quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O transtorno de uma mudança



Recebi de familiares e amigos insistentes pedidos para que retornasse a escrever minha Coluna. Minha resposta era sempre negativa. Mas, passei por uma grande experiência ultimamente, digo assim porque jamais imaginei o desgaste físico e mental de uma mudança. Talvez para mim tenha acontecido desta forma. O motivo sem sombra de dúvidas foi o tempo que transcorreu de uma mudança para a outra. Trinta e sete anos. Tempo suficiente para se juntar milhões de coisas, coisas que a princípio têm sentido guardar. Mas com o passar do tempo é necessário que se faça uma reciclada, uma poda nas gavetas, nas sacolinhas, nas caixas, o que seria o mais viável. Amigos leitores, acontece que eu fiz e, ao mesmo tempo não fiz. De ano em ano retirava um pouco, mas acumulava o dobro. Existia outro agravante, jamais passou por minha cabeça a ideia de mudar da casa que morava na Rua Santa Rosa. Já tinha fincado raízes. Mas, os anos passando e a ideia foi amadurecendo na mente de Daniel de procurar um bairro mais sossegado, sem muito barulho. Após a morte dos seus pais, Daniel resolveu investir nas economias que tínhamos conseguido juntar, e compramos um terreno no Bairro Novo Juazeiro. Passados três anos da compra, resolvemos construir. Daniel enfrentou a construção e após dez meses a casa finalmente ficou pronta. Psiquicamente me preparei para a mudança. Estava apta para uma nova vida, um novo horizonte. Porém, cometi um gravíssimo erro que era de encaixotar minhas miudezas (mil e uma coisas do guarda-roupa), fora os enfeites, minhas imagens de santas, meu artesanato, livros  etc. com bastante antecedência. O que me faltou foi coragem suficiente para enfrentar este trabalho tão enfadonho. Recorri então, a minha nora, Luana. E prontamente ela veio me socorrer. Consegui com minha cunhada, Vânia, muitas caixas grandes. Comprei oitenta metros de plástico bolha, material adequado para embalar objetos frágeis, e começou o desarruma e encaixa. Em alguns momentos parava e ficava olhando o desmantelo naquela casa que tinha tanta vida. Imediatamente surgia o desânimo, mas a vontade era tão grande de mudar, que o ânimo voltava e recomeçava o trabalho. E parecia que não acabava mais. Quanto mais tirava das gavetas, dos móveis, das estantes mais apareciam. Ficava invocada e me questionava, não tem mais fim esta arrumação?! Ufa! Até que enfim conseguimos organizar as caixas com etiquetas, os sacos de cem litros, os caixotes. Tudo empilhado a espera do caminhão da mudança. Para desespero de Daniel, que desejava se mudar o mais rápido possível, teve que esperar para o final de semana. O dono do caminhão contratado só poderia fazer a mudança no domingo, dia dezenove de outubro. Achei maravilhoso este dia porque se comemora o dia mundial das missões. E Santa Teresinha do Menino Jesus é a padroeira das missões. E como sou devota e admiradora de sua história, pedi que fosse nossa intercessora junto a Jesus para que fôssemos bem felizes nesta nova morada. Quando o caminhão da mudança chegou era mais ou menos nove horas. O sol já estava queimando. Os carregadores muito apressados pegaram os objetos maiores como geladeiras, camas, armários, estantes, e foram colocando no caminhão (baú). Em seguida cadeiras, fogão. Segue a primeira remessa, Daniel os acompanha até a nova casa. Voltam para pegar o restante: caixas e mais caixas, não tive nem coragem para contar os sacos com cama, mesa e banho. Entre doze e meia ou uma hora descarregaram o restante. Aí sim, a vontade de chorar foi grande, grande mesmo. A varanda abarrotada de coisa. Arrastaram e já riscaram o piso com os móveis. Compramos quentinhas e colocamos na mesa para almoçarmos e cadê os pratos, sabe-se lá onde eles colocaram, a desordem era grande. E a toalha para colocar na mesa; os talheres, os copos. Nesta hora lembrei de uma amiga que me avisou: “Neuma não pense que em uma semana você coloca as coisas nos lugares, tire logo o cavalinho da chuva. Olhe lá se não serão três meses”. Pensei com os meus botões: “Que conversa mais sem fundamento.” Amigos leitores, ela estava certíssima. Três meses já se passaram e ainda tenho algumas pendências para colocar em seus devidos lugares. No entanto penso assim, breve chegarei lá. Não tenho pressa. A paz, a tranquilidade que encontramos neste nosso novo lar nos abastece de paciência, de companheirismo e outra coisa bem importante dividimos as tarefas com alegria e brincadeiras.
Só mais um lembrete amigos, não deixem para a última hora o que se pode fazer hoje. Penei muito nesta mudança, mas aprendi a lição. Organizar tudo com antecedência é o correto.
Que este ano de 2015 consigam realizar tudo o que desejam.
As fotos abaixo mostram flagrantes da mudança e a nova casa. O jardim tem sido alvo da minha maior atenção. E já comecei a me alegrar porque as plantas que trouxe da casa antiga estão se adaptando muito bem ao novo terreno.














     


Um comentário:

  1. Olá, Tereza Neuma, tudo bem?
    Parabéns pela nova morada!
    Tenho parentes que também trocaram a agitação do centro da cidade pelos barros: Betolândia, Tiradentes e Novo Juazeiro. Parece que por lá o céu é mais azul e ar mais puro. Boa sorte!
    Abraço,
    Simone - Fortaleza-CE

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