, a vontade de chorar foi grande, grande mesmo. A varanda
abarrotada de coisa. Arrastaram e já riscaram o piso com os móveis. Compramos
quentinhas e colocamos na mesa para almoçarmos e cadê os pratos, sabe-se lá
onde eles colocaram, a desordem era grande. E a toalha para colocar na mesa; os
talheres, os copos. Nesta hora lembrei de uma amiga que me avisou: “Neuma não
pense que em uma semana você coloca as coisas nos lugares, tire logo o
cavalinho da chuva. Olhe lá se não serão três meses”. Pensei com os meus
botões: “Que conversa mais sem fundamento.” Amigos leitores, ela estava
certíssima. Três meses já se passaram e ainda tenho algumas pendências para
colocar em seus devidos lugares. No entanto penso assim, breve chegarei lá. Não
tenho pressa. A paz, a tranquilidade que encontramos neste nosso novo lar nos
abastece de paciência, de companheirismo e outra coisa bem importante dividimos
as tarefas com alegria e brincadeiras.
Só mais um lembrete amigos, não deixem para a última hora o
que se pode fazer hoje. Penei muito nesta mudança, mas aprendi a lição.
Organizar tudo com antecedência é o correto.
Que este ano de 2015 consigam realizar tudo o que desejam.
As fotos abaixo mostram flagrantes da mudança e a nova casa. O jardim tem sido alvo da minha maior atenção. E já comecei a me alegrar porque as plantas que trouxe da casa antiga estão se adaptando muito bem ao novo terreno.
Olá, Tereza Neuma, tudo bem?
ResponderExcluirParabéns pela nova morada!
Tenho parentes que também trocaram a agitação do centro da cidade pelos barros: Betolândia, Tiradentes e Novo Juazeiro. Parece que por lá o céu é mais azul e ar mais puro. Boa sorte!
Abraço,
Simone - Fortaleza-CE